CAPÍTULO 12 - PARTE 2

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ALLISON WYNTON

Meu nariz começa a pinicar quando fecho a porta da cabine do banheiro.

Eu estou prestes a chorar. A chorar por um garoto. A chorar pelo Matt.

Meu coração dispara em meu peito e minha respiração está ofegante depois da corrida que dei até aqui.

Eu não estou acreditando que isso está acontecendo. Por quê, meu Deus? Por quê?

É quase impossível acreditar que o Matthew Baker, o garoto clichê e popular que todas as meninas da escola são apaixonadas, tem algum sentimento afetivo por mim, a garota que ele proclamou guerra desde quando eram crianças.

Nos odiamos, né?! Ally e Matt é sinônimo de briga e de todos os substantivos ruins que possam existir, e isso é fato!

Respiro fundo enquanto coloco as mãos na cabeça não sabendo o que fazer. Merda, Allison! Por quê você está chorando? Eu não consigo encontrar algum motivo plausível para que justifique as lágrimas, que agora, descem frequentemente pelo meu rosto. Acho que estou em choque. É isso. Estou em choque por saber que esse tempo todo o Matt me via como mulher.

Sendo assim, todos os beijos e olhares intensos foram reais? Não foram para brincar comigo, não é? Mas e se... E se ele estiver brincando comigo?! Meu Deus! Eu estou chorando à toa, então?

É claro! Está óbvio. É impossível acreditar que Matthew está apaixonado por alguém, então, ele só pode estar brincando comigo.

Ergo minha cabeça enquanto puxo um pedaço de papel, do suporte preso na parede, limpo meu rosto e respiro fundo, abrindo a porta da cabine devagar e me certificando de que não há ninguém ali. Suspiro aliviada ao ver o local vazio e tiro o celular do bolso checando o horário. O intervalo já acabou faz cinco minutos e meu coração dispara ao saber que terei que dar as caras nos corredores da escola.

É muito difícil admitir meus sentimentos. Eu não quero e nem vou admitir que tive uma queda pelo Matt ainda nos tempos do fundamental. Com aquela áurea orgulhosa e egocêntrica do garoto, é óbvio que eu não iria inflar o seu ego dizendo que eu gosto dele.

Agora eu encaro meu reflexo no espelho do banheiro que parece um borrão pela minha visão turva. Lavo o rosto e encaro minhas bochechas vermelhas enquanto respiro fundo.

Eu preciso sair daqui.

[...]

Os olhares de quase todos ficaram em cima de mim como se eu fosse um alimento apetitoso e todos estivessem morrendo de fome. É estranho ter toda essa atenção para mim.

Passei as duas últimas aulas sem falar com ninguém, e sem prestar a atenção na aula. Era nítido os cochichos e os olhares de questionamento de cada um que me via.

Eu não sabia o que tinha acontecido naquele maldito refeitório depois que sai dele e eu não sei se quero saber.

Assim que o sinal tocou, anunciando o fim das aulas, naquele dia, eu fui a primeira a sair da sala, com uma rapidez absurda e claro, com os malditos olhares em minha direção.

Corri para a saída e parei em seu portão, observando o estacionamento lotado de alunos. Olhei para o ônibus escolar que esperava encher para ir embora. Eu sempre vou de ônibus para casa, mas hoje ia ser diferente. Prefiro ir a pé do que ter que dividir o assento com alguém que possivelmente tenha criado alguma paranoia sobre mim depois de hoje.

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