capítulo 43; bônus Aron

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- porque não posso ir dormir no seu apartamento, amor?
- Liz pergunta pela segunda vez e eu dou a mesma resposta:

- estou cansado, quero dormir e descansar para trabalhar amanhã.

- você voltou a ficar estranho depois que viu a tal Olivia.

- dá para parar com a besteira?
- falo impaciente.

- mas é verdade, Aron, você estava normal até vermos ela.

Realmente, Olivia mexe comigo de um jeito que não sei explicar...

- está vendo? Você fica pensativo a cada vez que alguém fala alguma coisa relacionado à ela.
- Liz volta a falar.

- você já não está satisfeita que somos irmãos? - pergunto mas não espero por uma resposta. - então sossegue, que... Pensa um pouco... Como eu teria algo com minha própria irmã?

O sorriso de Liz começa a surgir em seus lábios, e em fração de segundos, ela pula em meus braços para me abraçar.

- casal mais lindo...
- escuto a voz de minha mãe e faço com que Liz se afaste um pouco de mim.

Olho para frente e vejo minha mãe com a amiga inseparável, Maitê. Elas sentam ao nosso lado no sofá e depois de olhar mais uma vez para frente, vejo Leonel caminhar até nós com uma taça na mão.

- vocês terão filhos tão lindos, imaginem, os olhos verdes de Aron e o cabelo de Liz por exemplo.
- minha mãe fala enquanto sorri.

- engraçado que eu não pareço nada com o meu pai.
- falo.

Nunca parei para pensar nisso, mas agora essa questão surgiu na minha cabeça.

- não tenho sequer um traço dele... - volto a falar. - só pareço com você.

Minha mãe me olha com um olhar vacilante e logo fala:

- isso acontece em muitos casos Aron.
- sorri.

- isso mesmo, Aron, você apenas tem mais da genética de sua mãe.
- Maitê diz.

- mas não entendo, não tenho nada dele e nem de ninguém da família dele.

- já dissemos que isso é normal, filho.
- vejo que minha mãe está segurando-se para ter calma.

- porque está tão exaltada?
- pergunto analizando-a. - e porque se confundiu nos meses de gravidez naquela hora?

Minha mãe olha para a amiga e eu noto o desconforto das duas com as perguntas.

Mas porque a minha mãe está assim com essas simples perguntas...?

Um silêncio desconfortável instala no ambiente e só é quebrado quando o meu pai entra pela porta.

- que bom que já chegou, querido. - minha mãe fala para o meu pai que caminha até nós e senta ao lado dela. - Aron está me questionando o porque não ser parecido com você.

Meu pai pensa por alguns segundos e depois fala:

- quando você tinha mais ou menos um ano, já era perceptível a sua semelhança com sua mãe, mesma cor dos olhos e do cabelo. De mim, você não adquiriu nada na aparência. - meu pai faz uma pausa. - mas isso é normal, acontece bastante de se parecer só com o pai ou a mãe.

É... Meu pai está certo, eu só estou tentando... Ah, sei lá, acho que estou pirando com a idéia de Olivia ser minha irmã.

- você está certo pai. - olho para a minha mãe e vejo o exato momento em que ela suspira de contentamento. - agora eu já vou embora, quero descansar para estar bem cedo na empresa.

- mas já, filho? Porque não fica até mais tarde e janta conosco?

- outro dia, mãe, agora eu só preciso da minha cama para dormir.

- pelo menos leve uma fatia do bolo, filho, para comer depois.

- irei levar, pai.
- sorrio para o meu pai.

Ele sai em direção a cozinha para poder trazer o bolo para mim.

- tem certeza que não quer que eu vá com você, amor?
- Liz sussurra para que só eu escute.

- tenho certeza. Fique em casa ou saia com suas amigas.
- falo normal, para quem quisesse escutar.

- fica aqui, Liz, ficamos só nós mulheres para conversar, Maitê também ficará.

Ótimo.

- então ficarei, mas não nego que queria ficar com Aron.
- ela faz bico enquanto olha para mim.

- calma, princesinha daqui alguns meses vocês estarão morando, oficialmente, juntos. - Leonel sorri amplamente. - temos que ver a casa de vocês.

- sim, eu quero uma mansão igual a essa.

Nesse momento meu pai volta com um recipiente transparente onde contém três fatias grossas de bolo.

- já não está bom se morarmos no meu apartamento?
- pergunto enquanto levanto do sofá para pegar a vasilha de sua mão, e agradeço com um sorriso.

- como assim morar naquele apartamento minúsculo?

Como assim? Meu apartamento é grande, até grande demais.

- podemos discutir isso depois? Apenas quero ir para casa.
- falo e vejo a minha namorada suspirar de frustração.

Despeço-me de todos e saio para pegar o meu carro.

Logo estou na estrada, e dirijo até o meu apartamento.


Entro e fecho a porta atrás de mim, vendo que estou sozinho.

Vou até a cozinha e coloco a vasilha que o meu pai me deu, encima da ilha e depois vou até a escada e subo os degraus, indo para o meu quarto.

Tomo um banho demorado e depois de sair com uma toalha enrolada na cintura, vou até o closet e pego uma calça de moletom e uma camisa folgada.

Deito na minha cama e os pensamentos começam a surgir em minha cabeça.

Por quê a minha mãe ficou tão nervosa com o assunto de eu não parecer com meu pai? Ela ficou nervosa... sei lá.

Mas deve ser só impressão mesmo, acho que ela só queria que eu parecesse com meu pai. É... É apenas isso!

E o que falar da presença de Olivia naquela casa... Eu não fazia idéia de que ela estaria lá, eu nem sabia que o meu pai tinha ido procura-la, e que os ânimos entre os dois já tinham se acalmado.

Eu a vi tão linda, parece que sempre que a vejo, independente de como esteja, ela sempre é a mais linda. E parece que com o crescer de sua barriga... Ela ganhou um brilho a mais no olhar.

Simplesmente linda.

Levanto da cama e vejo no relógio que ainda não é noite. Caminho para fora do quarto e vou até a sala. Coloco um jogo qualquer no vídeo game e começo a jogar.

Perco várias vezes e só na quarta vez que vou iniciar, novamente, o jogo, que percebo que sempre irei perder, pois uma certa pessoa, não sai do meu pensamento.

Resolvo desistir de jogar e vou para a cozinha e começo comer o bolo.

Olho para a vasilha e penso por um segundo na possibilidade de ir até onde Olivia mora para levar um pedaço para ela. Mas logo desisto quando me dou conta de que não seria certo fazer isso.

Volto para cama e tento dormir, mesmo sendo quase impossível.







Uma chance para ser feliz (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora