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Madison's POV.

{madison no capítulo 73, dia em que Justin contou sobre o "namoro" deles.}

Depois de tudo o que Justin me contou eu me senti um trapo, não acreditei. Eu chorei, gritei, esperniei sozinha no meu quarto só imaginando tudo de ruim que ele me fez. As peças se juntaram, Kay tinha me contado que ele era problemático, e eu não dei bola. Senti nojo do meu corpo. Senti nojo dele. Não sei como ele teve coragem de falar comigo e agir como se nada tivesse acontecido, eu quis vomitar enquanto ele me dizia sobre nosso passado. Eu quis tanto ouvir um conto de fadas mas acabei ouvindo gritos do inferno. Minha cabeça lateja. Meu corpo dói. Minha alma pede socorro. Minha mente me auto-sabota. Eu quero voltar pra minha casa, com a minha mãe, minha avó, eu quero minha vida de volta, eu não quero viver essa merda, eu quero fugir do meu próprio corpo. Justin é um psicopata doente drogado desconfigurado mentalmente. Se eu pudesse eu matava ele à facadas, qualquer coisa pra me livrar desses pensamentos.

{capítulo atual}

Eu me acalmei. O ódio repentino passou, meu coração não acelerava do nada. Eu me senti melhor. Estava fraca, não comia direito e nem saia da cama. Ontem liguei pra ele, conversamos pouco. Sim eu liguei. Eu quis saber se ele estava bem. Eu precisava saber. Ele não me ligou perguntando como eu estava, logo eu que fui a mais afetada da história, mesmo assim eu não ligo. Liguei e trocamos palavras. Eu ouvi sua voz e tremi. Quis chorar. Eu não sei que tipo de sentimento tenho por ele agora.
Pattie me ligou ontem logo após eu ligar para o Justin, ela me disse que ele não estava bem, que estraçalhou o celular no chão assim que desligamos. Me senti culpada por ter causado isso nele. Mas ele causou pior em mim. Pattie me pediu para que eu fosse lá, então fui.

Cheguei e ela abriu a porta. Sua cara estava com uma tristeza e preocupação visível.

- Que bom que veio.- ela disse me dando espaço para entrar.

- É.. - falei baixo com as mãos no bolso do meu casaco beje.

- Senta, quer tomar algo?

- Não, obrigado.

Nos sentamos e ela logo tocou no assunto.

- Madison, eu não sei o que está acontecendo com ele... Ontem ele desmaiou duas vezes. Ele tem febre e treme, o corpo dele fica gelado e logo fica quente, e ele não fala absolutamente nada. Nada.

Meu coração se apertou ouvindo aquilo. Mas ele merece. Ele é um idiota. Nojento.

- Por favor, me ajude. O que aconteceu? Por que gritaram tanto aquele dia?

- Pattie, o seu filho não é tão bo...

Eu não podia dizer aquilo, como vou dizer que o filho dela não é tão bom quanto ela pensa, que ele é uma péssima pessoa?

- Brigamos por motivos bobos.

- Mentira. Conta a verdade.

- Um dia ele toma coragem e te conta.

Ela suspirou pesado.

- Quer ver ele?

Sim ou não sim ou não sim ou não
Meu coração acelerou e senti uma corrente de sentimentos múltiplos correndo pelo meu corpo. Apenas afirmei com a cabeça, nos levantamos e subimos as escadas. Cada degrau me deixava mais ansiosa, frio na barriga.
Abri a porta e vi ele deitado com cobertas em cima. Pattie deu as costas e saiu. Fechei a porta e caminhei até ele.

- Justin?

Sussurrei para não assusta-lo.
Ele se virou pra mim lentamente. Seu rosto estava vermelho e seus olhos também.

- Oh meu deus...

Me aproximei dele e encostei minha mão em seu rosto. Lembrei das coisas que ele me disse, mas não consegui sentir ódio. Eu senti pena. Ele não está bem. Senti seu corpo queimar.

- O que você tem? Você está quente.

Ele me olhou e seus olhos estavam marejados. Lágrimas escorreram, e ele continuou calado.

- Fala comigo.

Sussurrei e minha visão ficou turva por conta das lágrimas.
Ele continuou quieto. Eu me apavorei. Não sabia o que fazer.

- Por favor.

Abracei seu corpo, me sentando ao seu lado. Ele não reagia. Estava apenas me olhando. Eu sorri sem mostrar os dentes, sorri fraco, e senti uma lágrima caindo em meu rosto, a sequei e me levantei rápido. Eu não podia ceder pra ele.

- Eu volto depois.

Sai do quarto e desci as escadas de pressa.

- Tchau, Pattie. Mais tarde eu volto.- Sorri pra ela e fui pro meu carro.

O silêncio dentro dali me doía a cabeça. Soquei o volante várias vezes com remorso de ter deixado ele daquele jeito, mas ele não é santo, ele me deixou pior. Não sei porquê eu vim aqui hoje.

Fui para um shopping e passei o resto da tarde lá. Pensei varias vezes se eu deveria voltar na casa dele.

E voltei.

Pattie me atendeu e disse que Justin havia comido e estava melhor, ela foi dormir e eu subi pro quarto dele após ficar alguns minutos na sala pensando se eu realmente deveria fazer isso.

- Justin...

Falei abrindo a porta de seu quarto lentamente.

- Oi.- sua voz rouca me deixou tensa.

Ambos com medo.

- Melhorou?

Me sentei numa poltrona no canto do quarto.

- Sim, e você? - ele falava baixo.

- Também.

- Madison, nem sei o que te dizer.

- Não precisa dizer nada.

- Me perdoa?- ele disse enquanto vinha rapidamente ficar de joelhos em minha frente e se apoiando nas minhas coxas.- Por favor.

Eu olhei para um canto aleatorio do quarto, não tinha coragem de olhar para ele.

- Só você me completa, só você me deixa vivo. Me perdoa por tudo, por favor. - ele segurou minhas mãos. Ele tremeia.

- Justin...

Eu não sabia o que dizer.

- Fica comigo, por favor, eu te amo, nunca vou amar ninguém como eu amo você, eu trocaria meu mundo inteiro só pra viver no seu. Me perdoa, meu amor.

Eu não aguentava aquelas palavras. Me deixei escorrer lágrimas. Meu coração se apertava.
Pude ouvir a respiração dele ofegante.
Eu poderia ficar e fingir que nada daquilo aconteceu, seríamos o casal perfeito. Ou eu poderia ficar enquanto ele fazia terapia.
Isso, essa ideia surgiu do nada. Mas vai ser isso. Ele não precisa saber, vou ficar só por enquanto. Depois eu volto pra Australia, ou eu minto pra ele que voltei pra lá e continuo aqui estudando. Ok.

- Ok. Levanta. Perdoo. - falei puxando suas mãos para cima para que ele levantasse.

- Eu te amo tanto.- ele disse me olhando e rindo, mas enquanto chorava.

Me levantei e sequei suas lágrimas.

- Eu também te amo.

Ele me abraçou tão forte que parecia que nunca mais iria me soltar.

Fucking DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora