Eva Bovoir
Senti no rosto o calor dos primeiros raios da manhã.
Virei-me tentando esconder-me do sol que entrava por uma janela aberta, mas não surti qualquer efeito já que estava verdadeiramente obstinado a acabar com o pouco de sono que obtive devido aos pensamentos que habitaram minha cabeça.
Abri os olhos a contragosto e me sentei tão rapidamente na cama que senti a vista escurecer um pouco, o que me fez parar sobre um lençol que um dia branco.
Na verdade tudo parecia velho demais por aqui e, ademais, sem nenhuma capacidade de oferecer segurança.
Assim que me senti melhor esfreguei os olhos e os testei na claridade enquanto queimaram devagar abrindo para procurar um Hugo que não estava.
Senti o medo arrepiar a espinha, mas assim que terminei de ativar os sentidos escutei um barulho de água que provera do chuveiro.
Ainda com receio, me encaminho lenta e despretensiosa e bato a porta o que na verdade faz com que ela de tão leve se abra por impulso.
O encontrei completamente molhado e concentrado no banho, penso.
- Ainda bem que acordou - Na verdade era sempre consciente do seu redor ainda que não pudesse vê-lo de todo.
Hugo ensaboava os cabelos despretensiosamente enquanto as gotas ralas atingiam seu rosto inclinado na direção dela.
As gotas que eu não pude deixar de invejar recaiam do maxilar perfeito até o peito e o abdômen definidos para o pecado.
Cada divisão parecia-me tão atrativa sobre a água que não pude evitar ter a minha mesma.
Só que entre as pernas que juntei.
Ainda acompanhando o destino das gotas vi como paravam no seu sexo que a essa hora da manhã já estava suficientemente acordado e não resisti lembrar de tudo que aquilo fez comigo.
Tive certeza que mordi o lábio, já que a esse segundo não era totalmente consciente.
- Você não pode ficar aí olhando-me tomar banho - Disse em seu típico tom áspero.
- Descu.. - Começei mas o vi caminhar glorioso e pausado parando a minha frente.
A água pairando dos cílios longos negros e também da boca carnuda tão próxima que sua respiração se misturava com a minha.
- Porque você tem é que tomar banho comigo - Num único movimento Hugo me puxa em sua direção e eu não era mais do que uma massa inerte em seus braços.
Ele me deixou igualmente líquida como a água despontando pela tentação de seus músculos.
O último lapso de consciência dizia que estava fazendo besteira, porém em minhas experiências tenho comigo que a certeza de estar fazendo uma não impede de faze-la e era exatamente o que se encaminhava para ser.
Ele me colocou abaixo do jato fino e me encostou na parede, me impulsionando até que eu estivesse suspensa, presa entre ele e a parede com as pernas abertas em volta da sua cintura.
- Porra - Esbravejou e ao ver minha boca molhada também não resistiu.
Nesse tempo gostava de saber que ele também não tinha controle.
Hugo tomou meus lábios numa carícia voraz e já de início mordeu meu lábio e antes que eu gemesse engoliu meus gemidos com aquela boca que tanto observei.
Sua língua me invadiu inteira e nunca brincou, ela era exigente demais para isso então na verdade ela só se enroscou com a minha produzindo choques contínuos que me fizeram mexer o corpo no dele.
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O pecado de Hugo
De TodoHugo Crawford, de 35 anos, tem em si os sete pecados conhecidos e a partir deles criou uma barreira intransponível para tudo, pensava, até Eva Bovoir. Desde que seu olhar parara na jovem, de 17 anos, o magnata soube que não poderia mais voltar atrás...