CAPÍTULO 6 - PARTE 2

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- Quantas vezes já pedi para parar com isso, Matthew?! - Empurro-o o mais longe possível de mim. - Eu não te suporto! Você é o maior babaca de todos.

Depois da noite anterior, em que Matt me beijou e disse coisas que posso afirmar serem consequência de várias garrafas de álcool - por suas frases não terem o menor sentido -, descubro que ele discutiu com Ted sobre me deixar em paz, como se ele fosse meu dono, mas a vida é minha, não é? Quem decide ela, sou eu! Matthew é um trouxa por achar que pertenço a ele.

Argh! Como eu o odeio!

- Não fale mais comigo! Finja que eu não existo!

- Ele é quem não presta e você vem brigar comigo? - Ele solta uma risada completamente irônica, ignorando meu pedido. - Eu não fiz nada, Ally! Desconte sua raiva nele, não em mim.

- Eu só quero que você pare de achar que cuida da minha vida! Eu não decido com que garota você sai! Então faz o favor de parar de fingir que se importa?

- Ah, então vai ser assim?! - Ele arregala os olhos.

Afirmo, sem perder a postura, o que o deixa frustrado. E então, começamos a gritar no meio do corredor como dois loucos desvairados.

- Eu te odeio! - Grito, fazendo-o se calar. Fecho a porta em sua cara sem me importar. Não vou ficar perdendo meu tempo discutindo com ele até que veja que estou certa.

A semana passou tão depressa que só notei que amanhã iria embora de Miami.

Ted e eu decidimos fazer um passeio, como uma despedida. Está de noite, a lua reflete no oceano de Miami Beach. Aqui é tudo tão lindo!

Sinto a brisa bater em meu rosto e sorrio. Gus e Matt conversam sobre algo aleatório, enquanto eu observo a vista da sacada, esperando Theodore chegar.

Estou evitando de falar ou encarar o Matthew nos últimos dias. Ele simplesmente foi um babaca! Corrigindo: ele é um babaca.

- Ally? - Meu irmão solta um berro. - Estou te chamando há horas, garota. - Reviro os olhos em sua direção e o encaro, esperando que diga algo. - Não acha que esse vestido está curto, não?

Solto uma risadinha.

- Pare de paranoias, August. - Mantenho meus olhos em Gus, mas a todo momento querendo espiar o Matt. Sei que ele está me encarando. - Me sinto bem assim... E aposto que o Ted irá gostar também. - Digo animada.

- Olhe lá o que você vai fazer, hein? Se alguma coisa te acontecer, nem sei o que será de mim! É capaz do nosso pai me castrar. - Outro riso sai de minha boca. Meus olhos ficam pequenos com tal ação, então, aproveito, e olho de soslaio para Matt, que parece cabisbaixo.

- Não se preocupe, maninho. Eu ainda terei um sobrinho. - Solto uma piscadinha em sua direção ao mesmo tempo que uma batida na porta é ouvida. - Me desejem sorte. - Digo mais para mim, sem esperar respostas.

Respiro fundo antes de caminhar até a porta. Estou nervosa. Não sei o que esperar desse "encontro".

- Eu te levo até a porta. - Gus diz. Rolo meus olhos.

Abro a porta e vejo Ted. Ele está normal, como sempre. Ele usa um boné azul para trás, uma camisa branca e larga, uma calça da mesma cor do boné e um tênis preto.

Acho que me arrumei demais.

- Oi... - Digo meio envergonhada. Eu nunca havia saído com um garoto que mal conheço. Santo Deus! Eu devo estar parecendo uma palhaça.

- Oi, Ally. Está linda. - Ele sorri.

- Sim, ela está. - Gus diz, meio emburrado. - Quero ela aqui antes das nove horas!

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