𝑢𝑚

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- Eu acho que fiz uma merda enorme - Ellen entrou em seu apartamento respirando fundo.

- O que foi? - Sandra disse pegando Ellen pela mão e a fez se sentar no sofá. - Você quer um copo d'água?

- Não - Sussurrou.

Ela fechou os olhos e respirou fundo. Pensou em tudo que havia ocorrido horas atrás. Pensava em como contar tudo aquilo.

- Consegue me contar agora? - Sandra perguntou fazendo a loira voltar a si.

- Eu me fiz de namorada de um homem baleado - Ela disse rápido, prendendo a respiração em seguida.

- Você fez o quê?! - Sandra quase gritou.

4 horas antes.

Era por volta das nove horas. O tempo estava fechado, parecia que logo começaria a chover. Ellen esperava pelo táxi que havia chamado. A rua estava quase que deserta, o único movimento era de uma casa de festa.

A festa que estava ocorrendo, logo se tornou em tragédia. Tiros foram ouvidos, e então, gritos. Um homem que passava pela calçada ao lado de que Ellen estava, foi atingido. O coração de Ellen batia forte, ela não sabia o que fazer; entrou em desespero. Estava entre a razão e o coração. Mas num impulso, ela foi até ele.

O homem agonizava no chão. Ellen se abaixou até ele e pegou seu celular ligando para a emergência. Procurou em seu casaco algum documento e achou sua identidade.

- Ei, consegue me ouvir? - ela sussurrou. - Fique comigo, ok?

Algum tempo depois a emergência chegou; Ellen entrou na ambulância para acompanha-lo. O homem balbuciava alguma coisa que Ellen não entendia. Ela segurou em sua mão e acariciou.

- Senhora, qual é o nome dele? - O médico perguntou.

Ellen estava aérea. Não sabia se ficava ou fugia. O que ela diria? Nem conhece o homem. Sua respiração estava alterada, ela estava nervosa. Ouviu uma voz chama-la e então voltou a si.

- Desculpe. É Patrick Dempsey. O nome... o nome dele é Patrick Dempsey - ela gaguejou. E viu o homem anotar.

- Preciso do seu nome agora - As mãos dela tremiam. - E também preciso saber o que a senhorita é dele.

- Ellen Kathleen Pompeo - Ela demorou algum tempo para responder. - Sou namorada!

Quando Patrick já estava em seu quarto e Ellen já havia terminado de assinar alguns papéis, a enfermeira a levou até o quarto onde ele estava.

Ela se sentou em uma cadeira ao lado do leito dele. Não se sabe porque, mas chorou. Pegou nas mãos dele e acariciou devagar.

- Eu estou um tanto assustada. Acho que posso ser presa pelo que fiz, mas o meu medo maior agora é de deixar você sozinho.

Um médico entrou na sala e Ellen secou as lágrimas. Ele avisou que teria que levá-lo para a cirurgia. Ela teve que assinar alguns papéis e então ele foi.

-

A cirurgia demorou algumas horas e o desespero de Ellen só aumentava. Quando o médico apareceu, ela se levantou rapidamente. Ele a avisou que haviam conseguido remover a bala que havia perfurado o crânio e uma que também estava alojada no peito. Mas avisou que poderia ter ocorrido complicações, que só saberiam no dia seguinte.

Ellen então foi vê-lo, antes de ir embora. Ela o olhou ali deitado e pediu aos céus que ele ficasse bem. Uma última lágrima escapou de seus olhos e ela foi embora.

- O que eu fiz?! - Ela exclamou alto quando já estava longe do hospital.

Tempo atual.

- E foi isso. Sá, eu... bom, eu não sei o que deu em mim - Ela chorou. Tamanho era o seu desespero.

- Calma. Você precisa ficar calma! Ok? Iremos resolver isso - Sandra puxou-a para si, abraçando forte a mesma. - Vai ficar tudo bem - ela sussurrou baixinho.

Até que eu vά Onde histórias criam vida. Descubra agora