CAPÍTULO 02
Após o ocorrido na hora do almoço, meu digníssimo patrão não deu mais as caras a não ser faltando uns dez minutos para eu ir embora ..
-- Nao jantarei em casa .( ele avisa dá as costas e vai ) .
Assim que ele sai tomo a liberdade de imitar ..
-- "" Não vou jantar em casa "" ( faço uma voz diferente) Verinha ri e fala
-- Ah menina, tome juízo ..
-- Apenas um pouco de humor, desde a hora que ele chegou que essa casa parece está de luto.
Junto minhas coisas para ir embora, dou um beijo no rosto de Verinha, um abraço em Osvaldo, e jogo beijo para Georgia,ela ainda está brava comigo por causa do esporro que recebeu.
Antes de cruzar o portão de saída já coloco meu fone no ouvido para satisfazer meu vício de música, já estava em abstinência.
Assim que chego na porta da minha casa já sinto cheiro daquela sopinha de legumes que só avós sabem fazer, e então sinto aquela famosa paz, e satisfação de está em meu lar .
-- Boa noite minha vó, sua benção.( falo assim que entro e vejo minha vó na cozinha) mexendo nas panelas ela se vira, seca suas mãos no avental que está preso sobe uma saia floral que vai até suas canelas finas .
-- Deus te abençoe minha neta, como foi o serviço hoje?( ela fala e logo me dá um beijo na testa)
-- Vozinha tenho muitos babados para te contar sobre hoje, mas primeiro deixe-me tomar um banho e te conto tudo tomando essa sopinha que está cheirando lá no portão.
Nossa casa é bem simples e humilde, o portão é seguido daqueles muros baixos que até uma criança consegue pular, do portão até a varanda tem um caminhozinho curto dos lados é cheio de flores e plantas, tem comigo ninguém pode, tem copo de leite, tem espada de São Jorge e um pezinho de rosa branca também, já na varanda tem aquele piso vermelho que parece barro, uma parede branca e uma rede pendurada, a casa é pequena composta por dois quartos , um banheiro a sala e a cozinha e o quintal atrás que é cheio de árvores frutíferas, temos goiabeira, amoreira e um pé de manga espada , além da pequena hortinha da minha vó, enfim é um lugar que te trás aconchego .
Já de banho tomado e com minha camisola que vai até o pé, que segundo minha vó é para espantar namorado me sento ao lado dela que já colocou na mesa nossos pratos de sopa e uns pedacinhos de pão para molharmos na sopa enquanto ela esfria um pouco, a só mais um detalhe, minha avó tentou corrigir a minha boca nervosa a vida toda, mas acreditem eu aprendi a ser assim com ela, ela tem 72 anos, mas é de uma saúde e de umas respostas bem pensadas que só Deus na causa .
-- Então vamos lá Clara, quais são aqueles tais de babados que você iria me contar.
-- Ah Senhora acredita que estava eu na minha melhor perfomance de cantora de banheiro , quando meu patrão chegou ?! ( falo agora rindo) porque agora tem graça, mas na hora não tinha .
-- Minha nossa senhora de Cássia, e ae ?
-- E ae que o homem ficou uma fera de bravo, e insinuou que eu fosse muito menina e que não daria conta do serviço.
-- Você não respondeu ele né Clarinha ?
-- Ora, com toda certeza do mundo que sim, mas o pior foi nosso confronto na hora de servir o almoço .
Conto para ela nossa conversa bastante agradável no almoço .( claro que isso foi sarcástico)
-- Ai meu pai eterno, desse jeito você não irá ficar lá nem mais um mês.( ela fala rindo ) só mais um detalhe vozinha é católica quase uma beata , então a maioria de suas expressões irão ter santos no meio .
-- Se eu não ficar corro atrás de outro .
-- Mas me conte, como seu patrão é?( ela pergunta ) e então focalizo meus pensamentos nele hoje quando saiu, vestido com uma calça jeans preta, blusa social de manga preta , enfim todo de preto, a única luz que tem nele são do azul que irradia em seus olhos.
-- Vó, ele é um homem arrogante .( e é só o que tenho para falar)
-- Só isso ? ( ela me encara)
-- Até o presente momento sim, tivemos pouco tempo hoje .
Ela me olha e continua a tomar sua sopa, mudo de assunto antes que ela venha com suas pérolas de avó .
Acabamos de jantar, enquanto arrumo a cozinha minha vó foi guardando as louças, sentamos no sofá , assistimos novela e as 22 horas já estávamos as duas nos braços de Morfeu dormindo .
As 05:00 da manhã meu abençoado despertador toca, quase taco ele na parede , posso dormir 12 horas que ainda continuo com sono, mesmo tendo o hábito de acordar cedo .
Tomo um banho e lavo meus cabelos ruivos natural, sou branca igual leite , daquelas ruivas que tem sardinhas pelo corpo, antes eu me importava em passar maquiagem para tampar as que cobrem minha bochecha, mas hoje em dia não me importo mais, mais um detalhe sobre mim, eu tive apenas um namorado em minha vida ele foi meu primeiro beijo meu primeiro e único sexo, terminamos porque com três anos de namoro ele queria casar, e eu disse que não abandonaria minha vó e meus estudos, essas são minhas prioridades e como não eram as mesmas que a dele decidimos que seria melhor assim, tem dois meses que isso aconteceu, se eu sofri? Creio que não, eu me dei bem desde nova com a ausência dos meus pais, então não é qualquer coisa que me abala, mas não estou interessada em outros relacionamentos tenho objetivos e é nisso que estou focada.
Assim que chego no serviço vou ao banheiro me trocar, passo pela sala, viro o primeiro corredor a direita e a cena que vejo me faz deixar meu celular cair no chão.
-- O que faz aqui? ( ele vociferou) . Com a voz trêmula e o psicológico abalado eu respondo:
-- Eu, só ia me trocar.
Ele nada fala, apenas sai com a mesma cara amarrada de ontem me dando acesso ao banheiro, quando entro o cheiro de seu sabonete e sua colônia estão impestiados lá, é um cheiro másculo, de homem que combina exatamente com ele.
Já uniformizada passo igual um foguete pelo corredor varrendo a cena que presenciei de minha mente, eu devo ter chego na cozinha igual um trem bala, porque assim que entro Verinha pergunta :
-- O que aconteceu Clara? Está tudo bem?
Olho para um lado e para o outro e então cochicho:
-- Você não sabe o que acabei de ver.
-- Fale logo muleca ..
-- Cheguei e fui ao banheiro trocar a roupa, vestir o uniforme na verdade, e me deparei com seu chefe no corredor apenas com uma toalha cinza enrolada na cintura .
-- Nosso chefe? E ae? O que ele fez?
-- Ele? Nada, apenas me perguntou o que eu fazia alí, eu respondi e ele saiu com a cara azeda de sempre, e por falar nisso, meu celular, caiu no chão e eu fique tão atordoada que não peguei.
-- Clara, cuidado com seus passos, por favor, seja mais saiba com suas atitudes.
-- Eu não fiz e nem falei nada dessa vez, o homem das cavernas que.. ( antes de eu completar a frase ele entra e graças a Deus a tempo de não escutar o que eu ia dizer).
-- Seu celular, e espero que quando disse homem das cavernas não esteja se refirindo a min.
Engulo seco.
-- Não, claro que não, era de um ex namorado, né Verinha?
-- Sim, era sim.
-- Desejo que a intimidade qual se tratam seja estritamente usadas somente com vocês, Ana Clara por favor traga-me uma xícara de café em meu escritório.
Assim que ele sai pergunto para Verinha.
-- Como ele gosta do café?
-- Forte e com duas pedrinhas de açúcar.
-- Ok.
-- Abra seus olhos menina, ele está testando você, e acredite enquanto ele não estiver satisfeito com seus serviço ele não irá parar de te solicitar, ele sempre faz isso com as novatas.
Reviro os olhos, pego a xícara de café e vou até seu escritório, chego próxima a porta que está fechada e escuto ele dizer que irá viajar amanhã(quinta-feira ) e volta no sábado de manhã
Ele ainda está ao telefone, fico em dúvida se devo ou não entrar com ele falando, mas se eu demorar o café esfria e então ele vai brigar, dou duas batidas na porta.
-- Entra.
Entro coloco a xícara em sua enorme mesa de madeira escura, seu escritório parece daqueles filmes de terror, chega a dá medo, dou as costas para poder sair logo dali, até porque minha mente só sabe lembrar dele de toalha.
-- Ana Clara por favor sente-se aqui, preciso lhe falar.
Com as mãos suando frio sento-me de frente para ele que dá uma golada em seu café.
-- Está forte demais. Da próxima vez use menos pó.
Minha vontade é de dizer, não fale isso para min seu babaca não fui eu quem fiz, mas para não colocar Verinha em maus lençóis me calo.
-- Ok! ( falo seca )
-- Caso não tenha reparado, Senhora Geórgia esta ausente e ficará a semana inteira, teve um problema familiar e precisou urgente de se distanciar do serviço até a próxima semana, sábado receberei uns convidados aqui em casa, serão seis homens, peço que durma aqui e ajude a Vera nos coquetéis, pagarei extra para isso, mas preciso que se empenhe, será um jantar de negócios .
Tendo pagamento extra é claro que topo .
-- Ok, estarei a disposição.
-- Sendo assim não precisarão de vir trabalhar nem quinta-feira nem sexta-feira já que não terá ninguém aqui.
-- Tudo bem. ( estou adorando isso, folga descansar e passar mais tempo com minha avó)
-- Avise a Vera por favor.
-- Sim..
-- Agora pode ir.
Me levanto e saio, entro no banheiro para fazer xixi e lá está a toalha cinza pendurada, corto o xixi e vou para a cozinha , preciso limpar minha mente, esees dois dias sem ver ele me ajudarão com isso, assim espero.
O resto do dia foi tranquilo, sem mais reclamações, hoje ele estava educado, e conseguimos manter assim até o final do expediente.
Vou para a casa feliz da vida por saber que terei dois dias de folga..
-- Bença minha vó.. ( entro falando sem ver ela ainda)
-- Deus te abençoe minha filha. ( pelo eco sei que ela está no banheiro)
Entro pro meu quarto para esperar minha vó sair do bannheiro para que eu possa tomar o meu banho.
-- Vozinha? Vamos tomar um sorvete? ( pergunto assim que saio do banho )
-- Mais e a janta minha filha?
-- Não se preocupe, a gente come algo na rua.
E assim nós fomos a sorveteria nova que abriu dois quarteirões de nossa casa.
-- Como foi seu dia hoje? ( ela pergunta)
-- Um pouco incomum.. ( falo lembrando da cena do senhor ranzinza de toalha).
-- É mesmo? E o que quer dizer incomum?
-- Nada de muito importante. ( minto) jamais direi a minha vózinha que vi o meu chefe com uma toalha somente.
Tomamos nosso sorvete, demos boas risadas, ela me perguntou do Júnior e eu disse que ele deve está bem, e que eu não sinto nada mais por ele, já passou (minto) mas não me dói, eu até lembro dele, mas é só lembranças, um homem que não aceita minha vó, não merece me ter .
Já em casa deito ao lado de minha vó .
-- Vou ter que dormir no serviço sábado, mas vou ganhar um extra por isso. ( falo)
-- É? E porque?
-- Segundo o chefe ele terá um jantar de negócios importante , e a governanta está ausente por problemas pessoais, sendo assim sobrou para min.
-- Mais você irá dormir sozinha com ele? ( ela pergunta assustada)
-- Não, Dona Verinha também irá..
-- Vá com a camisola espanta namorado em. ( ela fala rindo e seu corpo se sacode ao efeito do riso) dou uma risada cúmplice a ela, mas eu jamais iria com aquela camisola, não que eu tenha intenção de aparecer para alguém, mais pelo amor de Deus, ela é para usar em casa e só.
Sexta eu acordo cedo e saio, vou até a lojinha da Vila para poder comprar um pijama, nada muito sexy, apenas apresentável.
O resto do dia passei em casa com minha avó, antes de dormir ajeitei minha bolsa, coloquei o pijama duas calcinhas, dois soutien uma roupa extra e o uniforme, dei um beijo na testa de minha vó e fui dormir.
Sábado chego no serviço e sou a primeira a chegar a não ser por Osvaldo que está sempre lá, penso se ele não mora aqui, porque qualquer horário que você chegue nessa casa, ele está sempre a posto.
-- Bom Dia mocinha. ( ele fala me abraçando)
-- Bom dia Osvaldo .( lhe dou um abraço) ele fica meio sem jeito.
-- O Sr Bittencourt já chegou e disse que assim que você chegasse era para poder ir ao escritório dele.
-- Tudo bem. ( reviro os olhos)
Vou até seu escritório, mas o encontro na sala.
-- Bom dia .( digo sem muito empolgamento)
-- Bom dia, sente-se preciso te dá umas instruções.
Me sento de frente para ele e fico agurdando ele falar .
-- Preciso de sua sinceridade, Vera caiu hoje vindo para o serviço, quebrou o pé e irá ficar ausente por alguns dias, o serviço da cozinha hoje será somente seu, então seja sincera comigo você dá conta?
Arregalo meus olhos, não de medo do serviço e sim por preocupação por causa da Vera, e no calor do momento pergunto.
-- A Verinha está bem? Curto e muito grosso ele me responde.
-- Não foi isso que te perguntei, vou perguntar mais uma vez, você dá conta?
Bufo de raiva, sinto meu rosto queimar.
-- Eu sei que não foi isso que me perguntou , mas eu me preocupo com as pessoas que eu gosto, por isso perguntei primeiro sobre Vera, e a questão de eu dar conta, claro que sim, apenas me diga o que queres servir aos seus "amiguinhos" que eu o farei. ( aquele velho tom autoritário que me acompanha mais uma vez falou por min) ele arqueia uma sombracelha, alisa sua barba que está por crescer e se eu não me engano vejo uma leve curva em seus lábios que desaparece muito rápido também .
-- Para entrada quero canapés, quero um ceviche de camarão como entrada, e se você souber fazer quero uma feijoada de frutos do mar.Você consegue?
Feijoada de frutos do mar? Nunca nem ouvi falar.
-- Claro que sim. ( digo não muito convicta) mais jamais direi que não sei, nada que uma passeada pela internet me mostre uma receita e eu possa segui-la.
-- Ótimo, escreva tudo que irá precisar e dê ao Osvaldo ele irá comprar.
-- Ok.. ( não sei o que devo usar, mas vamos lá)
-- Pode ir se trocar e ir para a cozinha, e hoje não irei almoçar em casa, então terá o dia todo livre para poder planejar o jantar.
-- Tudo bem.
Visto meu uniforme, faço uma busca na internet, passo os ingredientes necessários para Osvaldo, e enquanto ele vai ao mercado eu fico estudando a receita e qual tipo de vinho irá combinar.
Vestido de MIB homens de preto, ele entra na cozinha e diz:
-- Estou saindo, esse cartão ficará com vocês para que seja necessário comprar alguma coisa, a senha é 226703 ..
Olho para ele por cima dos olhos e digo.
-- Ok. Você irá demorar a voltar? ( pergunto para saber se conseguirei ligar uma musiquinha para relaxar. )
-- Saber meu horário de chegada e saída não é algo que está incluso no seu contrato, você precisa apenas absorver informações que eu te passo, essa é desnecessária, eu estarei aqui, quando for a hora.
Novamente aquela palpitação e a fobia, e ele parece esperar pela minha resposta, pois encosta no batente e fica a me olhar .
-- Não me interesso mesmo na sua vida pessoal, só queria saber para poder manter em ordem a cozinha, mas como isso não faz parte da minha contratação, não perguntarei novamente, e agora com sua licença vou focar no que relamente importa aqui..
Ele franze a testa me encara, chega a abrir a boca, mas logo a fecha e sai.
Pedi para Osvaldo comprar um pouco a mais do que vou precisar para que eu faça o teste primeiro, e acreditem eu consegui, pelo menos ao meu gosto ficou bom, não sei se irá agradar o Senhor das Trevas.
Ele marcou o jantar as 20 horas, exatamente 19:00 estava tudo pronto. Sentei um pouco e o ranzinza aparece.
-- Vista esse uniforme, creio que servirá em você.
-- Posso tomar um banho?
-- Deve. ( ele fala e sai)
Vou ao banheiro tomo um banho e só depois que estou de banho tomado que vejo a roupa, se trata de uma calça preta social e uma blusa social preta lisa de botões, ele é bom em visualizar corpos e advinhar o tamanho pois acertou o meu, a roupa ficou justinha , gostei, faço um rabo de cavalo um brilho labial que eu trouxe e tá ótimo retorno para a cozinha.
Ele entra silencioso e eu não vejo, começo a cantar enquanto arrumo os canapés..
-- "" Foi o seu olhar o que me encantou, quero um pouco mais desse amor ""
-- Espero que você não cozinhe como canta .
Dou um pulo de susto..
-- Aí que susto. ( coloco a mão no peito)
-- Pode ajeitar a mesa, em 15 minutos eles chegarão, e eu preciso de ter algo para oferecer.
-- Ok..
-- Já selecionou o vinho?
-- Sim.. Um Château Bolaire bordeaux, um francês.
-- Ótima escolha.
Coloco os canapés na mesa, um balde com gelo e o vinho dentro esse se bebi gelado.
Me retiro e volto para a cozinha, fico batento papo com Osvaldo até ser solicitada, aos poucos os convidados foram chegando , a maioria deles são homens mais velhos do que ele , que me dão olhares estranhos nas horas que passo pela mesa.
Estou agora na cozinha mexendo em meu celular e me lembro de um fato muito importante, se Verinha não vai dormir aqui, significa que dormirei só eu e o Rodrigo, isso é preocupante(....)
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Escrava do Desejo
RomanceMinha vida é comum no mundo onde vivemos, assim que nasci tive pouco contato com meus pais, segundo minha amada vó materna, eles disseram ser muito novos para criar um filho, disseram que iriam atrás de seus sonhos e voltariam, pois bem tenho...