Até que eu vά

𝑑𝑒𝑧𝑒𝑠𝑠𝑒𝑖𝑠

Tempo atual.

- James... - Patrick sussurrou para si.

Um choque grande atingiu Patrick, ele colocou a mão sobre a testa e massageou, mostrando sentir dor.

As memórias iam aparecendo uma atrás da outra em sua mente, a todo vapor, aquilo não parecia estar sendo bom para ele.

Cada nova memória que aparecia, uma pontada nova parecia atingir sua cabeça. Ele se virou e passeou com os olhos pelo play center procurando por Ellen, mas a figura feminina que antes estava sorrindo em cima de um cavalo no carrossel, já não estava mais ali.

Uma mão tocou seu ombro e ele se virou. Seus olhos se arregalaram espontaneamente e ele tremeu.

- Patrick. É mesmo você. Estamos te procurando a tempos, por você andou? O que aconteceu? - O homem mais velho o perguntava apreensivo.

- James, eu não posso mesmo falar agora, aconteceu bastante coisa mas não podemos ter essa conversa agora - Patrick disse ainda massageando sua testa e voltou a varrer os olhos pelo lugar a procura de Ellen.

- Mas me diga, onde você está? - James disse chamando a atenção de Patrick para ele novamente. - Está acompanhado?

- Sim. E eu não a encontro. Você pode me ligar? - James assentiu e ofereceu o aparelho para que Patrick anotasse o número.

Patrick anotou o número na agenda telefônica e devolveu o aparelho para o homem de pele escura.

- Se caso for uma voz feminina que atender, diz que quer falar comigo, aí posso te explicar tudo. Certo? - James fez que sim. Patrick estava prestes a se despedir quando o homem o interrompeu.

- Te ligo ainda hoje. Você precisa voltar logo. Eu preciso saber o que aconteceu - O homem disse preocupado.

- Tudo bem. Eu preciso ir agora - Patrick deu um sorriso sem jeito.

- Eu também preciso ir - James se apressou em dar um abraço amigável em Patrick, afinal, desde a morte dos pais do rapaz, ele a tomara como um filho. - Foi bom saber que você está vivo - Brincou e os dois riram.

Quando ambos já haviam tomado suas direções, Patrick se virou e o chamou novamente.

- Não diga há ninguém que me viu, por favor. Não por agora - James assentiu e então ambos tomaram seus caminhos.

...

Patrick andou pelo enorme lugar, procurando por Ellen em diversos brinquedos.

Sua cabeça ainda parecia querer explodir e ele massageava as têmporas. E então ele encontrou.

Seus olhos se encontraram com o um ser pequeno brincando com os dedos na fila de uma carrocinha de pipoca. Ele sorriu ao ver sua feição angelical e se perguntou como podia ter tanta sorte e azar ao mesmo tempo. Sorte por tê-la e azar por correr o risco de perde-la. Um medo súbito o invadiu. E se ela simplesmente o mandasse ir embora? E se ela não quisesse vê-lo nunca mais?

Ele começou a caminhar em direção a ela, mas sua visão começara a embaçar. Sua cabeça girava e a dor aumentara. Patrick parou por alguns segundos e procurou pelo ar que agora lhe faltava. Ele tentou caminhar novamente, mas então sua visão se foi de vez.

...

- Ei... - Ellen sussurrou assim que Patrick começara a abrir os olhos. - Como está se sentindo?

- Onde eu estou? - Sua voz rouca saiu em um sussurro.

- No hospital. Você desmaiou - Ela o acariciou no rosto lentamente.