𝑐𝑖𝑛𝑐𝑜

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Ellen.

É engraçado a forma como os homens julgam nós mulheres sobre a demora quando vamos ao shopping.

Acontece que encontrei alguém que possa nos superar. Patrick Dempsey.

Estou a exatamente trinta minutos esperando que ele saia de lá para ver como a roupa que escolhemos ficou em seu corpo.

- Vamos Patty, saia daí - digo dando batidinhas na porta. - Pra que diabos tanto suspense?

Ouvi a porta sendo destrancada e agradeci aos céus por este momento.

Ou talvez tenha agradecido pelo momento seguinte, quando Patrick abriu e saiu de lá.

A blusa social apertava um pouco em seu peitoral e seus braços, e a bermuda jeans acrescentava na perfeição que ele estava.

- Uau - falo sem deixar de olha-lo. - Ficou incrível.

- Gostou mesmo, Ell? - Ele fala tentando inutilmente olhar para todo seu corpo.

- Gostei mesmo, Patty - Confirmo.

Nunca foi tão divertido vir ao shopping. Patrick me fazia rir a todo minuto. Eu acho que pode ser um pouco errado, mas pela primeira vez agradeci pelo que aconteceu com Patrick, pois se não fosse isso hoje eu não o teria aqui comigo.

De fato, podemos tirar coisas boas até dos momentos ruins que acontecem em nossas vidas.

Patrick.

Estávamos a caminho de uma loja cuja Ellen compraria roupas para Ela e Sandra.

Andávamos um ao lado do outro, tão próximos que eu podia sentir a pele do meu braço esquerdo queimar ao sentir o contado do braço de Ellen no meu.

Nossas mãos se tocavam e fez ou outra eu quase que as entrelaçava. Eu não conseguia me afastar e nem cogitava a idéia de fazer tal coisa. E me parece que Ellen também não.

- Ell, você tem namorado? - Finalmente consegui perguntar o que eu estava tentando desde que a vi entrar pela porta do quarto em que eu estava naquele hospital.

Ellen é tão encantadora, tudo nela é perfeito. Suas madeixas louras, seu sorriso, seus olhos, tudo. Seu jeito delicado e sua risada é apaixonante. Ellen é apaixonante.

Ela deu um risinho e me olhou apertando os olhos, mania que ela tem que a deixa bem mais linda. Em apenas dois dias conheci Ellen bem mais do que ela mesma a conhece.

- Não - Ela disse e eu sorri. Nossas mãos se uniram, eu as entrelacei e olhei para frente, feliz pela resposta. - Por quê?

Voltei a olha-lá e ela sorria. Senti uma vontade insuportável de beija-lá, mas não fiz.

- Por que assim sei que posso tentar sem preocupação alguma - Eu disse de uma vez.

- Tentar? - Ela fingiu ou realmente não entendeu.

- Tentar ser o seu namorado - Ela riu. Por que diabos ela riu?

Nossas mãos se soltaram e eu senti falta. Ellen entrou na loja e eu fui logo atrás. Fiquei um pouco afastado a olhando escolher as roupas e algum tempo depois fomos para o provador.

- Estarei aqui esperando você para desfilar pra mim - Eu disse com um sorriso encostado na porta da cabine onde Ellen estava.

Ouvi o barulho de chave e a porta se abriu, Ellen rapidamente ficou de costa para mim.

Não sou alguém muito religioso mas neste momento agradeci a Deus pela obra prima que Ele criou, chamada Ellen Pompeo.

- Fecha para mim? - Ela pediu quase que sussurrando.

Eu me aproximei. Me aproximei até demais. Bem mais do que podia. Segurei o fecho do vestido de Ellen e antes de fechar aproximei meu rosto do pescoço dela e inalei o cheiro que tanto me embriagava.

Ela suspirou e pude notar que ela ficara arrepiada.

Levantei rápido meus olhos e vi que Ellen havia fechado os olhos, sua boca estava entreaberta e sua respiração estava fraca.

Ellen.

As palavras de Patrick ainda ecoavam em minha cabeça e talvez isso tenha me deixado um tanto nervosa. Ele fechou meu vestido e segurou minha cintura me virando para ele. A porta da cabine foi trancada, fazendo assim meu nervosismo aumentar e borboletas enormes agora voavam em meu estômago.

Patrick me encostou na parede da cabine e encostou seu corpo no meu. Eu não me permitia abrir os olhos, não mesmo. Sua mão direita subiu para meu cabelo e a esquerda apertava minha cintura. Nossas bocas se uniram e Patrick pediu passagem com a língua, eu cedi. Não deveria, mas cedi.

O beijo pegou ritmo e intensidade, nossas línguas dançavam uma valsa, e eu queria mais, queria muito mais. Mas travei. Eu não podia fazer aquilo.

Afastei Patrick e minha deusa interior gritou de raiva. Sou uma perfeita idiota, eu sei.

- Não posso fazer isso. Não sei se você tem uma família... não posso fazer isso - Olhei pra ele e mordi os lábios na esperança que ele não ficasse bravo.

- Temos que ser só amigos então? - Ele perguntou passando o dedão sobre meus lábios.

- Sim - sussurei.

- Fica difícil com você em toda sua glória, você deixa tudo completamente difícil - Ele disse e senti meu rosto corar.

Logo estávamos nós, rindo de novo, andando pelo shopping com as mãos entrelaçadas.

Talvez esquecendo ou só ignorando tudo que eu havia dito a minutos atrás.

Até que eu vά Onde histórias criam vida. Descubra agora