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Madison's    P.O.V

Fomos para a casa dele, eu não neguei , obviamente depois de tudo que eu fiz no parque e antes, fiz ele se sentir mal, isso me faz me sentir na obrigação de deixa-lo melhor. Justin não tentou nada, nós ficamos sentados nas cadeiras de frente para a piscina, estava frio mas ambos não ligavam. O olhei e ele estava com o olhar perdido entre às árvores que tinha antes e depois do muro do vizinho. Abaixei a cabeça sentindo minha respiração quente subir em meu rosto, na minha cabeça se passavam muitas coisas ruins, negativas, eu me sentia em total desvantagem com tudo isso. Como pode eu estar nesse estado, tão deprimida? Eu consigo meramente me lembrar de quando eu tinha dez anos, eu era tão alegre, tão cheia de vida, Literalmente. Agora eu não tenho nem memorias direito.
Justin suspirou e eu o olhei, ele fez o mesmo e deu um sorriso fraco.

- Vamos entrar? Se quiser eu te levo pra casa.- ele disse se levantando, me estendendo a mão. Foi um arrepio que fez me mexer e levantar,  segurei sua mão e logo a soltei até chegar na sala.

Olhei para fotos, e aquelas seringas ainda estavam ali.

- Madison, por favor, não fique tão calada. Você não era assim..- sua voz atrás de mim, muito perto me deu um leve susto.

- Eu não tenho o que dizer. Não tenho assunto.- suspirei sincera virando de frente pra ele e relaxando meu corpo , jogando os ombros para baixo. - Me desculpa. - murmurei.

- Você não tem que se desculpar nunca, você é incrível. Não tem que ficar triste por isso que está acontecendo, eu estou aqui com você. - suas mãos tocaram meus ombros e deslizaram por meus braços lentamente. - Me deixa te ajudar?

Era uma escolha boba e importante, e eu realmente quero a ajuda dele. Apenas afirmei com a cabeça, torcendo pra que tudo desse certo daqui pra frente.

                          ****

Eu pensei bem pra pedir para que ele me contasse como foi o acidente, mas isso talvez afetasse, mas eu pensei bem.

- Eu estava na delegacia e você foi ir no mercado comprar alguma coisa, e.. - ele suspirou pesadamente. Nervoso.- Você apenas bateu com outro carro. Foi isso, não tem muita coisa.

- Não, eu quero saber depois disso.

- Eu fiquei tão.. abalado, triste, realmente eu fiquei acabado com aquilo, e preferi fingir que nunca tinha te conhecido, pensei que você fosse me esquecer rapidinho quando voltasse para Australia.

Eu conseguia notar sua voz, no fundo estava embargada, ele encostou a cabeça no banco do carro e olhou pra fora pelo vidro fechado e escuro. Ah, uma lamburguini.

- E o carro?

- Eu não sei, até me procuraram mas eu não sai mais de casa.

O silêncio tomou conta do carro todo, eu encarava o estofado beje, logo fechei os olhos me sentindo sonolenta.

- Mad..

O olhei. Tão lindo, argh.

- Você... sabe que eu vou estar disposto a qualquer coisa pra recomeçarmos, né?

- Eu sei.- sorri pegando sua mão, ele estava gelado mesmo que o carro estivesse quente.- Acho que vou subir.. - a soltei, abrindo a porta com uma sensação estranha. - Até mais.- sorri nervosa e fechei a porta, subindo as escadas correndo.

Ao entrar me dei conta que faltavam três semanas pro natal, eu não queria voltar pra casa, queria ficar aqui e fingir que eu nunca existi, apenas ficar no quarto tentando tirar memórias do meu sub consciente. Fiz isso, fiquei espalhada na cama sentindo o vento entrar pela janela e gelar o quarto, deixei o ar condicionado desligado, queria ver se eu morria congelada. Acabei dormindo com o tanto que pensei, depois acordei com frio, meus lábios estavam rachados e quando eu vi uma parte do chão estava coberta de neve. Ótimo, agora tomei no cu. Me levantei, fechei e tirei ela dali com as mãos mesmo, depois passei uma toalha e deixei, rezando pra que não estragasse o carpete. Minhas mãos queimaram, realmente estava muito frio, fui ao banheiro e a cada peça de roupa que eu tirava era mais frio que me cercava, entrei no box correndo e liguei o registro e deixei a água quase fervente me queimar, dessa vez de calor. Meia hora depois eu já estava assistindo um filme de ficção científica no celular, e acabei dormindo de novo.

22:40PM.

Me assustei com meu celular tocando, quando fui ver era a operadora. Infelizmente eu fiquei atormentada, queria sair do quarto mas ainda sim ficar na minha cabeça, então coloquei uma básica, um moletom amarelo e uma jaqueta cinza, uma calça jeans preta e uma bota bem quente, meus pés estavam gelados demais. Me encostei na parede e segurei firme na persiana da janela pra arrumar minha calça na barra, e dei um grito de dor quando senti minha mão arder e algo escorrer por ela, quando vi estava cortada. Obviamente porque eu deixei ela queimar na neve e na água, escorria sangue e ardia tanto, estava rachada, peguei uma faixa e passei apenas na esquerda que estava pior.
      Tranquei a porta e fui descendo as escadas daquele local silencioso e vazio. Quem tem coragem de sair nesse frio além de mim?

Puxei o ar entre os dentes e senti o ar extremamente gelado entrar em meu corpo, me dando um choque térmico. Comecei a andar, não sabia o que estava fazendo direito, apenas andei.

Fucking DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora