Ellen.
Me joguei na cama e permiti que as lágrimas escapassem dos meus olhos. Minha garganta agora queimava por minha tentativa inútil de segurar os soluços que estavam presos ali. Olhei para a janela tentando inultimente buscar a a calma somente o céu poderia me ajudar com aquilo agora, precisava olhar as estrelas brilhando lá fora para ter a certeza de que tudo isso logo passaria.
Peguei meu celular e disquei o número de Sandra. Pedi ao céus que ela não estivesse ocupada. Eu estava prestes a desistir quando uma Sandra terrivelmente animada atendeu a ligação.
- Sol? Como você está? - Sua voz exageradamente animada denunciava que ela havia bebido. - Espero que...
Por Deus, eu juro que tentei segurar o choro na garganta, mas ele foi mais forte e se libertou. Os soluços foram altos e as lágrimas corriam rápido pelo canto dos olhos.
- Pode me dizer por que diabos você está chorando tanto assim? - Questionou.
- Eu o mandei embora - Minha voz saiu com tanta melancolia que nem eu acreditara.
- Do que você... - Ela ficou em silêncio. - Me explica isso melhor - Exigiu.
E eu comecei. Contei exatamente como aconteceu. Tudo. Sem por e nem tirar uma vírgula que fosse. Pude sentir o gosto amargo deslizar em meus lábios ao dizer como realmente é a vida de Patrick. A vida onde eu não estou.
- Mas pelo que entendi, você o mandou embora exatamente quando vocês estavam bem. Ou entendi errado? - Ela estava confusa. Eu estou confusa.
- Foi exatamente isso - Solucei. - Mas acontece que... sei que seria errado, mas eu faria. Eu... Eu estava prestes a cometer o maior pecado de toda a minha vida, mas travei quando ele perguntou se eu já havia feito amor. Quão ridículo é isso? - E mais uma vez as lágrimas fugiram dos meus olhos.
- Patrick perguntou se você já havia feito amor? - Ao ouvi-la questionar tal coisa me fez sentir um sentimento ruim mas ao mesmo tempo bom. Algo que ao mesmo tempo fazia borboletas voarem apressadas em meu estômago, me fazia querer vomitar.
- Sim, ele fez - Confirmei. - E eu o mandei embora. Disse a ele que ela estava o esperando. Que droga foi que eu fiz? Eu estou esperando por ele agora e quem é que vai lhe dizer isso? - Gritei deixando desvanecer toda raiva contida dentro de mim.
- Me deixe entender, o erro foi ele ter falado em fazer amor? - Pude ver o ponto de interrogação se formando na feição de Sandra.
- Sim - Apenas sussurrei. É difícil assumir algo tão simples, me faz perceber que estou dificultando tudo. - O que me faz pensar, se fosse então uma transa louca eu estaria com ele agora? Eu não o recusaria e teríamos feito sexo. É realmente isso, não é? - Perguntei para mim, mas esperando que ela respondesse.
Sandra ficou em silêncio por algum tempo. Esperei que ela me respondesse e depois de alguns segundos, assim ela fez.
- Se o que estou pensando, realmente estiver certo, acho que tenho uma resposta para você - Sua voz era doce, como se me avisasse o que estava por vim.
- E o que você está pensando? - Perguntei receosa.
- Você nunca fez amor, não é? - Constatou.
Fiquei quieta.
Naquele momento me faltou tudo. Principalmente ar. Senti minha garganta secar. Desejei que naquele momento algo me sugasse, mas não. Nada me sugou. Eu fiquei no mesmo lugar, com as mesmas sensações e medos estranhos dentro de mim.
- Ellen? - Sua voz calma ecoando no vazio do meu quarto. - Ei, sei que ainda está aí.
Eu tentei respirar calmamente, mas novamente senti a ardência em minha garganta por mais uma vez tentar segurar o maldito choro que tentava fugir.
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Até que eu vά
Romance𝘗𝘢𝘵𝘳𝘪𝘤𝘬 𝘋𝘦𝘮𝘱𝘴𝘦𝘺 𝘦 𝘌𝘭𝘭𝘦𝘯 𝘱𝘰𝘮𝘱𝘦𝘰 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘮 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘦𝘤𝘵𝘪𝘷𝘢𝘴 𝘷𝘪𝘥𝘢𝘴 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘲𝘶𝘪𝘭𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘢𝘵𝘦́ 𝘢𝘭𝘨𝘰 𝘪𝘯𝘦𝘴𝘱𝘦𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘰𝘯𝘵𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘭𝘦𝘴 𝘷𝘦𝘯𝘩𝘢𝘮...