𝑞𝑢𝑖𝑛𝑧𝑒

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Rua Pasadena, 11:45pm
Dia do tiroteio.

Patrick.

Meu nome é Patrick Galen Dempsey. Tenho 38 anos e bom, eu estou morrendo.

Meu corpo inteiro treme e eu não sei dizer se é por conta do susto ou se é pelo frio. Mas minhas carnes estão trêmulas e meu olhos estão pesados. Eu realmente estou indo embora.

Eu tinha quase toda a certeza de que estava prestes a ver a porta do inferno, mas então me apareceu um anjo. Sério? Realmente há um Deus e ele está mandando virem me buscar ou é piada?

O que mais me espanta é de ver que realmente anjos existem. Eles são mesmo loiros, dos olhos verdes e pequenos, da maneira em que pintavámos na escola. Porém, eu nunca imaginei que pudesse existir anjo do sexo feminino, mas no mundo dos mortos não há o que se possa questionar.

Ela é linda. Extremamente linda. Estou realmente apaixonado por um ser sobrenatural ou o quê?

Gostaria muito de poder ficar e olha-la por mais tempo, talvez eu nunca mais há veja, mas eu não consigo. Meus olhos pesavam tanto que eu já não conseguia mais comanda-los.

Havia algo nos olhos dela que insistem para que eu fique. Eu posso jurar que ela estava chorando. Mas se no céu não há choro, como um anjo havia de ter chorado?

Suas mãos pequenas tocaram meu rosto e fizeram um carinho. Ela sussurrava baixinho, me pedia para olhar para ela. Como eu não iria?

Ou bom, eu não poderia mesmo. Algo mais forte me puxava.

E fui.

Adeus anjo loiro.

-

Horas antes do tiroteio.

- Patrick? - Uma batida na porta foi ouvida logo depois que a voz se findou na sala.

- Entre - Ele gritou e a porta de seu escritório foi aberta. - James... já posso imaginar o que você vai dizer. Nem precisa começar.

Ele afastou a cadeira e se levantou. Se aproximou do telefone e falou com a secretaria para alguém lhe trazer café. James o observava e só voltou a falar quando Patrick terminou a ligação e se virou para ele.

- Só queria mesmo saber o que aconteceu para que você cancelasse a reunião - Inquiriu James, seu tom de voz era suave.

- Bom... já estou perto de ir embora, não posso dar uma reunião na qual eu não vou estar.

James assentiu e se sentou na poltrona. Patrick respirou fundo e voltou a se sentar em sua cadeira.

- E quais são seus planos? - James questionou.

- Conversar com Jillian. Dizer que não posso prosseguir com essa mentira. Nós não nos amamos. Sabe o quão é difícil viver uma mentira? Isso já faz anos... e agora que meu pai faleceu, sei que estou livre disso. Era ele quem se importava com tudo isso... nunca foi eu - O tom de voz de Patrick era calmo mas atormentado, ele nitidamente não sabia o que fazer.

- E por que Jillian? - James perguntou atordoado.

- Isso era coisa dele com o Pai de Jillian, eu não entendo - Outra vez batidas na porta foram ouvidas, uma morena de estatura baixa adentrou o local, deixou uma bandeja com duas xícaras de café na mesa. Patrick agradeceu e ela se retirou.

- Você está apaixonado por alguém? - O mais velho perguntou assim que Patrick o entregou uma xícara de café.

- Não - Ele bebericou seu café. - Só não estou apaixonado por ela.

Patrick terminou seu café e se despediu de James. Dirigiu normalmente até em casa. Ele procurou por Jillian e a encontrou sentada na cama mexendo em seu notebook.

- Olá - Jillian disse com um sorriso.

- Oi - Ele respondeu sem ânimo. - Precisamos conversar... - Disse pendurando sua jaqueta no cabideiro.

- Sim, precisamos conversar. Primeira coisa, eu estou olhando aqui os lugares que podemos ir em nossa lua de mel, tem um site... - Ela falava olhando para o notebook. Patrick passou as mãos pelo rosto e a interrompeu.

- Jillian, não vai haver lua de mel, porque não haverá casamento. Não posso prosseguir com tudo isso, não posso viver numa mentira, não posso fingir que amo você, sendo que não amo. Não quero olhar para você e me sentir arrependido por não ser você a mulher que eu realmente escolhi pra passar o resto da minha vida - Soltou tudo de uma só vez.

Jillian colocou o notebook sobre a cama e se levantou passando aos mãos pelo cabelo, Patrick se virou e comprimiu os lábios um no outro.

- Patrick, eu não aceito... - Começou. - Você não pode... estamos juntos a tempos e agora você diz que não me ama? Como isso é normal? - Jillian quase gritou.

- Jillian, nunca houve amor - Gritou e se virou para ela. - Nunca houve amor. Você sabe.

- Diga de uma vez, você encontrou alguém? Foi isso? - Seus olhos estavam marejados.

- Não Jillian, não há ninguém. E não há nos dois - Ele disse pegando sua jaqueta novamente. - Eu vou sair, você pode arrumar suas coisas e voltar para o seu apartamento.

Patrick caminhou para porta do quarto e uma Jillian furiosa e louca, andava atrás dele. Ela gritava mas Patrick fingia não ouvi-la.

- Patrick, por favor... podemos tentar? - Ela gritou.

Ele não respondeu, só saiu. Sem carro, sem nada. A voz de Jillian ainda era ouvida mas Patrick preferia ignorar.

O céu já havia escurecido, ele estava andando fazia horas, o caminho era desconhecido, mas ele seguia em frente. Uma música agora era ouvida. E então tiros.

Patrick que antes estava caminhando, agora estava no chão.

Adeus anjo loiro.

Oiiii!
Eu sei que eu demorando muito, me desculpem! Além da escola (que está uma correria porque as férias estão chegando), eu estou fazendo curso de inglês. bem pior agora! fica muito difícil parar tudo pra atualizar, fora que sem tempo pra tudo gente. Sorry.
Espero que me entendam!!!
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Até que eu vά Onde histórias criam vida. Descubra agora