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P.O.V's   Madison.

O olhei de cima a baixo, ele se virou um pouco, não levantou a cabeça mas me olhou com o olhar mais baixo que eu já vi. Como se eu me lembrasse se já vi algum mais do que o dele, argh.

Seus olhos eram castanhos, e no lugar de que seria branco, era totalmente vermelho , como nos dias em que você vai pra praia ou pega sol o dia todo e no final fica com o olho irritado. Meu coração se apertou ao ver a situação dele, seus braços estavam com vários pingos de sangue secos e furinhos, eu entendi vendo as seringas pela cama emboladas no edredom, respirei fundo e senti o cheiro de mais cedo mais forte, olhei pelo quarto e haviam vários cigarros no chão, uma situação horrível. Numa mesa vários "remédios" jogados, e fileiras de pó feitas. Eu pude sentir meu peito descer e subir, o garoto passou as mãos pelo rosto, em um de seus dedos havia um cigarro bem cheio, ele se levantou, tragou e me encarou. Eu tremi. Estávamos sozinhos. Ele era tão lindo, mas naquela situação ficava horrível por dentro e por fora. Mais por dentro, rs.

— Por quê voltou?- sua voz rouca me invadiu os ouvidos mesmo sendo baixa pois ecoou no quarto.

O que eu diria??

— Porque eu me importo, e não quero te ver assim.- menti, mas não era totalmente falso, eu não queria isso pra ele, mesmo não o conhecendo como antes. O pior é que eu nem sei a qual ponto eu cheguei a conhece-lo.

— Você chega a ser idiota em se importar comigo.- debochou.

— Eu sei, eu sei..- gaguejei, ele me olhou e se aproximou chutando algumas garrafas vazias pelo chão.

Abaixei a cabeça, sem ter como olhar diretamente nos olhos dele, eu olhei por um tempo , fiquei meio vidrada, ele tão lindo nesse lugar, nesse estado.

— Eu amei você, e você sumiu.- ele disse sério, eu encolhi os ombros e apertei as mãos sentindo minhas unhas arranharem a pele. Senti a respiração dele bater contra a minha, e apertei mais ainda.

— D-desculpa.- murmurei apertando os olhos, com medo do que ele fizesse algo comigo.

Ele deu uma risada nasal e se afastou, me fazendo respirar aliviada.

— Sabe, eu te desculpo. Sabe porque? Porque por você eu mudaria.- ele pegou uma garrafa do chão e eu me encostei na porta, levando uma mão atrás do meu corpo e tentando achar o trinco. - Eu larguei a droga de um jeito rápido quando você chegou, PORQUE EU NÃO QUERIA PASSAR UMA IMAGEM RUIM DE MIM MESMO!- a garrafa foi arremessada na parede, me fazendo soltar um grito automaticamente.- OLHA O QUE VOCÊ FEZ COMIGO! - sua voz ficava num tom cada vez mais alto, suas veias se tornaram visíveis e meu desespero também, ele chutou uma caixa que foi rolando pro banheiro.

Eu estava sendo acusada de algo que eu nem lembro que fiz, e isso é desesperador, causar algo em alguém e não saber o que foi.

Ele travou o maxilar.

Realmente, ele é um doente mas é um doente MUITO gostoso.

— MAS EU DEIXO, PORQUE EU NÃO SENTIA NADA POR VOCÊ! E AGORA EU ESTOU SOFRENDO POR SUA CULPA!- sua mão foi ao lado da porta, o fazendo ficar cara a cara comigo. - E eu nem tinha notado isso.

Eu mal conseguia respirar e falar, ele se prensou contra mim e me encarou, eu desviei o olhar da parede atrás dele para seus olhos, e por algum demônio interno dentro dele eu me senti calma, mas meus olhos se marejaram e eu segurei todas as lágrimas. Ele me encarava sem dizer nada, pude ouvir as batidas do coração dele acelerarem, segurei o trinco da porta e quando eu fui abrir ele bufou, me fazendo parar.

— Porra, Mad. - ele riu baixo.- Você ferrou comigo.

Fucking DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora