Angelos Custos

Capítulo 18

Austin e Alexander ficaram conversando por horas, eu perguntei a Austin o que tanto falaram e ele não quis me dizer. " Não há nada com que se preocupar" - Suas palavras me deixou mais preocupada ainda.

Estamos indo para uma cidade desconhecida por mim, já ouvi falar muito de Veneza, da sua beleza e também sobre ser uma cidade romântica. Eu estou indo acompanhada por " três" homens: um anjo que quer mandar na minha vida, um vampiro que salvei a vida e meu velho amigo que gostava de mim.

_Luna? Volta pra terra. - Falou Daniel despertando- me.

_Só estava pensando.

_Já estamos de saída, você pegou o quadro?

_Está na minha bolsa. - Peguei a mesma e coloquei sobre meus ombros. - Será que vamos conseguir sair vivos dessas?

_Não sei o que vamos enfrentar, você e Alexander não me falaram. Eu preciso de algumas respostas.

_Nós iremos te falar...Agora vamos? - Dei um tapinha em seu ombro.

(....)

Chegamos na fila de embarque. Olhei para o avião e lembrei do meu medo de altura. Ficou cada vez mais difícil respirar, o ar não chegava aos meus pulmãos. Minhas mãos tremiam e tudo ao meu redor girava. Acabei perdendo a força dos meus pés e caí no chão.

_Luna você está bem?- Austin perguntou se abaixando ao meu lado. Neguei. - Peguem água para ela.

_Era só o que me faltava.- Escutei a voz de Alexander de longe.

Poucos minutos depois, Alec voltou com um copo de água gelada e entregou- me. Bebi rápido e aos poucos consegui respirar normal.

_Obrigada. - respondi.

_Sua pressão caiu. - Alexander falou depois de passar um aparelho no meu pescoço. - Você não poderia ter escolhido hora melhor para ficar doente.

_Não tenho culpa se tenho medo de altura.

_Você vai ficar bem. - Daniel falou com a mão em meus ombros. - Vamos embarcar.

Entramos no avião e procuramos os nossos lugares, eu fiquei sozinha na poltrona da janela enquanto os outros ficaram nas poltronas do meio bem longe de mim.

_Era só o que me faltava, um desconhecido se sentar do meu lado e eu acabar vomitando nele.

_Oi. - Falou uma voz ao meu lado.

_Professor? - olhei para Lorenzo que acabara de sentar ao meu lado.

 _Não sabia que também  estava indo viajar.

 _Bem, eu mereço algumas férias. - menti.

 _Indo para onde? - olhei em seu rosto, parecia um pouco estranho essa situação - Ah, desculpa eu estou sendo um pouco evasivo,  eu acho que estou ansioso pelo voo, eu tenho medo de altura.

 _Veneza. - digo por final, compreendo ele estar tentando conversar, na verdade me sinto mais segura ao lado de alguém que conheço.

 _Quem diria, estamos indo para o mesmo lugar. - diz levantando um livro guia sobre Veneza.

 _Então talvez nos encontremos mais vezes.

 _Eu ficaria feliz, viajar sozinho não é muito divertido, estou feliz em ver alguém que eu conheço. Viajando sozinha também?

 _Eu - pensei em mentir, mas ele acabaria descobrindo alguma hora - estou viajando entre amigos, três homens.

 _Uau, parece divertido.

 Pensei em perguntar se ele não tinha ninguém para aproveitar a viajem com ele, um amigo ou até mesmo uma namorada, mas achei que seria muito chato de minha parte:

 _Eu queria ter alguém para viajar, mas por enquanto sou só eu, sozinho. Quem sabe não encontro minha alma gêmea em Veneza?

 Foi como se ele lesse minha mente, eu não acho que encontrarei mais conhecidos com esses poderes, então eu apenas deduzi que era uma coincidência:

 _É quem sabe. - digo por final.

 [...]

 Estávamos nós quatro em um hotel para fazer o chek-in , Alexander roubou a dianteira como sempre é foi para o balcão sozinho com os nossos documentos em mão, quer dizer o meu é do Austin, Alec deu um jeito com Daniel.

 Eu e Daniel estávamos na calçada em frente ao hotel, que por sinal parecia bem caro:

 _Como Alec consegue essas coisas? - perguntei.

 _Talvez ele seja um ladrão de banco. - diz Daniel.

 _Não ficaria surpresa.

 Daniel era um cara legal, ele tem um rosto fofo, porém seu corpo era bem desenvolvido, era uma mistura interessante e além de tudo era gentil.

 Olhei para frente e vi uma costa conhecida sentada no meio fio:

 _Lorenzo?

 Ele olhou para trás e quando meu viu lançou-me um sorriso, então se levantou e se aproximou de onde estávamos:

 _O que estava fazendo sentado no meio fio?

_Alguma coisa de errado aconteceu com o meu chek-in, eu perdi minha hospedagem no hotel, estou condenado.

 _Quem é ele Luna? - perguntou Daniel. Estranhei seu jeito meu direto, mas percebendo de onde ele veio não me impreciono com sua atitude.

 _Daniel este é Lorenzo meu professor na faculdade, Lorenzo esse é Daniel, um dos meus amigos.

 Lorenzo estendeu a mão, Daniel ficou meio relutante, mas aceitou seu cumprimento:

 _Quem saber. - falei de repente, não sei o que tem errado comigo mas não posso ver alguém de mãos atadas - Vamos dar um jeito nesse seu problema.

 _Ah, não se preocupe Luna, não quero que fique preocupada comigo.

 _Não, eu insisto, eu tenho um amigo rico e tenho certeza que ele gosta de ajudar os outros.

 Daniel deu um riso meio baixo, o fuzilei com o olhar:

_Ah Luna, você está sendi muito gentil, mas não acho isso certo.

 _Bem se isso diminui sua culpa, você pode me pagar o dinheiro da hospedagem depois e eu entrego para meu amigo.

 _Sinto que não tenho muitas opções.

 _Está certo. - digo com um pouco de pena - Eu vou conversar com ele e acho melhor você esperar aqui, ele é meio revoltado, digamos assim.

 _Eu vou te acompanhar. - diz Daniel.

 Caminhamos até a entrada de vagar, Daniel estava ao meu lado, ele começou a falar após passarmos pela porta:

 _Alexander comentou alguma coisa sobre esse Lorenzo?

 _Não - menti.

 _Eu sei quando está mentindo.

 Que bom, algora não posso nem mentir:

 _Você já percebeu como  Alec é, sempre pisando  ovos quando o assunto sou eu. Você parece estranho. - digo parando de andar, ele se vira e ficamos cara a cara.

 _Eu tenho quase certeza que ele está mentindo sobre ser quem diz que é.

 _Quase?

 _Eu não tenho certeza, a que bloqueia meu sentidos, é como se ele conseguisse controlar seus batimentos quase perfeitamente.

 _Você está quase tão paranoico quanto Alec.

_Okay isso pode ser só um palpite, mas não se esqueça sobre o que te falei, talvez você descubra algo.

 Olhei em seus olhos, ele falava com toda sua sinceridade. Não posso dizer algo além de...:

  _Tudo bem, vou observá-lo com cuidado.