Capítulo 28

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Mat narrando

Henry saiu da sala e eu fiquei pensativo: será que o meu pai era capaz disso? Será que eu podia confiar em um irmão que não tenho nenhum contato e que traiu o departamento? Sai da sala e fui procurar por Nat, Samanta me disse que ela já tinha saído. Tinha que ir na casa do meu pai, no caminho eu liguei pra Mandy.

*Ligação on*

Mandy: Alô?

Mat: Oi Mandy, eu não vou chegar em casa pra casa agora, tenho que ir na casa do meu pai resolver uns assuntos.

Mandy: Tá certo, mas o que foi que aconteceu? Você não está legal.

Mat: Encontrei o meu irmão hoje, e ele disse que foi o meu pai que matou a minha mãe.

Mandy: Como assim, Mat? Vocês se encontraram onde? O Tales não seria capaz de fazer isso.

Mat: É isso que eu vou ver, tenho que falar com ele sobre isso. Quando eu chegar em casa nós conversamos.

Mandy: Ok, esfria essa cabeça e não tire conclusões precipitadas. Eu te amo. Tchau.

Mat: Eu também te amo, tchau.

*Ligação off*

Cheguei na casa do meu pai e fui recebido pela governanta da casa.

Maria: Boa tarde senhor Mateus.

Mat: Eu já disse que não gosto que me chame de senhor, eu me sinto velho.- abrecei ela e dei um beijo em sua testa, depois que minha mãe saiu de casa foi ela que cuidou de mim enquanto meu pai trabalhava

Maria: Mas o senhor é meu patrão, tenho que lhe tratar com respeito.

Mat: Eu te considero como uma mãe, e uma mãe não chama o filho de senhor.

Maria: Tá bom, você quer comer alguma coisa? Eu corto um pedaço de bolo pra você, fiz hoje mais cedo, formigueiro com doce de goiaba, do jeito que você gosta.

Mat: Muito tentadora sua proposta, mas vai ficar pra próxima, o meu pai está?

Maria: Não, ele saiu mais cedo e disse que voltava pra janta, se você quiser esperar...

Mat: Vou sim, mas eu preciso de uma ajuda sua, tenho que falar algo muito sério com ele e eu quero saber se você sabe de alguma coisa.

Maria: Assunto seu com seu pai, acho que não devo me meter.

Mat: Saiba que você é uma das únicas pessoas que podem me ajudar.

Maria: Tá bem, o que você quer saber?

Mat: Vamos pro meu quarto, lá conversamos melhor.- subimos e sentamos na cama

Maria: O que você quer saber?

Mat: O que você sabe sobre a morte da minha mãe?

Maria: Ué... eu sei... eu sei o que o seu pai contou pra você.

Mat: Eu sei que não é verdade, e eu sei que você também sabe que isso é mentira. Eu sei que foi ele que matou ela. Eu só preciso ter a certeza disso.

Maria: Por favor, não diga a ele que eu te disse. Eu e sua mãe éramos muito amigas, ela teve um romance com o seu pai e as vezes vinha aqui, nós passávamos a tarde toda conversando, mas teve um dia que ela estava no começo da gestação e ele chegou bêbado em casa, espancou ela que teve um sangramento, pelo menos ele socorreu ela, quando chegou no hospital ele disse que ela tinha sido assaltada e os bandidos tinha batido nela, desse dia por diante ela começou a temer o seu pai, mas ela não podia fazer nada porque ela sabia que mesmo assim o melhor pra você era ficar aqui, ele ia poder te dar um futuro melhor, mas depois que você nasceu ela não aguentou mais e saiu de casa com você, ajudei ela nesse longo período, até porque não é fácil sair de casa com um filho de 3 meses sem deixar rastros, ela foi pra casa de um amigo que tinha conhecido enquanto era garçonete, o seu pai sempre foi influente com a polícia e rapidamente descobriu onde vocês estavam, entrou com o pedido da sua guarda, e como o juiz era amigo dele a guarda foi concedida, você foi tirado chorando dos braços da sua mãe, ela viu você ir embora sem poder fazer quase nada, o que ela podia fazer era pedir minha ajuda, e eu prometi que enquanto eu vivesse eu ia cuidar de você com o mesmo carinho que ela tinha, e se eu estou aqui até hoje é por causa da promessa que fiz a sua mãe.- eu já não estava mais me controlando e estava chorando muito, não sei se de saudades, remorso, raiva ou um misto de tudo- Depois de alguns anos seu pai te levou pra uma loja comprar algumas roupas, e quando voltou disse que tinha acontecido um tiroteio lá e que sua mãe e o marido dela tinha morrido, eu não sei os detalhes do que aconteceu lá na loja, eu não tenho nem nunca tive contato com o outro filho dela, além daquele dia em que vocês se conheceram no departamento e você trouxe ele pra casa.

Amor ao CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora