Capítulo 15
Ao chegarmos ao Rio de Janeiro achamos seu carro no estacionamento do aeroporto, segundo ele deixou ele alí para que quando chegasse tivesse acesso imediato a ele, sendo assim peço para que Rodrigo me deixe em casa já que o mesmo queria que eu fosse direto para a casa dele .
-- Não, eu preciso ir em casa, preciso desse momento, me entende?!-- Claro que sim, quando quiser vir pra cá me ligue.
-- OK, obrigada!
Com um gesto de gratidão por ter tornado minha viagem mais interessante aliso de leve seus braços até sua mão que ele gentilmente agarra as minhas e planta um beijo nela .
-- Fique bem!
Dou-lhe um breve sorriso e desço do carro com minhas malas nas mãos , lentamente busco minha chave na bolsa de colo e abro o portão, respiro fundo e sinto um aperto no meu peito, se ela estivesse aqui o cheirinho de café estaria saindo aqui para fora, olho para a rede na varanda e me lembro as vezes que ela me balançou nessa rede contando inúmeras histórias para min, ao chegar próxima da porta da sala sinto um cheirinho de café vindo de dentro de casa, meto a mão na maçaneta e ela está aberta, não querendo acreditar no que está por vir jogo minhas malas no chão e entro e o que vejo me deixa perplexa com a tamanha cara de pau.
-- O que vocês fazem aqui? ( digo com as mãos trêmulas)-- Minha filha, estávamos te esperando para conversarmos. ( minha mãe diz)
Eu não consigo crer no que estou vendo e ouvindo!
-- Filhaaaa? Vocês só podem ter perdido a noção da vida!( digo passando as mãos pelo meu rosto).-- Ana Clara já é hora de sentarmos para conversar! ( meu pai vem se aproximando.) aos poucos me Afasto para evitar qualquer tipo de contato deles.
-- Conversar? A essa altura da vida? Por favor me poupem, eu quero saber o que fazem aqui!! ( digo me exaltando)
-- De começo essa casa pertenceu a minha mãe e meu pai, e assim como você temos o direito de ficar aqui. ( meu pai diz de braços cruzados encostado na bancada da cozinha)-- Sabe o que me choca? É você só lembrar que tinha mãe quando ela estava quase morrendo , isso se o motivo da morte dela não tenha sido sua visita inesperada! ( digo contendo as lágrimas que teimam em cair) e eu com toda força que tenho seguro, não posso demonstrar fraqueza, é hora de ser forte!
-- Olha quem fala, no dia que eu vim ela estava sozinha em casa a noite e você onde estava? Não cobra o que você também não fez!
Agora ele mexeu com toda fúria que eu guardo dentro de min, e nesse momento está para explodir um monstro qual eu desconheço mas tenho medo!
-- Malditos, a culpa é sua, foi nesse dia que ela passou mal, ela estava bem, e eu estava trabalhando. ( estou descontrolada)-- Olha o respeito, ainda sou seu pai, aceite o fato de que sua vó já estava ruin, e agora voltaremos a morar aqui e se quiser terá que conviver conosco aqui.
Totalmente descontrolada grito:
-- Vocês querem a casa?! OK.. Terão . ( arranco meus sapatos de salto dos pés) e minha primeira bordoada é na televisão que trinca toda a sua tela, pego o abajur jogo no chão, vou até meu quarto quebro minha minha televisão também enquanto eles vêm atrás de min me chamando de descontrolada, pulo a janela do meu quarto Caio no quintal e corro para a cozinha, abro os armários e jogo tudo no chão, copos, pratos liquidificador micro-ondas enquanto grito :
-- VOCÊS QUEREM A CASA? POIS QUE FIQUEM, MAS TERÃO QUE COMPRAR TUDO!!!
Com muita dó pego a cafeteira velha de minha vó que ainda tem um líquido dentro e jogo no chão !
-- Você está maluca. ( dessa vez quem grita é minha mãe ) .
Meu pai vem pelo quintal e me puxa para me segurar.
-- ME SOOLTAAAA, VOCÊS NÃO FICARAM COM NADA DE MINHA VÓ!! (na tentativa de me desvencilhar do meu pai escorrego no café que molhou o chão quando joguei a cafeteira e sinto o ardor nos meus pés mas a raiva é tanta que não sinto dor)
Meu pai me puxa para me levantar, me segura com força e me arrasta para a sala, enquanto saculeja meu corpo e diz:
-- Que merda você acha que está fazendo?!
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Escrava do Desejo
RomanceMinha vida é comum no mundo onde vivemos, assim que nasci tive pouco contato com meus pais, segundo minha amada vó materna, eles disseram ser muito novos para criar um filho, disseram que iriam atrás de seus sonhos e voltariam, pois bem tenho...