Patrick.
Acordei com o barulho alto e insistente de algo que eu não sei de onde vinha. O barulho parecia aumentar várias oitavas a cada instante que se passava.
Me remexi um pouco e então percebi que eu abraçava um corpo quente e pequeno, foi então que meu consciente me lembrou que Ellen havia ido para o meu quarto na noite passada. Abri os olhos devagar e sorri ao ver que ela segurava minha mão que estava entrelaçada a sua cintura.
Cogitei a ideia de solta-la, apenas para saber de onde vinha o barulho e parar com ele.
Não queria que ela acordasse. Tentei primeiro soltar minha mão que estava em sua cintura, mas Ellen se remexeu e eu tive que voltar a minha posição anterior.
Deitei minha cabeça em minha mão livre e apoiei o cotovelo na cama, tendo então uma visão mais ampla de Ellen.
Ela dormia tão tranquilamente, parecia um anjo. Alguns fios de seu cabelo caíam sobre seu rosto e seus lábios rosados abriam soltando um suspiro leve. Me aproximei tão lentamente por medo de fazer algum barulho e que acabasse acordando. Meu nariz adentrou seu cabelo e respirei fundo inalando seu cheiro natural, era tão bom.
Minha mão que estava em sua cintura, segurou-a um pouco mais forte e eu beijei seu rosto.
Ellen resmungou algo e eu me afastei. Voltei a minha posição inicial - onde eu apoiava minha cabeça em minha mão e a admirava - escutei ela resmungar mais alguma coisa e a chamei baixinho.
Ellen.
Acordei com a voz de Patrick sussurrando em meu ouvido. Pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade e ao tentar me mexer, senti que a mão dele estava sobre minha cintura. Minha deusa interior dava pulinhos de alegria e meu consciente a amaldiçoava por isso.
Balbuciei alguma coisa, mas acredito que ele não tenha escutado pois não me respondeu.
- Patty, preciso me levantar - Disse com a voz um pouco mais alta.
- Bom dia, Ell - Disse ironicamente, como se estivesse me chamando atenção.
- Certo, bom dia Patty - Falei gentilmente, e ele soltou minha cintura. Minha deusa interior cruzou os braços com raiva.
Sentei na cama e estiquei minha coluna. Passei a mão em meu cabelo, os jogando para trás e o prendi num coque frouxo no alto da cabeça.
- Tinha algo tocando... um barulho bem alto - Comentou Patrick e pude sentir o colchão afundar mais perto de mim.
- Deve ter sido meu despertador, esqueci de desliga-lo. Como peguei férias, ele não será usado por algum tempo.
Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, senti meu corpo sendo jogado no ar e ir parar do outro lado da cama.
Patrick fazia cócegas em minha barriga, lutei para tirar suas mãos do meu corpo - era uma tarefa difícil, já que ele é bem mais forte do que eu - o que me restava era explodir em uma gargalhada que eu já não aguentava mais segurar.
- Agora sim é um bom dia - Disse e se levantou indo em direção ao banheiro.
•••
Já se passava das cinco da tarde e o céu estava começando a mudar de cor. Patrick estava deitado no sofá lendo um livro quando Ellen desceu rápido as escadas o chamando.
- Vamos ao Starbucks? - Sorriu.
- Não era você que estava dizendo que não queria sair de casa hoje? - Implicou se levantando do sofá.
- Já mudei de ideia e já estou aqui, te chamando para sair - um sorriso falso se formou em seus lábios.
- Mas é um encontro ou apenas me chamando para te acompanhar? - Sorriu diante a sua provocação. Ela pensou por alguns segundos e resolveu entrar na brincadeira.
- Não saio com amigos, sabe como é né? - Patrick colocou a mão sobre o lado esquerdo do peito e fez um biquinho.
- Isso é injusto, mas... - Ela o interrompeu.
- Nada de mas. Não vou sair com você. Não quero que se apaixone por mim.
A risadinha de Ellen tomou conta do lugar. Patrick a olhava segurando o riso, fingindo estar chateado. Ela foi caminhando até a porta mas antes disse a Patrick que o esperaria lá fora.
Patrick subiu rápido e trocou sua bermuda por uma calça. Desceu, e foram até o Starbucks.
Chegaram ao Starbucks e fizeram seus pedidos. Ellen pediu um frappuccino de brigadeiro e Patrick um mocha frappuccino, pediram dois donuts de chocolate e foram se sentar.
- Me fala mais sobre você, sobre sua vida. Eu sei muito pouco, não acha? - Inquiriu Patrick, quando já estavam acomodados na mesa.
Estavam em um lado mais reservado do café, havia pouca luz e não tinha muitas pessoas.
- Eu também sei pouco de você - Brincou, os dois riram. - Bom, o que quer saber?
- Bom, acho que tudo - Ellen franziu o cenho. - Tudo o que quiser e puder me dizer.
- Não tenho muito o que contar - Murmurou, colocando uma mecha de cabelo para trás da orelha. - Trabalho em um escritório de contabilidade como Controller faz uns quatros anos. Terminei meu namoro de seis anos, há um ano. Conheço Sandra desde a escola, nos conhecemos no terceiro ano do fundamental. Meus pais morreram em um acidente aéreo quando acabei de passar para o ensino médio e sou filha única. Morei com minha avó materna deste então e quando fui para a faculdade Sandra e eu decidimos dividir o aluguel de um apartamento. Sandra trabalha em um escritório de advocacia, acabou de subir de cargo e estamos perto de montar nossos próprios escritórios. O apartamento que moramos hoje não é mais alugado, comprei há três anos no aniversário de Sandra. E isso é tudo.
Patrick a olhava atentamente enquanto ela dizia tudo. Os pedidos foram postos na mesa e Ellen assentiu. A loira sorriu para Patrick e tomou um pouco de seu frappuccino.
- Se eu não tivesse perdido a minha memória, diria que você é a pessoa mais forte e guerreira que conheço - Ele sorriu.
- Minha vó me ensinou que não podemos ficar parados diante as dificuldades. Então... estou aqui hoje e sinto no meu coração que meus pais e também a minha vó, estão todos muito orgulhosos de mim, seja lá onde eles estiverem.
- Tenho certeza quem sim - Ele tomou um pouco de seu café.
Patrick colocou a mão em sua cabeça massageando e fez uma feição de dor.
- O que foi? - Questionou Ellen, colocando seu donuts de volta no prato.
- Acho que lembrei alguma coisa - Patrick disse ainda massageando as têmporas.
Gente, desculpa a demora pra postar. É que eu não consigo ficar fazendo uma só coisa por muito tempo, tenho esse triste probleminha... O que acaba me fazendo demorar muito para escrever. Mas espero que estejam gostando e não desistam de mim por conta disso. Bjsss
VOCÊ ESTÁ LENDO
Até que eu vά
Romance𝘗𝘢𝘵𝘳𝘪𝘤𝘬 𝘋𝘦𝘮𝘱𝘴𝘦𝘺 𝘦 𝘌𝘭𝘭𝘦𝘯 𝘱𝘰𝘮𝘱𝘦𝘰 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘮 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘦𝘤𝘵𝘪𝘷𝘢𝘴 𝘷𝘪𝘥𝘢𝘴 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘲𝘶𝘪𝘭𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘢𝘵𝘦́ 𝘢𝘭𝘨𝘰 𝘪𝘯𝘦𝘴𝘱𝘦𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘰𝘯𝘵𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘭𝘦𝘴 𝘷𝘦𝘯𝘩𝘢𝘮...