𝑐𝑖𝑛𝑞𝑢̈𝑒𝑛𝑡𝑎

1.7K 116 59
                                    

A água quente batia forte sobre Ellen massageando o corpo exausto da mulher. A noite havia sido longa e curta demais. Longa demais para dois corpos se saciarem. Curta demais para dois corpos exaustos de se amarem.

Ellen terminava de retirar o condicionador de seu cabelo, respirando lentamente. Seus olhos estavam pesados, ela estava terrivelmente cansada.

A loira ensaboou seu corpo, espalhando o cheiro de flor sobre si. Retirou então a espuma que o sabonete deixara e por fim terminou seu banho. Ellen torceu seu cabelo e olhou para o gancho ao lado do box, viu que o mesmo se encontrara vazio. Ótimo, havia esquecido sua toalha.

Ela saiu do box bufando, se havia algo que ela detestava, era ter o banheiro inteiramente molhado. Mas era necessário para que ela pudesse pegar a toalha no armário do cômodo.

Um passo. Dois. Um tombo.

Ellen gemeu de dor ao sentir sua costas bater no piso frio.

- Ellen, você está bem? Eu ouvi um barulho. - A voz preocupada de Patrick soou do lado de fora.

- Estou. - Ela tentou ser o mais convincente possível.

- E que barulho foi esse? - Questionou outra vez. Seu tom de voz ainda não havia mudado.

- A escova de cabelo caiu, aí fez eco. Estou bem, meu amor. - Mentiu outra vez.

- Certo, vou preparar seu café. Estou te esperando lá embaixo. - Ele disse já saindo da porta.

Ellen respirou fundo e tentou se levantar, com certa dificuldade, a barriga a atrapalhava um pouco.

- Estamos bem. Estamos bem. - Sussurrou para si mesma, acariciando sua barriga.

Ela se pôs de pé depois de um longo tempo, gemendo baixinho de dor. Se olhou no espelho e suspirou. Lembrou-se da maldita coisa que a fez sair do box, a toalha. Na altura do campeonato, seu corpo já estava seco. Porém, ainda assim ela pegou sua toalha branca, grossa de algodão e se enrolou na mesma. Secou o banheiro e saiu.

Ellen vestiu sua lingerie vermelha e um macacão preto, larguinho no corpo. Secou rápido seu cabelo, o partiu no meio e prendeu num perfeito coque baixo. Passou uma maquiagem fraca em um batom nude. Pegou sua sandália, seu óculos e desceu.

- Bom dia! - Ela falou se aproximando da mesa. Se inclinou um pouco e deixou um beijo sobre a cabeça de Sandra.

- Bom dia. - Sandra sorriu. - Dormiu bem?

Ellen olhou para Patrick que sorria de canto. Ela apertou os olhos para ele.

- Espere! - Vocês não dormiram? Essa troca de olhares foi realmente isso? Você é uma perfeita grávida safada! - Sandra disse eufórica dando um sorriso cúmplice para a amiga.

Patrick não conseguiu mais prender a risada; Ellen o fuzilou e então voltou seu olhar para Sandra.

- Ele eu não sei, mas eu dormi. E muito bem por sinal. - Ela sorriu e colocou seu óculos.

- Ok, atriz pornô. - Ellen ergueu as sobrancelhas e foi até Patrick.

- Como? - Elas riram. - Pode por em mim, por favor? Você sabe, a barriga me impede. - Pediu a Patrick, lhe entregando o par de sandálias.

- Sim, eu sei perfeitamente. - Ele a beijou nos lábios.

Patrick limpou suas mãos e pegou as sandálias de suas mãos, já se abaixando para colocar em sua mulher.

- Ande, me explique o lance da atriz pornô. - Ellen se voltou para Sandra.

- Bom... - Sandra tomou mais um gole de seu leite quente. - É o óculos, ele te deixa tão mais sexy. Sabe aqueles pornôs que a mulher trabalha no escritório, daí chega o chefe e acontece a sacanagem toda? Então, você se encaixa perfeitamente no papel.

As imagens do sexo na sala de reuniões invadiu a mente de Patrick e ele limpou a garganta. Terminando de colocar a sandália em Ellen, ele se levantou e se sentou outra vez, agora olhando para sua mulher.

- Você assiste pornô e eu sou safada? Ok! - Ellen olhou para Patrick e sorriu, em seguida mordeu os lábios. Os olhares se quebraram, quando Ellen se virou para fazer um sanduíche.

- Eu não assisto, eu pratico! - Sandra deu uma piscadela.

- Assunto confidencial demais. Com licença, vou deixar as ladies sozinhas. - Patrick disse e saiu indo de encontro a sala. Elas riram.

- Eu sei que você não é de perder tempo. - Ellen disse e pegou um pouco de suco.

- Vai me dizer que você nunca fez? - Sandra apertou os olhos para a amiga.


- Talvez. - Ellen sorriu de canto.

...

Patrick dirigia tranquilamente em direção à sua empresa. Ao seu lado estava Ellen, acariciando à barriga lentamente, fitando as ruas.

O moreno aproveitou a parada no semáforo e acariciou também a barriga da mulher. Ellen tirou sua mão e deixou que só Patrick fizesse aquilo. Eles sorriam um para o outro. O semáforo se abriu e Patrick teve de parar o que estava fazendo.

Não levou muito tempo para que eles chegassem até a empresa. Por Ellen ser muito agradável, logo conquistou o carinho e afeto de todos, desde a primeira vez que havia ido ali. Ela ficou por um tempo conversando com algumas pessoas, depois foi para o escritório de Patrick.

O moreno não pôde ficar com ela, pois tinha coisas à resolver. Ellen ficou fazendo contas e resolvendo gráficos. E assim foi seguindo à tarde.

...

O fim do expediente havia chegado. Ellen arrumou a mesa e se debruçou na cadeira. Suas mãos acariciava sua barriga.

- Louise, a mamãe já está preocupada. Pode dar algum sinal? - Sua voz soou preocupada. - Ei, mocinha? Estou falando com você!

E nada. Nem um chute, nem uma sacolejada. Nada. Os nervos de Ellen gritaram de medo. Não podia ser o que ela estava pensando. Só não podia. Seus olhos queimaram por algumas lágrimas que se formaram e seus lábios tremeram.

Patrick entrou na sala, e Ellen pulou na cadeira com o susto que levara. Ele sorriu para ela que rapidamente disfarçou.

- Você está bem? - Ele foi até ela e a beijou.

- Estou sim. - Sorriu. Mas algo nela doeu ao dizer tal mentira. - Na verdade, não. Não estou bem.

- O que você tem? - Patrick rapidamente deu a volta na cadeira e foi até ela, virou a cadeira para si e a olhou firme.

- Hoje... - Ela limpou a garganta. - Hoje aquele barulho foi eu. Eu caí no banheiro. - Ellen suspirou.

- Ellen! Não devia ter mentido. Você se machucou? - Ele disse preocupado se ajoelhado diante dela.

- Talvez... Louise não mexe desde então. - Ela soltou o ar dos pulmões e chorou.


Patrick ficou estático. Sua respiração acelerou. Por um momento, seu pensamento voara. Mas então ele voltou em si.

- Vamos para o hospital. - Ele disse se levantando rapidamente.

- Patty, me desculpe. Eu não achei que você nada demais, que não aconteceria nada. - Ellen remexeu nos dedos e mordeu o lábio inferior.

- Não fique pensando coisas ruins, vamos pensar que iremos chegar lá e vai estar tudo bem. - Ele a pegou na mão. Ellen secou as lágrimas do rosto.

Tudo dentro de Patrick doía. Por mais que ele não quisesse, pensamentos negativos passavam em sua mente, mas ele não poderia dizer nunca. Ele precisava ajuda-la.

Eles saíram da empresa, e Patrick dirigiu rápido até o hospital. Por ser particular, Ellen logo foi atendida.

- Senhora Ellen Pompeo, sim? - disse a médica, com o tom suave. Aparentara ter seus trinta anos. Ellen assentiu e ela prosseguiu. - Meu nome é Fabiana. Bom, pode me contar o que aconteceu?


Patrick pegou na mão de Ellen e acariciou, sabia que ela estava completamente nervosa.

- Eu terminei meu banho e vi que havia esquecido minha toalha no quarto, tive que pegar outra no armário do banheiro... Eu acabei escorregando e caí de costas no chão. - Ela soltou de uma vez. A médica anotou algumas coisas e se voltou para ela.

- Sua filha estava mexendo normalmente antes disso? - Questionou a médica.

- Na verdade, ela não mexeu de madrugada, nem de manhã. Mas deduzi que ela estivesse dormindo. - Disse devagar tentando controlar o nervosismo.

- Vou pedir uma ultrassom morfológico, e assim que sair os resultados eu te chamarei de volta, ok? - A médica disse simpática, tentando enviar coisas boas a Ellen.

Ellen assentiu e a médica pediu para que uma enfermeira a levasse para fazer o exame. Patrick a acompanhou em todo momento.

Quando o exame terminara, a enfermeira os levou para uma sala de espera, ao lado da sala de exame. Ellen estava agitada, batia o pé rapidamente enquanto brincava com os dedos.

- Ei, fique calma, está tudo bem. - Patrick sussurrou para ela.

- Estou calma. - Ela disse agitando os pés ainda mais.

- Eu te amo. - Ele a abraçou.


- Eu te amo... muito. Me perdoa. - Sua voz saiu abafada.

A enfermeira entrou na sala e os chamou. Patrick secou algumas lágrimas do rosto da loira e segurou sua mão. Eles voltaram até a sala onde foram atendidos, e se depararam com a doutora que já os esperava.

A enfermeira disse algo à médica, que a respondeu rápido e então se voltou para eles.

- Bom papais, acalmem o coração que a menininha de vocês está perfeitamente bem. Só está dormindo. Parece que o serzinho aqui é bastante preguiçosa. - A médica sorriu para eles.

Um peso enorme saiu das costas de ambos. E eles sorriram grandemente. Os olhos de Ellen se encheram de lágrimas, o de Patrick não foi muito diferente. Louise estava lá ainda, perfeitamente bem.

- Aqui está a imagem revelada da ultrassom. - Ela os entregou. Eles sorriram admirando-a. - Já podemos saber que ela terá bastante cabelo. Sua filha está ótima. O peso está bom, e nenhum órgão apresentou nenhum defeito. A filha de vocês é perfeita.

As lágrimas que agora corriam no rosto de Ellen, era de extrema felicidade. Ela olhava para a foto com tamanha felicidade. A loira fez questão de abraçar a médica e a agradecer pelo bom atendimento. Patrick a agradeceu e eles se despediram.

Quando chegaram ao carro, Ellen deitou sobre o banco ainda sorrindo. Ela se virou um pouco e olhou para Patrick que a olhava sorrindo.

- Ela está bem. - Repetiu Ellen para o moreno.

- Sim está. - Ele sorriu e a acariciou na bochecha.

Eles se aproximaram um do outro e se beijaram. Um beijo lento, preciso, cheio de amor e gratidão.

Quando as bocas se separaram, os verde e azul se conectaram esbanjando a felicidade que queria explodir dentro de cada um.

- Você é a perfeita. Totalmente, perfeita. Sou tão grato por ter você. - Patrick sussurrou para ela.

- Eu que sou grata por ter você. Você é incrível demais! Me faz tão bem... - Ele a beijou outra vez.

O céu estava estrelado e a lua brilhava lindamente no céu. Abençoando aquele amor puro, que somente ela, e as estrelas presenciara.

E o maior capítulo que escrevi, está atualizado!
Acredito que a Louise irá representar muita gente aqui!! (Ou não kkkk)
É isto, meninas. Desculpem a demora!!!
Um beijão e até logo!
#semrevisão



Até que eu vά Onde histórias criam vida. Descubra agora