Diogo Bordinari
Henrique está a dois dias me ajudando na empresa. Minha secretária resolveu pedir as férias que estavam em conta com meu pai e eu quem acabei me ferrando. Minha sorte é que Henrique trabalha meio período e pode me ajudar. Eu ando pensando bastante no que ele falou e acho que já estou certo de minha decisão.
Eu não falei mais com Lia desde aquele dia,me sinto um pouco culpado mas quero deixar ela chegar para poder fazer uma pequena surpresa.
Enquanto ao tal padrasto dela,já estou tomando minhas providências, mesmo sabendo pouco,eu já pudi adquirir bastante informações sobre esse Sam.
O dia rende bastante e saímos um pouco tarde da empresa.Descemos para a garagem para pegar o carro quando mais uma vez Luciana aparece,dessa vez com um menino no colo. Não acredito que ela tá jogando tão baixo!
-Oi Di.. - ela sabe muito bom que poucas pessoas tem o direito de me chamar assim. - Oi Henrique.
-Oi. - digo.Henrique a ignora. - O que tá fazendo aqui Luciana?
-Ah,eu queria te apresentar o meu filhote. - ela sorri e eu suspiro. Meu coração derrete.
-Qual o seu nome?
-Luiz.
-O meu é..
-Diogo,né? A mamãe fala muito do senhor. - pela primeira vez eu a vejo ficar vermelha.
-Bom..É um prazer conhecer você Luiz. - o menino sorri.Para meu total azar, ele tem o sorriso dela,mas percebo que já não me afeta tanto.
-Vocês estão saindo? Ah,seria ótimo uma carona. - Henrique bufa, com raiva. Sínica!
-Pra onde está indo?
-Ah,vou encontrar umas amigas naquele prédio perto da sorveteria, sabe?
-Claro. - porque justo lá?! - Vamos. - Henrique entra no banco da frente e sou obrigado a ajudar ela a entrar com o menino.
Pela rota,eu tenho que deixar Henrique em casa primeiro e o clima fica tenso. Os minutos viram horas e eu a corto educadamente toda vez que ela tenta puxar assunto.Paro em frente ao prédio e ela sai com o filho, mas ainda para no intuito de se despedir. Maldita hora!A única coisa que consigo ver e prestar atenção é na expressão de decepção de Lia atrás dela,dentro do prédio.
Mas como assim ela já voltou?!Se eu descer do carro Luciana vai saber e pose desconfiar, mas se eu não descer..Merda!Isso terá que ficar pra amanhã. Chego em casa totalmente puto! Aar!Maldita hora que aquela mulher apareceu! Merda!
Pego uma garrafa de whisky, afrouxo a gravata e me ponho a beber aos montes na varanda da cobertura.A brisa me acalma um pouco e o álcool também. Tomo um banho longo e bem gelado e feito para dormir.
Na manhã seguinte,eu levanto apressado.faço minha higiene matinal,coloco uma roupa mais casual e pego a caixinha. Pego minha carreira,as chaves e saio.Antes de ir para meu desafio,eu passo numa floricultura e compro um buquê. Enorme.Exagerado, porém muito eu.
Como tenho entrada liberada eu nem peço para interfonar.Paro na porta e coloco o buquê na frente do meu rosto.Toco a campainha e a porta demora um pouco para abrir mas em compensação é a própria Lia quem abre.
-Eu sei que é você Diogo. - sorrio e a entrego o buquê. - É lindo,obrigada. - ela agradece mas sinto falta do sorriso que só ela tem.
-Podemos conversar? - suspira.
-É muito perigoso você chegar assim.E se fosse Isabel à abrir a porta?
-Não pensei na possibilidade, eu só estou desesperado pra falar com você.
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Muito Além
RandomPreconceito.Violência doméstica .Racismo.Ouvimos e sofremos muito essas palavras em pleno século XXI.Então gente,eu resolvi abordar este tema no novo livro porque é uma causa social que me incomoda bastante. Mas é muito mais do que isso.É um livro,c...