capítulo 04

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Não dormi direito, acordei muito cedo e fiz minhas malas, estava cansada ontem, então não fiz. Não vou levar todas as minhas coisas, levarei o necessário.

Tomo banho. Visto a roupa que separei para a viajem, uma calça jeans, camiseta, casaco e sapatilha.

Saio do quarto e vou para a cozinha.

Levo um susto quando vejo a minha mãe e meu irmão tomando café da manhã, eles nunca acordam tão cedo, Rodrigo estuda a tarde, então nunca acorda essa hora e minha mãe muito menos.

- porquê vocês acordaram tão cedo? - pergunto me aproximando.

- não podia deixar a minha filha ir embora sem me despedir.
- minha mãe fala.

- isso mesmo, Liv, vamos para a rodoviária com você. - meu irmão fala.

- muito obrigada, agora vou comer alguma coisa para irmos.
- falo sentando.

Chegamos na rodoviária, viemos de táxi para ser mais rápido.

Compro uma passagem que diz que o ônibus sairá dentro de duas horas.

Estamos todos sentados e eu vejo de longe uma menina quase correndo, tenho certeza que é Rebeca, ontem antes de dormir mandei uma mensagem para ela explicando tudo sobre a viagem.

- amiga! - quando ela se aproxima eu levando e ela me abraça apertado. - eu queria muito que você ficasse. - ela fala depois de nos afastarmos.

- eu voltarei Rebeca e também, manteremos contatos, nos falaremos quando poder. - falo quase chorando.

- não será a mesma coisa.

- não será, mas é o melhor que tenho a fazer.

- queria que tudo fosse diferente.
- ela fala derramando uma lágrima e eu logo trato de enxugar.

- mas tem que ser assim, é o meu destino. - falo.

Os minutos se passam depressa e o ônibus está prestes a sair.

- eu quero que vocês três me prometam duas coisas.
- falo, estamos todos em pé, para nos despedirmos. - quero que não falem para ninguém para onde estou indo, muito menos para Tomás e sua família.

- só quem sabe para onde você está indo somos nós, não falarei nunca. - Rebeca fala.

- não falarei para ninguém, filha.

- e a segunda coisa, Olivia.
- meu irmão fala ansioso como sempre.

- a segunda coisa é, eu quero que vocês sejam muito felizes, tentem não pensar muito em mim, vou ficar bem. - falo olhando para os olhos de cada um.

- isso não será possível, sempre te considerei uma irmã, sempre contei tudo para você.
- Rebeca fala com os olhos marejados.

- e vai continuar assim, minha irmã. - falo e a abraço.

Vou até o meu irmão e o abraço.

- promete se comportar e obedecer sempre nossa mãe?
- pergunto olhando para Rodrigo.

- prometo. - ele fala chorando e me abraçando mais uma vez.

- minha filha, você sempre foi minha princesinha, a menina que tanto sonhei, e hoje está indo para longe de mim. - minha mãe fala chorando.

- não chora, mãe, pode me ligar sempre, eu também ligarei, e não fica com esse peso nas costas. Eu amo muito a senhora. - falo, depois a abraço.

Abraço todos mais uma vez e entro no ônibus que começa a andar.

Da janela eu dou tchau para as pessoas que tanto amo, todos estão chorando, assim como eu.

O ônibus já está na pista e eu limpo meu rosto por causa das lágrimas.

- agora será só eu e você, meu bebê. - penso e dou um sorriso.

A noite chega e o ônibus para, todos descem para comprar alguma coisa para comer, faço o mesmo, compro comida, refrigerante e volto para o ônibus.

Amanhã bem cedo chego na nova cidade. Para uma nova vida.

                           (...)

O ônibus estaciona e todos descem, pego minhas malas e vou até um táxi. Entrego o endereço para o taxista.

Mais ou menos uma hora e meia depois, chegamos ao meu destino. Vejo uma casa muito grande de dois andares. O taxista me ajuda com as malas, deixa na porta e eu o pago.

Toco a campainha e espero.

Segundos depois, uma senhora baixinha e loira dos olhos claros abre a porta.

- posso ajudar? - ela fala e eu vejo um lindo sorriso em seu rosto.

- Dolores? - pergunto retribuindo o seu sorriso.

- sim, sou eu mesmo. - dou graças a Deus, estou no lugar certo.

- meu nome é Olivia Tavares, sou filha de Ingrid. - falo e entrego uma foto da minha mãe para essa mulher, na foto eu estou no colo da minha mãe.

Vejo um brilho nos olhos de Dolores quando pega a foto e sorri.

- não acredito, você é filha da minha melhor amiga, meu Deus, quanto tempo não vejo Ingrid. - ela fala e uma lágrima rola em seu rosto. Quando vejo ela já está me abraçando e eu retribuo. - entra, vamos conversar direito. - ela fala e me ajuda com as malas.

- como sua mãe está? O que aconteceu esse tempo todo?
- ela pergunta depois que nos sentamos em uma cadeira na cozinha.

Conto tudo, todos os detalhes, e ela me abraça mais uma vez.

- eu sempre soube que aquele Joel não prestava, minha filha.
- ela diz.

- então, como o pai do meu filho não me aceitou, minha mãe me mandou para cá, aqui ela disse que eu poderia trabalhar e viver minha vida em paz. - falo depois de tomar um gole do café que Dolores trouxe para mim.

- sim, você será muito bem vinda aqui. - ela diz sorrindo. - com quanto tempo tá essa gravidez.
- ela pergunta passando a mão na minha barriga.

- acho que quase um mês, tenho que ir no medico para saber direito.

- claro, faremos isso.

- eu não quero te atrapalhar Dolores.

- me chama de madrinha. - ela diz emocionada. - e você nunca vai me atrapalhar. Eu queria tanto te conhecer, a última vez que te vi, você tinha quase sete anos, se tornou uma linda mulher. - ela fala e passa a mão no meu rosto. - eu sabia que você ia ficar linda assim, sempre foi uma princesa, desde criança.

- eu não lembro da senhora, só lembro da minha vida na cidade onde morei. - falo a verdade.

- normal, filha, você era uma menina e também quase não ficava em casa, sua mãe trabalhava muito, então você estudava o dia todo. - não lembro muito dessas coisas, são memórias bem turvas.

- então é isso mesmo. - falo.

- agora eu vou mostrar onde você vai dormir.

Subimos as escadas com um pouco de dificuldade por causa das malas e chegamos em um quarto simples. Nele tem: uma cama, um armário e uma mesinha de cabeceira, está ótimo.

- espero que tenha gostado do quarto, o banheiro é no final do corredor. Você  está cansada, tome banho e durma, depois desça para comer.

Apenas balanço a cabeça para dizer que sim e ela sai do quarto depois de me dá mais um abraço.
Escolho uma roupa na mala, vou até o banheiro e tomo banho.

Volto para o quarto, fecho a porta e logo adormeço.









Uma chance para ser feliz (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora