capítulo 50; bônus Aron

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- quem é o meu pai biológico?
- falo para a mulher que está a minha frente.

Logo após que Olivia foi embora, subi para o quarto para conversar com a mulher que mentiu para mim a vida inteira. Ela estava fazendo as malas com a ajuda de Liz, pedi que ela saísse para que eu pudesse conversar a sós com minha mãe.

- já falei que é um jardineiro que trabalhou para os meu pais.
- ela fala sem me dá atenção.

- eu quero saber onde ele vive, quem é...

- isso não importa.
- ela fala olhando para mim.

- claro que importa, você não pode me esconder isso.

Ela pensa por alguns segundos.

- ele morreu há algum tempo, Aron.
- ela diz por fim.

Será que fala a verdade? Nem sei mais o que pensar dela.

- você está mentindo!
- falo um pouco mais alto do que eu gostaria.

Ela pega uma agenda e escreve alguma coisa em um papel.

- toma.
- me entrega um pedaço de papel, depois de retira-lo da agenda.

- o que é isso?
- pergunto depois de analisar o papel.

- aqui tem o endereço do cemitério onde ele foi enterrado. E mais em baixo tem o endereço e o nome de uma irmã dele, vá até ela e comprove que não estou mentindo.
- depois de falar isso, ela volta a arrumar suas malas.

Guardo o papel no bolso.

- por que você enganou o meu pai todos esses anos? Por que você me enganou todos esses anos?
- pergunto olhando para a segunda mala onde ela arruma  suas coisas.

Nunca imaginei que isso podia acontecer, eu jamais desconfiaria da minha mãe.

Daí Olivia fala tudo aquilo... Meu Deus. Olivia não é minha irmã...

Estou muito magoado com minha mãe por ter escondido isso. Mas, no fundo isso trouxe uma coisa boa, eu não sou filho de Teodoro, então não sou irmão de Olivia.

- você queria que eu fizesse o quê? - minha mãe interrompe os meus pensamentos. - era isso, ou viver na miséria, comecei a namorar com Teodoro já tendo a certeza que estava grávida, depois de um tempo eu contei para ele, ele nem pensou duas vezes, me pediu em casamento, então não vi motivos para contar.

Ela fala simplesmente, como se fosse a coisa mais certa que alguém já fez na vida.

- você não tinha o direito de ter feito isso com a gente!
- falo controlando a minha raiva.

- você teria preferido viver numa miséria? Ser filho de um simples jardineiro? - ri. - olha para você, Aron, você é filho de Teodoro Goulart, herdeiro das empresas dele.

- eu teria preferido que você contasse a verdade para o meu pai desde o início.
- falo isso para não xingar a mulher que ainda, por mais difícil que seja, respeito.

- isso agora não importa mais. - vai até o closet e volta com várias bolsas empilhadas. - tudo voltará ao normal, só que agora eu vou para longe de Teodoro. - vem até mim e fica a minha frente. - só não quero você com raiva de mim, filho, quero que vá me visitar, ou talvez até morar comigo...

- eu preciso de um tempo, mãe, foi muita informação hoje, não tem como achar que está tudo bem, porque não estar.
- falo e ela volta a arrumar suas malas, depois de me lançar um olhar raivoso.

Fico parado olhando para ela. Fico minutos olhando para a mulher que tanto amo, mas que hoje me decepcionou de um jeito que talvez não tivesse perdão. Mas não tem como não perdoar a minha própria mãe.

Uma chance para ser feliz (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora