Música de amor escondido

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Três meses de namoro e Daniel ainda não estava acostumado a ver Nicholas com a camisa grudada no corpo. Ou sem ela.

O time de basquete do ensino médio treinava, e o suor pingava e escorria pelo peito do loiro enquanto ele corria através da quadra, quase um e noventa de altura entre outros garotos alguns centímetros menores. Eu nem deveria estar aqui, deveria estar almoçando com a minha avó e esperando o fim da tarde para tê-lo em meu quarto, mas preferi ficar encarando o Nicholas e expor o que não posso.

Lola surgiu na arquibancada ao seu lado, balançando dois sanduíches.

— O que você está fazendo aqui?

— Digamos que eu tenha alguém importante. — Ela sorriu e ofereceu-o a comida. Era feito de peito de frango e algum molho apimentado.

No meio da quadra, Tyler acenou para ela. Daniel abriu a boca.

— O que você fez, Lola? — deu um grito sussurrado, apertando-a no braço.

— Digamos que passamos o sábado juntos. — O menino franziu a testa, sem entender. — Não me faça detalhar o que fizemos.

— Você... Você perdeu...

— O lacre? Sim, Dan. — Ela revirou os olhos, mas sorriu. — Tyler é o melhor amigo do Nicholas e não fala sobre suas experiências. Era uma boa alternativa.

— Por que tão cedo?

— Quer falar sobre cedo sabendo com quem você namora? — Lola resmungou. — Dan, algumas pessoas se sentem prontas para isso com pouca idade, outras com muita. Não existe essa coisa de "cedo demais", existem maturidades diferentes.

— Eu só vou fazer isso depois de casar, sério. É assustador.

— Nem é, viu, Dan? Depende muito de com quem você está e o Nick... Bem, ele é o Nick.

Eles comeram em silêncio, enquanto o treino seguia com o treinador gritando para o time. Existiam três na escola e aquele era o único que participava de competições interescolares.

O menino voltou a olhar para a quadra, acompanhando o namorado através dela. Nick batia a bola no chão e, com pés leves, saltou para frente, atingindo a cesta e pendurando-se nela antes de cair de pé com as mãos na cintura. Daniel


encontrou o olhar dele, seus curiosos olhos azuis, e corou.

Era quase quatro da tarde quando foram liberados, e Nicholas e Tyler correram para as duas baixas criaturas na arquibancada. As bochechas do loiro estavam coradas, a clavícula balançando com sua respiração.

Dani esticou uma garrafa de água para ele.

Saturno e o Astronauta Azul [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora