Capítulo 11

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Capítulo 11

Saio da casa de Rodrigo rindo internamente, se vocês pudessem ver a cara dele iriam entender o porque dessa ótima sensação, esse é o tipo de homem que não aceita e nunca é contrariado deviado a sua postura de bad boy, então quando isso lhe ocorre ele fica com aquela cara de quem não está acreditando que aquilo está acontecendo é engraçado.
Chego em casa animada depois de tantos dia,  LIGO o som e começo  a dançar feito louca em frente ao espelho,  como estou no modo agitada ativado resolvo arrumar a casa para receber de volta a minha avó,  dou uma faxina geral,  está  tudo limpo  e cheirosinho seu quarto  está  perfeito para sua volta, coloquei até sua cama perto da porta para caso de eu precisar dormir no quarto com ela ter uma espaço  no chão  para o colchão e tambem assim ela fica proxima a porta para ir ao banheiro e etc..
De banho tomado peço  algo para comer  e logo vou me deitar  .
No outro dia acordo com um aperto  no peito,  faço  uma prece para Nossa Senhora Aparecida  pedindo que olhe pela minha Avó  e faça o melhor para ela.  O dia hoje parece que passa devagar preciso  urgente que ele corra para dá  o horário  de ver a minha avó.  O horário  de visita é  as 14 horas,  as 13:20 saio de casa , pego o ônibus  e quando chega  no bairro após  o meu  a merda do ônibus  estraga,  isso mesmo,  ele estraga fazendo com que isso me atrase e eu só consiga chegar ao hospital as 14:30 , coloco os pés na entrada do hospital e sinto um arrepio no corpo e uma leve brisa sopra em meus cabelos  fazendo involuntariamente uma lágrima  escorrer dos meus olhos deixando  uma sensação  de paz mas ao mesmo tempo um aperto muito grande no peito.
Entro  correndo no hospital  e logo me deparo com o Dr Elber .
-- Ana Clara,  tudo bem?
-- Oi,  eu preciso  ver minha Vó.
-- Ela está  com visita,  já  devem está  saindo .
-- Visita? ( pergunto)
-- Sim,  um rapaz.
Claro deve ser Rodrigo,  ele pegou afeto pela senhoria Geralda.
O estranho é  que mesmo eu estando aqui e  sabendo que minha avó  está  bem ainda não  deixei de sentir os calafrios e a sensação  estranha  , vou ao banheiro e quando volto  vejo uma correria  estranha no hospital  e logo o Dr Elber entra no C.T.I.  vejo tudo confuso,  enfermeiros entrando mais um médico , e parece que alguém pega em minha cabeça  e vira meu rosto para o canto esquerdo do hospital e lá  vejo um rapaz encostado na parede com uma mulher alisando seu rosto,  como uma fita cassete que você dá  ré  vejo cenas de minha vida passando até  chegar o dia que nasci e um breve rosto se destaca em minha mente seguido de uma foto,  sim uma foto que minha avó me mostrou e acabo ligando uma coisa a outra,  MEUS PAIS! 
Me levanto mas não tenho forças para sair do lugar parece que pregaram meus pés e sapatos no chão , e por um segundo nossos olhos se cruzam , primeiro meu pai , depois minha mãe que vira para min e eu descubro  pela minha primeira  vez que os ruivos do meu cabelo vem dela, nossos olhares são atrapalhados quando Dr Elber reaparece e me chama :
-- Ana Clara, por favor pode vir comigo?  ( desvio o olhar dos meus pais e caminho até ele e seguimos para sua sala ).
-- Por favor só peço que seja direto! ( digo já chorando) 
-- Olha,  assim que a vista saiu do quarto sua avó  os batimentos cardíacos dela começaram a subir e isso acarretou em uma parada cardiorrespiratória,  tentamos de toda forma a ressuscitação, mas infelizmente ela não aguentou.. E veio a falecer..
Do jeito que eu estava eu continuei flashs de pensamentos começaram a passar em minha mente, minha avó eu pequena , meu avô,  perda do meu avô,  o aparecimento dos meus pais e logo a morte da minha avó,  a única coisa que vem em minha mente agora é  que eles SÃO CULPADOS . Sim a culpa é deles,  ela estava bem,  foi só ele aparecer , ele tirou a vida da minha vó,  e as lágrimas que desciam do meu rosto se secam e dão lugar a uma grande revolta , Dr Elber toca em minhas mãos e sussura um sinto muito.
-- Quais procedimentos devo tomar agora? ( digo a ele).
-- Primeiro providenciar uma roupa para ela e os documentos depois a capela, e o local do enterro .
Essas palavras me trazem um choque muito grande,  eu não sei por onde começar, sou sozinha não sei como providenciar..
-- Precisa de ajuda?  ( ele diz solidário)
-- Acho que sim,  eu não sei por onde começar..
-- Você é sozinha? ( ele pergunta)
-- Sim,  éramos apenas nós duas. ( e a emoção me comove.)
-- Você conhece aquele rapaz que a vistou por último? 
Respiro fundo e apenas digo:
-- Apenas por nome.
-- Esse é me cartão, pro que precisar é só me procurar.
-- Obrigada.
Saio de sua sala desolada , vou até a saída  do hospital e quando saio as pessoas que dizem ser meus pais me abordam.
-- Ana Clara..
Olho para trás mas antes seco as lágrimas,  fecho a vara e fico encarando eles.
-- Você sabem quem somos? ( minha mãe fala).
Balanço a cabeça em negativa e digo.
-- Não e não tenho a mínima intensão de saber.
Continuo andando em direção a saída do lado de fora do hospital e escuto uma resposta falha.
-- Somos seus pais. ( dessa vez quem fala é meu pai)  me viro com sangue nos olhos e respondo:
-- Meu PAI morreu a 6 anos atrás, conhecido como Sr José Maria,  e minha mãe acaba de falecer hoje por causa de um irresponsável que sumiu a vida toda e decidiu aparecer para poder sacramentar a morte de sua carne hoje,  porque sua alma faleceu no dia que esses dois pilantras sumiram no mundo sem dar notícias deixando para ela uma criança,  mas isso teve um lado bom porque essa criança cresceu com CARÁTER  diferente das pessoas que escarraram ela no mundo,  e agora de me dão licença tenho que providenciar a roupa velorio e enterro de minha mãe.
Dou as costas com o coração batendo forte a sensação é de que ele vai pular para fora de minha boca de tão acelerado,  o meu desespero é tão grande de sair daqui que pego o primer ônibus que passa e só me dou conta disso quando ele chega em seu ponto final, sento na calçada e não sei o que fazer estão tão perdida e desesperada que a única opção que me resta é ligar para Rodrigo ele é o único que eu tenho agora para poder me ajudar e auxiliar.
LIGO uma vez e não atende, LIGO duas e não atende LIGO a terceira e a chamada acaba sendo rejeitada, então deixo uma mensagem de voz.
* Rodrigo, me retorna por favor, estou perdida no ponto final de um ônibus minha avó acaba de falecer e meus pais apareceram!
Revirando mi ha bolsa acho o cartão do Dr Elber,  não é o que eu queria mas é o que tenho por agora.
-- Dr? (.digo)
-- Sim quem é?
-- Ana Clara, se lembra.
-- Claro precisa de alguma coisa.
Explico para ele resumidamente o que me ocorreu e deixo a parte dos meus pais de lado,  apenas digo que peguei o ônibus errado meio ao desespero e que estou perdida, então ele me orientou a perguntar a alguém onde estou e logo em seguida me mandou um Uber já que o mesmo ainda está em plantão,  e a burra aqui desprevenida trouxe apenas 20 reais, não iria dá para pagar o Uber.
Assim que chego no portão de casa meu coração aperta, vejo suas plantas,  sua rede,  dentro de casa fica horrível, mas o pior foi escolher sua roupa algumas com seu cheirinho , fecho os olhos e a imagem que vem em minha mente é de seu sorriso com suas  rugas nos cantos dos olhos,  sua inteligência e seu amor pela vida,  porque tem que ser assim?  Porque tem que ser tão difícil?
Em uma bolsa coloco sua roupa,  pego seu terço favorito guardo na bolsa também,  na pasta levo seus documentos deixo tudo em minha cama e quando estou para tomar banho escuto alguém aos berros no meu portão me gritando,  corro para atender e é  Rodrigo,  abro a porta e fico parada olhando para ele sem forças de seguir em frente,  com facilidade ele pula meu pequeno portão e vem até onde estou e sem falar nada me abraça e foi o que eu precisava para desabar,  todo aquele choro contido acabou de cair agora com ele aqui,  baixinho ele fala :
-- Entre os vizinhos estão olhando!
Com ele abraçado a min eu entro e sento no sofá ao lado dele.
-- Depois conte-me o que aconteceu,  primeiro vamos resolver as burocracias que são muitas.
-- Já separei a roupinha dela e os documentos. ( digo fungando) 
-- Ótimo,  vamos voltar pro hospital agora.
-- Primeiro vou tomar um banho.
-- Te espero aqui.
Entro pro banheiro deixo a água cair em meu corpo e não sei o que cai mais se é a água ou minhas lágrimas.
E hoje especialmente hoje estou vestida igual Rodrigo,  toda de preto,  nós dois juntos está parecendo relamente os MIB.. 
-- Vamos? ( ele diz calmo.)
-- Sim.
Estou silenciosa dentro de carro até que resolvo falar :
-- Não quero falar com eles.
-- Seus pais?  Ele pergunta
-- Sim.
-- Então você não irá,  eu não deixarei eles chegarem perto.
-- Obrigada.
Assim que entramos no hospital procuro pelo Dr Elber,  em questão de minutos ele aparece.
-- Aqui estão as roupas. ( entrego a ele a bolsa) 
-- Obrigado,  o Uber chegou direitinho?
-- Sim,  obrigada. ( agradeco pela ajuda e por ter pago o Uber)  que segundo ele era um amigo dele.
-- Eu só não FUI porque não podia largar o plantão .
-- Sem problemas eu te entendo e ja me ajudou muito.
-- Assim que o corpo estiver pronto será levado para a capela que você solicitar tudo bem?
-- Sim.
Viro para Rodrigo que está me encarando como se quisesse uma resposta para isso tudo.
-- Te liguei você não me atendeu , então liguei para ele, eu não tengo muitas pessoas por min , então ele me enviou um Uber foi só isso.
-- Prestativo ele não é mesmo? ( ele diz irônico).
-- Não diria prestativo,  sim gentil generoso e cheio de compaixão ao próximo , agora já chega disso tenho coisas a resolver.
-- Se for necessário pago o enterro.
-- Não precisa, ela vai ser enterrada com meu avô,  está tudo certo.
Após resolver a burocracia de papéis  partimos para a capela,  enquanto isso aviso as vizinhas  por telefone, peço que avisem ao padre e as amigas de minha avó da igreja,  familiar não temos muito, minha avó só tem uma irmã que eu já avisei,  ela mora em outro estado e só vai chegar pro enterro, filho ela só teve um.
As pessoas vão chegando me comprimentam deixam seu último adeus para minha avó ficam um pouco e logo vão embora.
Quando deu duas horas da manhã pedi para Rodrigo ir embora descansar e ele disse que não iria,  meu pais não apareceram graças a Deus.
O enterro está marcado para as 09 horas da manhã,  as 06 horas Rodrigo me convenceu a ir em casa.
-- Só vou em casa tomar um banho vestir outra roupa e volto OK? 
-- Descanse por favor.  Digo
-- Terei o resto do ano para fazer isso,  não se preocupe.
-- Tudo bem.
As 08:00 horas ele volta e para minha surpresa trás com ele Verinha Osvaldo e até a sargentona,  são as pessoas que viraram minha família meses últimos meses.
As 08:40 seguimos para o enterro,  antes disso coloco o terço da minha vó em suas mãos,  faço uma oração junto com o padre da igreja que ela frequentava,  dou meu último adeus.
-- Obrigada minha vó, obrigada por tudo, descanse em paz que essa sua caminhada seja cheia de luz e que você descanse nos braços do pai todo poderoso. Beijo sua testa e os rapazes fecham o caixão.
No cemitério encontro meu pai e minha mãe,  finjo não ver,  Rodrigo passa o braço em meu ombro, Oslvado para do meu lado e Verinha segura minha mãos , não é necessário dizer que são meus pais o ruivo do cabelo de minha mãe condena isso por si só.
Enterramos minha velhinha,  saindo do cemitério meu pai me chama.
-- Ana Clara.
Sem olhar para ele eu digo.
-- Não estou afim de falar com você.
-- Mas nós precisamos conversar.
Rodrigo então irterfere com toda sua postura e autoridade.
-- Você escutou o que ela disse?  Ela não quer falar com você,  não seja maia filho da mãe que já foi e respeite ela.
-- Quem você acha que é? ( meu pai afronta ele)
-- Alguém que conheceu sua filha esse ano, mas que tem mais presença na vida dela do que você .
Nossa adorei,  se fosse em outro momento eu estaria batendo palmas e pulando.
Já em seu carro ele me pergunta :
-- Quer ir para minha casa? 
-- Não,  vou para a minha,  preciso ficar sozinha.
-- Te entendo.
Em minha casa me tranco no meu quarto e mais uma vez desabo em Lágrimas e acabo adormecendo de tanto chorar,  quem nunca não é mesmo?
No outro dia assim que acordo sinto falta do cheiro de café que me invadia toda mãe,  sinto saudade da minha velhinha na cozinha fazendo sua broa de queijo,  e já começo a chorar novamente,  meu celular toca de um número estranho.
-- Oi..
-- Ana Clara é  Catarina,  irmã da sua vó.
-- Oi tia..
-- Olha, eu estou indo embora amanhã, pensei que talvez você quizesse ir comigo , destrair sair um pouco daqui,  ficar sozinha na sua casa não vai te fazer bem.
Não penso muito e dou minha resposta.
-- Sim eu vou .
Minha "tia" mora em Urupema Santa Catarina,  lá faz um frio danado,  eu fui lá uma única vez a muitos anos atrás,  meu avô ainda era vivo, e essa oportunidade de voltar veio em ótima hora.
Ajeito minha mala,  Organizo algumas coisas e a noite Rodrigo me liga.
-- Você está bem?
-- Melhor do que mereço. ( digo)
-- Fico aliviado..
-- Vou viajar amanhã com minha tia.
-- É mesmo,  para onde?  São Paulo? 
-- Não,  Santa Catarina.
-- Mais porque tão longe ?
-- Minha tia mora lá ué,  preciso sair daqui um pouco,  se não  vou surtar sozinha nessa casa.
-- Está certa. ( ele diz meio desanimado)
-- Quando eu retornar acertamos o lance do serviço.
-- OK Ana Clara.
-- Então é isso.
-- Boa viagem.
-- Obrigada
Um silêncio permanece ao telefone,  até ele dizer.
-- Posso ir ae?
-- Estou sem clima.
-- Tudo bem,  desculpa.
-- Desculpado.
E assim desligamos o telefone,  eu poderia deixar ele vir,  mas é que eu estou muito confusa em relação a ele,  e não quero sair daqui e ficar pensando nele lá , quero relaxar sair um pouco do mundo cruel e viver como se a vida fosse linda.
05:00 horas da manhã estou pronta,  chamo o Uber,  nosso vôo sai as 06 horas,  minha tia vai me encontrar lá,  ela comprou minha passagem ontem quando comprou a sua.
Minha tia é mais nova que minha avó,  tem 65 anos, uma filha de 40 e uma neta de 21 anos,  vai ser bom pelo menos alguém da minha idade para que eu possa me distrair.
As 06:10 nosso avião decola e partimos rumo a Santa Catarina e no meu celular antes de desligar visualizo uma última mensagem.
-- Use dessa viagem para descansar, vá com Deus. ( Rodrigo )
E além do avião o sentimento que sinto por Rodrigo vai as alturas também.

Escrava do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora