Capítulo 31 - Parte I

63 10 6
                                    

Heitor:

- Hospital? O que? Quem ta falando? Pergunto nervoso. Milhões de pensamentos me vem a cabeça.

- Aqui é Amália mãe de Samantha, ela e Alice sofreram um acidente e você precisa vir agora. Meu coracao parou de bater ao assimilar a notícia. Alice e a palavra acidente na mesma frase fez meu sangue gela.

Não digo mais nada ao telefone, apenas desligo, pois sei que se perguntar vai me dizer que não tem mais informações.
Pulo da cama e saio em direção a porta pegando as minha chaves no caminho. Meu Deus que ela fique bem! Faço minha prece. Entro no carro dando partida e saio cantando pneu.

Acho que furei todos os sinais vermelhos e violei os os limites de velocidade, estou pouco me fodendo, minha menina esta em um hospital, e isso me deixa insano. Gracas a Deus o trânsito estava calmo, exceto por mim, eu era um perigo. Cheguei ao hospital rapidamente, entrei já olhando todos os lados em busca de Amália. Encontro-a sentando na sala de espera. Seu rosto está lívido e calmo, não há sinais de lágrimas ou desespero, nem parece que sua filha sofreu um acidente.

- Onde está Alice? Grito nervoso.

- Ela está sendo atendida, Samantha está em cirurgia. Fala calmamente.

Vou ao balcão em busca de informações, digo que sou o pai que preciso vê-la. A enfermeira me avisa que Alice está sendo atendida, quebrou um braco e perdeu muito sangue e que provavelmente precisará de uma transfusão, meu corpo treme diante as informações. Respiro fundo, preciso manter a calma, minha filha precisa de mim, se eu entrar em desespero será pior.

- Eu como pai posso ser o doador certo? Informo a enfermeira.

- Sim senhor, mas antes precisa passar por exames, até mesmo o de compatibilidade. Diz solicita.

- Tudo bem. Quando poderei ver minha filha?

- Logo. Vou leva-lo para fazer os exames antes, o caso dela é delicado por se tratar de uma criança, mas os médicos estão fazendo tudo para manter ela estável.

- Certo.

- Venha comigo. Acompanho a enfermeira ao laboratório.

Faço todos os exames, os resultados ficarão prontos em uma hora, enquanto aguardo ligo para minha mãe e Enzo para informar-los da situacao, minha mãe estava aos prantos, pedi a ela para manter a calma, já Enzo ficou possesso com o que aconteceu com Alice, ele vai passar para pegar minha mãe e virem para cá. Samantha saiu da cirurgia, mas seu estado ainda é grave.
Volto a sala de espera e Amália olha para mim.

- Não sei o que Samantha viu em você!

- Não quero ser desrespeitoso, mas agradeceria se não me dirigisse a palavra senhora. Eu tenho ódio desta mulher. Sua filha saiu de uma cirurgia a pouco tempo e ainda corre o risco de vida, e para ela é como se ela tivesse apenas vindo ao hospital tomar uma vacina. Ela se cala e não me olha mais.

Uma enfermeira vem até a sala de espera e diz que Samantha pediu para falar comigo, ela informou que não poderia ficar muito tempo, pois seu estado ainda é grave. Ela me encaminhou ao quarto de Samantha. Entro e vejo Samantha deita de olhos fechados, sua cabeça está enfaixada, seu rosto está um pouco inchado e roxo, a perna quebrada, os aparelhos apitam informando os batimentos cardíacos. Me aproximo da cama e ela abre os olhos.

- Você veio, achei que não viria. Fala fracamente.

- Você não pode falar demais, passou por uma cirurgia.

- Eu precisava ver você, falar com você, sinto que não terei mas a mesma chance. Uma lágrima escorre em seu rosto.

- Shuii, não fale isso. Sinto comoção por ela, apesar de tudo não sou uma pessoa ruim.

- Heitor, quando te conheci você se tornou a pessoa mais importante na minha vida. Eu amei você quando abriu o primeiro sorriso para mim. Inspira fundo em busca de forças. - Você me deu o amor que eu sempre busquei, mas fui tola em não aproveitar a pessoa maravilhosa que a vida me deu. Eu nunca tive o amor de mãe como você tem, nem de pai como você dar para Alice. Suas palavras me fazem chorar, pois sei o quanto é fácil amar uma filho.

- Sei que minha mãe está la fora, mas eu prefiri falar com quem já me amou, do com quem pensa que uma vida luxuosa é o mesmo que amar um filho. Ela chora mais, os aparelhos apitam mais alto, o corpo de Samantha começa a tremer. - Eu amo você, eu amo Alice. E quero que você me perdoe. Fala meio falhado, o quarto é invadido por enfermeiros e médicos que me colocaram pra fora. Estou abalado com toda essa situação, choro por Samantha ser assim por culpa dos pais.

- Você tem o meu perdão Samantha. Falo sozinho do lado de fora do quarto enquanto lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Samantha teve uma parada cardíaca, os médicos fizeram de tudo para salva-la mas não conseguiram. Samantha estava morta. Na sala de espera sua mãe enfim desceu do seu pedestal, e chorou copiosamente no ombro de seu marido que havia chegado enquanto estava com Samantha. Pedi a enfermeira para ver Alice, ela me levou a um quarto onde minha menininha estava em uma cama deitada de olhos fechados, o remédio para dor a fez dormir. Passei a mão em seus cabelos e beijei sua testa. Não sei como vou falar sobre sua mãe. Mas lembro de Luh, e também me desespero, pois não sei como agir mediante a essa situação.

-Eu amo você filha. Fique bem logo, tenho uma pessoa muito especial para lhe apresentar. A enfermeira entra e me informa que devo sair.

Voltei a sala de espera e minha mãe e Enzo ja estavam lá, ela me abraçou e chorou mais um pouco. Enzo colocou a mão no meu ombro em dando forças. A enfermeira que havia me levado pra fazer os exames apareceu na sala.

- Senhor Heitor, seus exames ficaram prontos, e sinto muito informa-lo mas o senhor não poderá ser o doador, consta em nossos dados que o senhor é doador, e tem um tempo de pausa entre uma doação e outra. Meus olhos quase saltam do rosto, não me lembrava disso.

- Como assim? Grito insanecido. - Você pode tirar todo o meu sangue que eu não ligo, apenas salve minha filha. Falo com raiva.

- Senhor peço que mantenha a calma. A enfermeira pede com calma.

- Calma uma porra, minha filha esta em uma cama de hospital, e eu sou a unica pessoa que poderia ajuda-la, e a senhora me diz que não posso e me pede calma. Berro com mais raiva ainda.

- Filho mantenha a calma, a moça não tem culpa. Minha mãe me abraça afagando meus cabelos quando caio de joelhos.

- O que vou fazer mãe? Não sou nada sem Alice. Choro em seu colo.

- Todos os outros podem fazer os exames para tentarmos a transfusão. A enfermeira diz olhando para nós na sala.

- Eu também farei! Uma voz conhecida entrou nos meus ouvidos. Uma voz doce e firme. Levantei o rosto e vi Luh de pé na porta da sala de espera. Olhando para todos na sala.

*******************

Olá amorecos... tudo bem com vocês?
Espero que sim...
Heitor está vivendo um inferno na terra, mas se ele tivesse aberto o jogo desde o início, teria Luh ao seu lado lhe dando força...
Como eu disse "se não fosse por amor, seria pela dor" e essa eh a pior forma...
Espero que gostem...
Votos e comentários se merecer...
Bjs are o próximo...

PAIXÃO REAL Onde histórias criam vida. Descubra agora