Capítulo 16 - Tudo está dando errado

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Lia Albuquerque

Minha viagem está marcada para daqui a duas semanas. Em alguns dias,Harry e eu conseguimos construir uma relação amigável ,o que eu estou adorando. Ele resolveu ficar mais um tempo porque gosta daqui e a capa será para daqui a dois meses.

Depois que soube que a policia estava atrás dele,Sam não apareceu mais e isso me motivou a ter coragem de ver minha mãe. Mas quero ir sozinha, faz uma semana que estou adiando e de amanhã não passa. O difícil é que eu não consigo esconder as coisas do meu namorado por muito tempo,por isso hoje eu nem fiz questão de dormir com ele.Até porque ele sabe que no final de semana eu não faço nada.

Espero ansiosamente a manhã chegar e quando finalmente amanhece,minha barriga dói de nervoso,principalmente quando envio uma mensagem pra Diogo, dizendo para não vir hoje,pois eu estou morrendo de cólica.

Faço minha higiene matinal, coloco uma roupa básica e vou tomar café.Junto toda a coragem que me resta e chamo um táxi. Ele me deixa um tanto longe,provavelmente porque é uma região considerada de alto risco. Eu subo as ladeiras olhando para os lados.Algumas pessoas me reconhecem e me cumprimentam, outras me olham estranho, até o momento que encontro Rodrigo. Ele quase não acredita.

-Veio ver sua mãe?

-Sim.

-Vamos.

Caminhamos mais um pouco até a casa dela e ele entra primeiro. Eu ouço a voz dela e começo a chorar. Ela me vê e eu corro para abraçá-la.Ficamos um bom tempo assim,e eu falo em seu ouvido o quanto eu a amo.Tudo continua igual ou até pior na casa,mas pelo menos ela não está com hematomas nem nada quebrado. Sentamos nas cadeiras e conversamos como se não houvesse amanhã, contando tudo o que houve desde que eu fui embora, exceto a parte de Diogo e de Harry. Até me previni,deixando o anel em casa.

-Estou tão feliz por você,filha! — comemora.

-Obrigada mãe. Mas eu queria tanto, tanto tirar você daqui desse lugar.

-Sam não era assim, mas ele foi tomado pelas situações.

-Não o defenda mãe!

-Não estou,filha. Sam nunca vai mudar.

-Não vai mesmo.

-Eu não acredito que minha filha está ficando famosa! Até capa de revista tá fazendo! Que coisa boa! — sorrio. — Mas e o coração? Algum namoradinho? — eu gelo,corando.

-Eu não gosto de mentir pra senhora. Eu estou namorando mas ninguém pode saber quem é.

-Ele é bom?E o mais importante, te faz feliz?

-Ele é bom e sim,me faz feliz.

-Você o ama? — somos interrompidas quando a casa é invadida.

Merda!Sam.Não acredito! Alguém o avisou,não é possível.Seria muito azar ele voltar pra casa logo hoje.

-Ora,ora,ora! Olha só a modelinho resolveu dar o ar de sua graça! — ele não está bêbado. Na verdade ele está sóbrio,bem sóbrio. Mas também está com muita raiva.

-Sam,não faça nada com ela. Por favor. — minha mãe implora.

Ele a pega pelo braço e a joga no chão! Urr!Se eu pudesse eu fazia justiça com minhas próprias mãos! Desgraçado!Ele segura meu braço forte e começa a me dizer mil coisas.

-Foi você que colocou a policia atrás de mim,sua vadia?!

-Claro que não,nós tínhamos um trato. Me solta.

-Acha mesmo que você me engana porra?! — de repente, barulhos de viaturas se aproximam. — Vadia! — ele me dá um tapa e se coloca atrás de mim,com a mão no meu pescoço.Merda!

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