Cap. 78

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Ângela P.O.V.

No dia seguinte, acordo com os raios solares invadindo meu quarto e iluminando meu rosto. Cubro-me com o lençol, mas sinto que tem mais alguém na cama. Viro para o lado e vejo o garoto dormindo tranquilamente. Sorrio ao relembrar da noite passada, até escutar batidas na porta.

Jaqueline: Ângela, está acordada, filha? - questiona, calmamente.

Arregalo os olhos e salto do lugar confortável que estava, pois minha mãe não podia entrar e vê-lo pelado na minha cama. Corro em direção a maçaneta e tranco a mesma.

Eu: Bom dia, mãe. - digo, naturalmente.

Jaqueline: Está tudo bem, Ângela? - indaga, e observo o rapaz despertar.

Eu: Está tudo ótimo, mãe. - respondo, convincente.

Jaqueline: Tá bom. Desça logo para tomar café, senão vai se atrasar. - informa.

Eu: Pode deixar. - afirmo e ouço seus passos se afastarem, que me faz suspirar aliviada.

Jhonatan: Era sua mãe? - pergunta, ainda sonolento.

Eu: Sim, e ela quase entrou no quarto e viu a gente junto. - justifico. - Detesto mentir pra ela.

Jhonatan: Então, é melhor ir embora. - diz, e senta no colchão.

Eu: Ahn... Não precisa ir, se não quiser. - balbucio.

Jhonatan: Não preciso ou você não quer que eu vá? - arqueia a sobrancelha.

Eu: Eu não quero. - murmuro.

Jhonatan: Mas não quero arranjar problemas pra você. - o mesmo caminha até mim.

Eu: Tudo bem. - dou de ombros, decepcionada.

Jhonatan: Vou falar com a sua mãe. - ressalta, determinado.

Eu: O que? Ficou maluco? - observo seus movimentos, que apanha suas roupas e veste.

Jhonatan: Ei, sua mãe me conhece e ela é adulta pra entender que transamos. - desdenha.

Eu: Mas... Mas... - penso em algo, só que não havia desculpa.

Jhonatan: Mas, o que, Ângela? - questiona.

Eu: Nada, deixa pra lá. - balanço a cabeça.

Jhonatan: Se não quiser, não falo com ela. - sugere.

Eu: Não é isso. - protesto. - Fala com ela. - digo, entre um suspiro.

Jhonatan: Te espero lá embaixo. - sorri e deposita um beijo na minha testa.

Sigo ele com meus olhos, que saí do quarto em direção a cozinha. Talvez minha mãe fosse matar a gente, mas é mais fácil constatá-la do que esconder. Decido parar de pensar naquelas bobagens e vou até o banheiro tomar um banho.

Jhonatan P.O.V.

Desço os degraus rapidamente e adentro a cozinha, encontrando Jaqueline organizando a mesa e determinado a falar pra ela minhas intenções com a filha dela. A mesma percebe minha presença e se surpreende.

Jaqueline: Jhonatan... Oi. - sorri simpática.

Eu: Olá. - digo, colocando as mãos no bolso.

Jaqueline: Ahn... Ângela te convidou para tomar café ou vai levá-la até o colégio? - questiona.

Eu: Na verdade, estávamos no quarto dela. E bom, a senhora deve entender exatamente a relação sexual de um homem e uma mulher, que foi o que fizemos na noite passada. - explico, nervoso. - Só queria avisar que as minhas intenções com a Ângela são as melhores possíveis. Ela é uma garota incrível, que me faz bem e quero tê-la do meu lado o máximo de tempo que conseguir.

Jaqueline: Isso é o que? Uma espécie de pedido de namoro? - ironiza.

Eu: Não tinha pensado nisso, mas consideramos que seja. Pretendo assumir um relacionamento sério com ela. - informo.

Jaqueline: Tudo bem. - assente. - Tem meu total consentimento e apoio.

Eu: Obrigado, senhora Brooks. - sorrio, empolgado.

Em poucos minutos a loira desce produzida para ir ao colégio, e é recebida pela mãe que parabeniza pelo nosso envolvimento e por ter encontrado o cara ideal. Tomamos café da manhã numa harmonia, que me fez lembrar quando morava com minha família e não era bem assim.

Após esse momento, nos despedimos da Jaqueline e saímos da sua residência. Adentramos meu carro e dirigi em direção ao meu apartamento, para buscar minha mochila.

Ângela: Não acredito que falou para a minha mãe que transamos. - disse, embasbacada.

Eu: "A senhora deve entender exatamente a relação sexual de um homem e uma mulher, que foi o que fizemos na noite passada." - relembro e rimos.

Ângela: Você não existe, Bertolini.

Estaciono em frente ao colégio e descemos do veículo. Muitos olhares caíram sobre nós da maioria dos alunos, quando passamos de mãos dadas. Henrique quase surtou junto com as duas garotas ao seu lado, quando nos viu entrar.

Henrique: Não creio! Meu casal se assumiu finalmente?! - disse, boquiaberto.

Eu: Para de agir que nem um gay, seu besta! - brinco e arranco risadas das meninas.

Hayle: Meus parabéns, Ângela. Conseguiu fisgar o mais gato do colégio. - falou impressionada.

Ângela: Ahn... Obrigada, eu acho.

Esther: Vocês não são o único casal que se assumiu. - ressaltou.

Eu: Como assim? - franzo a testa.

Esther: Quer dizer alguma coisa Henrique, ou talvez você queira, Hayle?

Ângela: Tá de sacanagem! - falou pausadamente. - Pensei que Hayle não gostasse de compromisso com ninguém. - provocou.

Hayle: E não gosto. - cruzou os braços. - Isso é uma exceção.

Eu: Meus parabéns, garanhão.

Henrique: Valeu.

Esther: E eu sou a tocha olímpica do grupo. Que bacana! - resmungou.

Ângela: Espera, e aquele carinha que você ficou na boate? - indaga.

Esther: É só uma ficada, nada que deva me iludir. - respondeu e seu celular apitou.

Hayle: E essa mensagem dele aí? Não é "nada demais"? - alfinetou a amiga, e acabamos rindo.

Conversamos mais um pouco, num assunto descontraído que nos fazia bem. Havia um tempo que tinha amigos fiéis e uma família perfeita. Odiava uma certa garota, até descobrir que a amava na verdade. Nós ficamos juntos durante um certo período, até que ela se foi. A maioria dos meus amigos viraram as costas para mim, e minha família se desfez.

Ângela está mudando o rumo das coisas agora. Jamais pensei que gostaria ou chegaria até mesmo a amar alguém novamente, que minha vida não fosse mais ter sentido. Mas como sempre ela me surpreendeu e tornou tudo um inesperado. Então, não deixe de acreditar em dias melhores, pois assim como as estações mudam repetidas vezes, os fatores de cada existência também mudarão.

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Olá, pessoal!

Aqui está mais um capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora