Sombras interiores

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[ Kassandra ]

    Todos os membros da família foram avisados. Meus irmãos James, Veronica, Pietro estavam preocupados em ter as famílias atingidas. James não tinha filhos. Veronica tinha três. Pietro tinha só um. Mesmo sendo o filho mais velho e estando casado há mais tempo. Não havia explicações para isso. Alguns tinham dificuldade para ter filhos. Outros tinham vários.
     Eu pensei em falar com Viktor. Saber se ele foi atacado também, mas não havia motivo para termos contato um com o outro.
    Meu pai e meu irmão não foram trabalhar. Para manter as aparências... A polícia teve acesso as imagens da câmera de segurança. Recolheu os cartuchos das balas. E estava investigando. Dei folga aos funcionários daquele setor. Os outros estavam assustados, mas a curiosidade era maior.
     _ Eu sei que vocês estão preocupados com a segurança. Contratei mais vigilantes e estou ampliando o cuidado de quem entra e sai da empresa. Será instalada uma porta magnética e não poderão entrar pessoas armadas. Para evitar outro ataque. Meu pai e meu irmão estão bem. Estão se recuperando. Nós precisamos manter o foco no nosso trabalho. A situação de ontem não vai se repetir. Alguma dúvida?
     _ Já sabem quem fez isso?
     _ Ainda não. A polícia tem as imagens e está investigando. Seja quem for, não ficará impune.
     _ Enquanto seu pai e seu irmão estão fora, você que estará responsável pelos clientes deles?
     _ Eu posso resolver se houver um problema. Mas, os lideres desses setores podem continuar coordenando. Se reportem à eles. Mais alguma pergunta?... Então, vamos voltar ao trabalho.
     Manter as aparências era mais cansativo e incômodo do que aquele vestido apertado que usei no meu baile.
     Sentei na minha cadeira e respirei fundo. Qualquer menor ruído eu já imaginava um inimigo entrando para atacar. Precisava de algo para aliviar todo o estresse e tensão. Talvez fosse hora de encontrar a próxima vítima.
      Após o expediente, eu saí com alguns funcionários. Fomos até o barzinho mais próximo. Eles pediram bebidas, enquanto eu apenas curtia a música ao vivo.
      _ Foi tenso aquele ataque na empresa. Ainda estou sem entender o que eles queriam.
     _ Acho que roubar. Mas, devido a confusão, desistiram.
     _ Não se preocupem. A polícia está cuidando disso. Eu vou ali e já volto. _ eu disse.
     Fui na direção do banheiro. Um rapaz que estava por perto me encarou.
     _ Oi gata. Te pago uma bebida.
     _ Eu não bebo.
     _ Mas, beija?
     Nesses lugares era fácil encontrar uma vítima. Porquê todos já iam pensando nisso.
     _ Depende.
     _ Eu pago o motel.
     _ Você nem sabe o meu nome.
     _ melhor assim. _ ele disse e piscou.
     Não era lá grandes coisa. Mas, servia ao propósito.
     _ Então, vamos. Estou de carro.
     _ Eu também. Só me segue.
     Voltei até a mesa só para avisar que já estava de saída. Discretamente eu fui seguindo o rapaz. Ele foi até um local simples. Entrei com ele e fomos para o quarto.
      _ Você é muito gata.
      Se ele soubesse da minha fama, não estaria ali.
      Pensei em todo estresse que tive no baile, e na empresa. Ninguém queria casar comigo. Nem os tios velhos cheios de filhos. E ainda estava sendo caçada. Ver meu pai e meu irmão daquele jeito foi horrível.
    _ Aproveite. Serei a última coisa que você vai ver.
     Ele deu risada. Levando na brincadeira.
     Deixei ele me abraçar e me beijar. Correspondendo sem emoção.
     _ Vá com calma... beija aqui...
     Tinha que ser do meu jeito. Era para eu desestressar. Joguei ele na cama e subi em cima.
     _ atrevida. Vem cá.
     Antes, fiz questão de eu mesma colocar a proteção. Como sempre. Nada de filhos.
     Ele segurou na minha cintura, mas eu é que comandava. Subindo e descendo. No meu ritmo. Próximo do ápice, eu expus as presas. Ele se assustou.
     _ Eu avisei.
     Mordi seu pescoço e bebi seu sangue. Quando me afastei ele ainda estava vivo. Saí de cima dele e arrumei minhas roupas.
     Logo começou. Eu escutei seus batimentos cardíacos diminuírem, até cessar por completo. Não foi pela mordida. Eu só tomei o suficiente. Havia uma espécie de maldição que causava a morte de todos os caras com quem eu me deitava. Não foi diferente dessa vez. Seu coração parou de bater.
     Apesar de por um momento eu me sentir melhor, logo me senti pior. Era por causa disso que ganhei a fama de viúva negra e não teve um pretendente de fato, no meu baile. Quem ia querer se casar com uma garota que provocava a morte com o sexo? Eu sempre me deitei só com humanos por causa disso. Não podia correr o risco de amaldiçoar algum vampiro.
    Saí dali como se nada tivesse acontecido e fui embora. Dizendo na portaria que o rapaz dormiu. Eles pensariam que o cara não aguentou a emoção. Teve uma parada cardíaca.
     Era até melhor eu não ter nenhum pretendente. Eu não podia ter.

Is it love? Viktor - Imerso em sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora