Capítulo 22
Ela se foi, fico com o carro parado por uns segundos na esperança de que ela volte, mas não ela fecha a porta atrás de si e entra para dentro de sua casa.
Antes de acelerar com meu carro pego no porta-luvas um charuto, acendo e agora sim adentro cidade a fora, ando sem rumo para poder deixar a mente tranquilizar, tento ligar o som para colocar qualquer música para me acalmar, mas ela não é bem vinda agora, e mesmo se fosse nada fala mais alto do que o martelar de meus pensamentos, eu não deveria sentir tanta raiva, eu fui um cara sincero, joguei limpo sempre, ela poderia fazer o que quisesse, menos se apaixonar.
-- PORRA!
soco com força o volante esbarrando na buzina fazendo um imenso estrondo pelas ruas do Rio de Janeiro, mudo a rota e volto para meu castelo negro e vazio e fica ainda mais sem sua presença encantadora.
Afim de me embreagar encho um copo de whisky, viro um copo até dois, mas no terceiro a conciência me retorna, eu tenho compromissos não vale a pena.. Não vale.
Tomo um banho visto uma calça de moletom e Organizo minhas coisas para minha futura viagem.
Chego a São Paulo e vou direto para o cassino daqui resolver uns problemas, o que eu achava que seria um dia acaba virando uma semana, estão deixando de menor entrar no local, e isso pode me complicar, sabemos que no Brasil não temos "jogos de azar" liberado, sendo assim meu negócio é como um bar que contem bons jogos, carteados e etc, morre um dinheiro alto para não termos encheção de saco na questão de apostas em dinheiro, mas entrada de menores é algo que implica em uma situação ainda mais difícil , tive que demitir algumas pessoas, admitir outras e esclarecer certos tipos de regras quais não foram compreendidas, mas o que me surpreendeu nessa ida a São Paulo foi por coincidência encontrar um conhecido de faculdade, não fazíamos o mesmo curso, mas fazíamos no mesmo local..
-- Rodrigo? ( ele me aborda de forma desconfiada) talvez por está em duvida de ser eu ou não, eu logo reconheci tenho uma memória excelente.
-- Luiz Gustavo.. ( pego na mão dele)
Logo ele abre um sorriso largo sabendo que ele está certo ..
-- Quanto tempo.. Como você está?
Sorrio lembrando que se a pergunta fosse feita a umas semanas atrás , seria uma resposta positiva..
-- Vou seguindo.. ( digo sem mentir).
-- O que faz perdido aqui? Topa um chopp?
Normalmente eu diria que não , mas como estou atoa e não terei mais o que fazer durante todo dia aceito.
Já no bar meio a assuntos trocados descubro que ele se formou em psicologia, dou uma arqueada de sombrancelha , talvez fosse um exato momento para dizer dos meus problemas? Não..
Enquanto conversamos ele facilmente me manuseou e chegou em um assunto delicado para min, foi quando ele me perguntou se eu casei .
-- Não, não cheguei a casar, mas não sei se foi bom ou ruim.
Já corto o assunto e imendo em outras coisas, mas ele como um profissional persistente insiste.
-- O que te faz chegar a essa conclusão?
Eu nunca falei disso para ninguém, são problemas meus, a única pessoa que sabe é Osvaldo, mesmo assim porque ele esteve em minha casa na época, mas existe um porém que muda toda história.
-- Um acidente, onde perdi meus pais e ela.
( digo olhando para a mesa sem encarar ele).
-- Olha, vou te deixar meu cartão, isso não é assunto para se tratar aqui, caso queira uma experiência com um psicólogo apareça a hora que quiser, se gostar a gente faz umas sessões.
Dou uma risada eu nunca me imaginei recorrendo a ajuda de um psicólogo, mas não é uma má idéia, uma única experiência não mudará muita coisa.
Tomamos alguns chops e fui embora para meu quarto de hotel, revejo algumas coisas em meu notebook, nada que não seja novidade, é apenas uma forma de tentar distrair minha mente, porém não funciona muito, ei gostaria de ter minha luz por perto, já posso imaginar varias formas de distração com ela aqui, mas infelizmente é algo que está fora do meu alcance, ela está decidida, não me procurou e ainda teve a ousadia de devolver a quantia de dinheiro para Osvaldo, um sorriso escapa de meus lábios, são por essas e outras atitudes que eu tenho plena convicção de que será mais difícil do que eu imaginei não tê-la por perto.
Depois de uma noite em claro pensando dela decido que eu devo ir encontrar o Luiz Gustavo, as palavras fortes dela ecoraram em minha mente.
No consultório assim que chego sou passado na frente de todos os pacientes, não acho justo, mas confesso que é uma situavao confortável .
-- Eu sabia que viria. ( Ele diz assim que entro) sorrio sem ter muito o que dizer.
Ele me auxilia a deitar em um divã desconfortável eu me deito e fico esperando o próximo passo..
-- Quando se sentir a vontade comece..
Fecho meus olhos e deixo que minha mente retorne a alguns anos atrás ..
Estou feliz, acabo de receber um SIM como resposta do pedido de casamento, mas meu problema volta a rondar minha mente, eu deveria contar sei que sim, mas se eu falar ela poderá me negar, ela não vai querer um cara oco infértil, e seu disser que não sabia? Estou sendo um cafajeste sei que sim, mas eu irei dizer, só não sei quando mas eu direi..
Abro meus olhos estou suando, Dr Luiz Gustavo me olha com naturalidade.
-- Consegue dizer algo? ( ele me pergunta)
-- Eu tinha tudo em mãos, mas perdi, perdi a mulher que eu amava, perdi meus pais e desde então me encontro em total luto, mas o que mais me machuca e me faz desacreditar de qualquer possibilidade de um novo relacionamento não é isso..
Ele digita algo, e se vira para min. .
-- Consegue continuar?
Consigo, eu estou confortável para falar..
-- Eu vivi sem ninguém em minha vida até conhecer Ana Clara, a menina que mudou toda minha mente, mas eu não consigo me entregar.. Não consigo.
-- E o que te impede?
Sinto uma forte dor no peito.. Falar disso não é fácil, não mesmo.
Eu não consigo mais.
-- Não, por hoje não .( digo exausto mentalmente)
-- Ótimo, volte amanhã? Você vai embora que dia?
-- Em uma semana.
-- Te espero amanhã.
Vou para o hotel a cabeça está a milhão assim como meu coração, foi como retornar ao meu passado verdadeiramente , e todo os sentimentos retornaram feito um tiro em meu peito, conclusão de mais uma noite sem dormir.
Mais um dia outra consulta, deitado no divã recomeço de onde parei.
-- Ela estava grávida ! ( digo)
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Escrava do Desejo
RomanceMinha vida é comum no mundo onde vivemos, assim que nasci tive pouco contato com meus pais, segundo minha amada vó materna, eles disseram ser muito novos para criar um filho, disseram que iriam atrás de seus sonhos e voltariam, pois bem tenho...