Até que eu vά

𝑡𝑟𝑖𝑛𝑡𝑎 𝑒 𝑜𝑖𝑡𝑜

Nova York. 11h00 AM.

Sandra e Ellen corriam pelo central park, o clima estava bom, o sol resolvera sair esta manhã. Ellen parou por uns minuto, apoiou suas mãos nos joelhos e respirou fundo a procura de ar.

- Se você ficar olhando tanto para baixo, vai vomitar - Sandra disse se virando, e olhando para Ellen.

Sandra foi rápido até a amiga quando viu que a mesma realmente vomitaria. Ela segurou o cabelo da loira que havia se soltado do coque.

- Boca maldita - Ellen resmungou, vomitando outra vez.

- A partir do momento em que você enche sua barriga de água, pela manhã, sem ao menos comer alguma coisa, essa é consequência. Eu te disse tudo isso, mas você não me escuta. Não é? - Sandra disse em tom sério dando de ombros.

- OK, me desculpe. Eu deveria ter te levado a sério - Ellen olhou seu relógio de pulso. - Agora vamos embora, eu tenho hora marcada com a esteticista.

Elas voltaram a correr e Sandra suspirou, uma coisa havia passado por sua cabeça. Seus olhos pequenos fitaram Ellen, ela se questionou se a amiga reagiria mal com a pergunta.

- Ellen? - Ela começou.

- Diga - Os olhos verdes fitaram Sandra.

- Você não vai mesmo mais ligar para Patrick? - Ellen soltou o ar dos pulmões. - Desculpa começar com isso, mas você lhe enviou aquela carta e nada mais, já faz quase dois meses...

- Eu me prometi que o deixaria ser feliz, não posso quebrar isso - Elas chegaram próximo ao carro e Ellen destravou o mesmo. - Aliás, eu não tenho um bom motivo para isso.

- O que há de errado em uma ligação? - Sandra questionou.

- Tudo! Há tudo de errado, ok? E terminamos este assunto aqui - Ellen disse com a voz exaltada. Sandra assentiu. Elas entraram no carro e foram embora.

...

Ao chegarem em casa, cada uma foi para seu quarto. Ellen sabia que havia sido um tanto rude com Sandra, mas o assunto era algo dolorido para ela.

Ela entrou em seu banheiro e se despiu, alguns minutos depois estava ela, debaixo de seu chuveiro. A água morna caindo sobre seu corpo.

Ellen despejou um pouco de shampoo em sua mão e passou sobre o cabelo devagar, acariciando seu couro cabeludo com a ponta dos dedos.

- Eu gosto do seu shampoo, desse cheiro de flor, fica uma delícia em você - Patrick sussurrou no ouvido de Ellen enquanto acariciava o cabelo da mesma, espalhando todo o shampoo.

O flash invadiu o pensamento de Ellen, as lágrimas brotaram no canto de seus olhos. Ela suspirou.

- Você é boa demais para mim, sabia? - Ele disse a abraçando na cintura e beijando levemente a pele branquinha do pescoço da mulher. A água quente ainda caía sobre eles e Ellen se virou para ele.

Ellen fechou o registro do chuveiro e pegou rapidamente sua toalha. Se enrolou sobre a mesma e saiu do banheiro, caminhando em direção ao seu closet.

Pegou uma lingerie da cor preta e um vestido cinza larguinho no corpo. Se vestiu, penteou seu cabelo, borrifou um pouco do perfume em seu corpo e saiu do quarto.

A loira caminhou até o quarto de Sandra, pensou em se desculpar. Mas ao chegar de frente à porta, viu que a mesma estava aberta e não havia ninguém ali.

Ellen desceu a escada e procurou Sandra pela casa, mas ela não estava. Ela pegou sua bolsa no sofá, seu óculos escuro e a chave de seu carro. Olhou seu relógio de pulso e notou que estava perto de se atrasar, então saiu rápido.

...

Quando Ellen entrou na sala, a esteticista já a esperava. Era uma mulher na altura de seus cinquenta anos, os cabelos pintados de branco preso num coque. A mulher mais velha sorriu para Ellen e ambas trocaram algumas palavras.

A mais velha pediu que Ellen tirasse a roupa, e assim ela fez. Ela se deitou numa maca grande e confortável. A mulher começou passando o creme no rosto de Ellen e massageou.

As mãos macias da mulher desceu sobre o corpo de Ellen, passando o creme e massageando suavemente. Suas mãos passearam sobre a barriga da mesma, e foram até os pés.

Ellen podia sentir o sono chegar, quando a mulher falou algo.

- Desculpe, eu não te ouvi - Disse Ellen.

- Oh, sim. Eu perguntei de quantas semana você está - A mulher disse voltando a massagear os ombros de Ellen.

- Como? - Ellen abriu os olhos rapidamente.

- Você está grávida, não está? - A mais velha questionou.

- Não que eu saiba - Ellen sorriu sem jeito.

- Desculpe querida, mas é bom que você faça um exame de sangue. O aspecto de seus seios e quadril, indicam gravidez - A mulher disse com felicidade. - Se fizer o exame e der positivo, lhe desejo os parabéns. Criança é sempre um perfeito presente.

- Obrigada - Ellen sussurrou.

...

O coração de Ellen batia freneticamente. Ela se sentiu tonta e seu estômago estava revirando, várias e várias vezes.

Sua mão tocou a maçaneta da porta de seu apartamento, ela virou a chave e entrou. Sua respiração saindo em rajadas.

- O que você tem? Está pálida! - Sandra questionou e se apressou em chegar ao lado de Ellen. Ela a levou até o sofá e as duas se sentaram.

- Você me disse que três testes não poderiam dar errado - Ellen sussurrou buscando ar.

- Do que... - Sandra não terminou. - Você... isso é sério?

- Estou com sete semanas... eu estava... estou, mesmo grávida de Patrick - Sussurrou. Sua voz começando a embargar.

Sandra sorriu, um sorriso espontâneo e feliz. Ela abraçou a Ellen e beijou o alto de sua cabeça.

- Você precisava de um motivo, não é? Acho que este é perfeito - Ellen fungou. - Desculpe Ell, mas você precisa dizer a ele!

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#semrevisão