capítulo 41

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Depois que Aron sai do transe, caminha até nós, cumprimenta o pai e depois a mim, com apenas um aperto de mão e um sorriso fraco.

- vem amor, senta aqui do meu lado.
- Liz fala com aquela voz enjoada de sempre, sério, a voz dela não é normal.

Aron senta ao lado da noiva, no sofá onde está as outras duas mulheres. Teodoro e eu estamos no outro sofá.

- fiquei sabendo que é minha cunhada. - Liz volta a falar. - fico muito feliz, nossos futuros filhos terão uma titia.

Eu escuto as palavras de Liz e fico quieta, imersa em minha tristeza por o que escuto. Aron também fica quieto e me lança um olhar triste.

- qual o sexo do seu bebê?
- Liz pergunta.

- terei uma menina.
- falo.

- olha que fofo, Aron, somos tios de uma menininha.
- ela fala com um sorrisinho presunçoso no rosto.

Como assim, gente? Essa pessoa que se chama Liz, nunca, nunca! Seria considerada tia da minha filha.

Ficamos todos em silêncio com o último comentário de Liz. E todos me olham, inclusive Aron.

- mandei preparar um delicioso almoço para nós, Olivia, fiz questão que Liz e Aron estivessem aqui para receber a nova integrante da família.
- Mirela diz.

- então foi por isso que insistiu tanto para estarmos aqui...
- Aron sussurra, mas todos escutamos.

- ah, filho, quero que vocês fiquem próximos, a final de contas são irmãos.
- Teodoro fala.

E como me dói essas palavras... Não culpo Teodoro por fala-las, ele não sabe de nada...

- como está os preparativos para o casamento, filha?
- Maitê pergunta e o sorriso da filha se engrandece.

- tantas coisas para fazer ainda, tem que escolher as músicas para passar na festa, as flores...

- Aron não está ajudando em algumas coisas?
- Teodoro pergunta.

- ah, pai, o casamento será só no civil, nem acho que deveria ter tanta frescura.

Eles não vão casar na igreja? Agora fiquei curiosa para saber porquê!

- Mirela não me falou nada sobre isso.
- Teodoro olha para a mulher que apenas torce o nariz.

- ainda acho que Aron mudará de idéia sobre isso, eles têm que casar também na igreja.

- mãe, eu já falei mil vez que não quero!
- Aron parece irritado e eu apenas fico quieta olhando para todos eles.

- deixa, Mirela, o importante é eles casarem.
- Maitê diz para acalmar os ânimos.

Aron me olha... Olhar triste e perdido. E eu desvio o olhar do dele.

Tocam a campainha e logo a empregada vai abri a porta.

- finalmente chegou, pai.
- Liz fala para o homem que está em pé na porta e se aproxima de nós.

Leonel? Aquele da empresa. Não acredito que esse homem está aqui!

Ele já notou a minha presença e olha-me intensamente, mesmo com a presença de todos aqui, que não percebem pois estão ocupados cumprimentando-o.

- quero que conheça, Olivia, a minha filha.
- Teodoro diz para Leonel que me encara com um sorriso cínico.

- a conhecia como secretária de Aron, agora é como filha de Teodoro Goulart, muito prazer Olivia.
- estende a mão e eu a aperto.

- pode sentar-se aqui Leonel.
- Aron fala para o homem que está demorando até demais enquanto me cumprimenta.

Leonel caminha até eles e senta ao lado da esposa.

- então, Olivia, onde está trabalhando agora?
- Leonel pergunta.

- em um restaurante, sou ajudante de cozinha.
- falo e vejo que as três mulheres riem disfarçadamente, mas não ligo para isso.

- onde é esse restaurante?
- ele volta a perguntar.

- é...

- está melhorando na sinuca, Leonel?
- Aron me interrompe e muda de assunto.

Não entendo porque ele não deixou que eu falasse...

- até um dia desses você estava bem ruim.
- Teodoro ri.

- vamos jogar? Garanto que ganharei dos dois.
- ele fala com um tom de superioridade.

- claro, vamos sim. - Teodoro levanta do sofá. - vamos até a saga de jogos, Olivia, fique aqui para conversar com as mulheres.

Oi? Vou ter que ficar aqui com elas?

- vou ficar aqui também, pode ir pai.
- Aron diz.

- não amor, vamos conversar só entre mulheres, melhor você ir jogar.
- Liz fala e depois dá um beijo em Aron.

- isso mesmo, filho, deixe elas conversarem.
- Teodoro diz e vai até o filho, pegando em seu braço para que ele levante.

Aron olha para mim e depois sai junto com os outros dois, ficando assim apenas eu, Liz, Maitê e Mirela na sala.

- você sente vergonha, Olivia?
- Liz pergunta.

Não entendo a pergunta dela.

- como assim? Por quê sentiria?

- por ter dado em cima de Aron que é seu irmão.
- ela responde a minha pergunta.

- desde aquele dia que a vi na empresa, sabia que ia dá em cima do meu filho.

- eu não dei em cima de ninguém, não aconteceu nada entre eu e Aron!

- você é uma sonsa, Olivia, quase que atrapalha o relacionamento da minha filha.
- Maitê fala com raiva.

- ai meu Deus...

- como Deus é maravilhoso, não é? - Liz dá uma gargalhada alta. - vocês dois são irmãos.

As três riem e eu fico calada.

- eu sei que você ainda gosta dele, Olivia, vejo isso pelo seu olhar. - Mirela vem para o sofá que estou sentada. - mas nunca terá o gostinho de ficar com ele.

- já disse que não sinto nada por ele!
- começo a me exaltar, essas pessoas estão me estressando.

E ao mesmo tempo dói em escutar cada palavra sobre Aron, porquê tecnicamente elas estão certas.

- o melhor que você tem a fazer é se afastar de todos nós e cuidar dessa criança aí. - aponta para a minha barriga como se estivesse com nojo. - posso toca-la? - faz uma voz doce de repente.

Eu envolvo a minha barriga com os braços, como se quisesse proteger a minha filha dessa mulher.

- Leonel perdeu novamente.
- escuto a voz de Teodoro se aproximando e agradeço por isso.

- olha amor, como a barriga de Olivia está grande.
- Liz corre até mim e passa a mão na minha barriga.

Depois Mirela e Maitê fazem o mesmo. Eu só deixo que elas façam isso porque Teodoro e Aron estão aqui.

Elas me olham e sorriem, mas eu sei que é para debochar de mim.

Teodoro olha e sorri, enquanto Aron fica sério. Leonel apenas murmura coisas por ter perdido o jogo.

- vamos almoçar, a empregada avisou que tudo já está pronto.
- Mirela fala.












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