[ Kassandra ]
Meu sangue estava manchando o chão. Se misturando na água. Minhas costas ardiam, por causa dos cortes. Eles machucaram tanto, que estava demorando para os ferimentos fecharem. Em algum momento, acabei desmaiando. Já não tinha ideia de quanto tempo estava ali.
Meus pais estariam bem? As crianças, os transformados, os aliados... Viktor! Como estariam todos?...
Tentei me mexer. Tudo doía. Eu tentei livrar meus pulsos. Mas, estava muito apertado.
Ouvi passos. Duas pessoas. Thales entrou com uma mulher e apontou para mim.
_ Eis aí a morceguinha, que não quer falar. Use todos os métodos que puder. Eu espero que você tenha um resultado melhor. Foi totalmente enrolada pelo Viktor na boate.
_ Viktor absorveu poderes de bruxas. Eu posso lidar com uma garotinha difícil.
_ Vou deixar com você então.
Ele saiu.
Ela olhou para mim. Para as correntes. O chão... Se aproximou e tocou meu sangue derramado.
_ Comigo você não tem escolha. É falar ou falar.
Ela pronunciou palavras em um idioma estranho. Seus olhos ficaram brancos. Seu corpo tremeu.
Enquanto ela usava seu feitiço, eu usei a força que me restava, junto com adrenalina e desespero. Utilizei as correntes para apertar seu pescoço e a puxei mais perto. Para poder morder. Eu precisava de sangue, para me recuperar o suficiente para fugir.
Ela não conseguia falar, por causa da corrente a estrangulando. Mas, usou feitiços em mim. Para conseguir escapar.
_ Como ousa me morder. _ ela gritou com a mão no pescoço.
Seu feitiço me paralisou. Eu não conseguia me mexer.
_ eu já analisei suas lembranças. Não precisamos mais de você. Aliás, você nem sabe de muita coisa. Não ajudou muito. Agora que é inútil, basta me livrar de você.
Apesar dela dizer que não havia nada na minha mente que fosse útil, eu preferia que ela não passasse informação nenhuma. Como eu ia parar ela?
Erguendo a mão na minha direção, ela murmurou palavras estranhas. Eu senti meu coração doer. Como se estivessem apertando-o.
Ela deu uma gargalhada sombria. Típica de uma bruxa.
"Não. Eu não quero morrer assim".
Meus dons estavam bloqueados. Meu corpo paralisado pelo feitiço. Meu coração entrando em colapso. Não havia nada que eu pudesse fazer.
Então, veio de novo aquela sensação familiar. Bem na hora que eu mais precisava, aquele poder que eu rejeitei com todas as forças, se manifestou. Senti minha aura se estendendo na direção da bruxa. E dessa vez não tentei segurar. Ela parou de gargalhar e me encarou assustada.
_ Mas, o que?...
Ela levou a mão ao peito. Seu rosto demonstrava dor.
_ Seus dons estão bloqueados. O que está fazendo?
_ Aceitando de vez toda a minha natureza. Até meu lado mais sombrio. Morra vadia!
Ela gritou e depois tombou no chão. Ao mesmo tempo em que a pressão no meu coração se desfazia. Minha aura recuou. Eu não sabia porque meu dom da morte se manifestava mesmo com o bloqueio. Mas, eu era muito grata. Pelo visto, o gatilho eram situações em que eu estava vulnerável. Interessante.
Me mexi o máximo que pude, para puxar ela mais perto. Eu precisava me fortalecer. Mordi seu pulso e bebi até a última gota. Sentindo meus ferimentos finalmente se fechando.
Mais fortalecida, eu puxei as correntes com força. Até arrebentar. Eu precisava sair dali.
Thales entrou sorrindo, mas logo ficou sério.
_ O que? Como você...
_ Vai pagar caro por sua traição!... Hoje eu não preciso segurar meu dom.
Ele ergueu a sobrancelha, encarando o corpo da bruxa.
_ Eu sou um lobisomem. Acha que será tão fácil assim? Você não sairá daqui viva.
_ Eu disse que se você fizesse algo errado, seria eu a te punir.
_ Vamos ver. É uma pena. Infelizmente é uma sanguessuga. Precisa ser eliminada.
_ Tenho muito orgulho de ser uma vampira.
Era tudo ou nada. Um de nós dois não sairia dalí vivo.****
[ Viktor ]
_ Eu pedi para ela ficar aqui. Onde essa menina foi com as crianças?
Os pais estavam visivelmente confusos e assustados. Até mesmo com medo.
_ Meu filho. Onde está meu filho?_ Lorie disse.
_ Calma. Primeiro precisamos saber para onde ela foi. Se ela não está aqui, talvez tenha pedido ajuda ao namorado lobisomem dela.
_ O que foi que você disse?
Augusto olhou para mim em choque. Não era hora para pensar no que eu podia ou não contar.
_ quando estava com os gêmeos, eles me pediram para ajudar Kassandra. Fomos para a empresa e encontramos ela lá, com um lobisomem. Eu tirei as crianças de perto, é claro. Talvez ela tenha pedido ajuda dele.
_ Eu não acredito que ela envergonhou nossa família desse jeito. De onde surgiu esse lunático?_ Rebeca estava com os olhos vermelhos e parecia prestes a atacar alguém.
_ Tem um funcionário na empresa..._ começou Augusto.
_ Você ficou louco? Como pôde deixar um lobisomem trabalhar na empresa? Eles não são confiáveis. Eu sei que o Viktor tem alianças um tanto estranhas, mas a maioria não é confiável e eles não fazem nada sem querer algo em troca. _ disse Rebeca.
_ Ela se responsabilizou e disse que cuidaria dele se fizesse algo errado. Mas, com tanta coisa ao redor... Confesso que me descuidei. Acho bom irmos até lá.
_ Como sabe que são namorados, ela te contou? Não é apenas uma relação profissional?
Se a mãe dela soubesse...
_ Viktor!... Ela é minha filha! Eu tenho o direito de saber o que ela anda aprontando por aí!
Eu revirei os olhos.
_ O dia em que voltei... Que todos foram me ver no escritório... Ela tinha o cheiro dele.
_ Como?... Está me dizendo que ela se deitou com ele?_ a reação dela me deixou confuso. Ela ficou surpresa. Ao invés de ficar brava ou irritada. _ Ela tinha o cheiro dele naquele dia, mas, você viu ela e ele no escritório, quando estava com os gêmeos...
Ela olhou para o marido. Augusto igualmente parecia surpreso.
_ Será que a viúva negra, não é mais assim?... Será que realmente aprendeu a controlar o seu dom da morte?_ indagou Lorie.
Eles sabiam de algo que eu não sabia. Era complicado não ter as memórias completas. Mas, não era importante no momento.
_ Precisamos achar onde ele mora._ eu disse.
Augusto e eu fomos para a empresa. Deixamos os outros em casa. O conflito continuava e a dor no meu coração parecia continuar aumentando. Eu estava muito irritado com isso.
Era noite, as ruas estavam desertas. Foi rápido chegar na empresa. Precisávamos achar a ficha dele. Se Kassandra confiou nele para ajudar a cuidar das crianças, eu esperava que ele merecesse tal confiança.
_ Desculpe! Minha filha sempre foi benevolente de mais com os outros sobrenaturais... Ela não entende o quanto são traiçoeiros. É culpa minha. Eu a protegi o máximo que pude, do resto do mundo. Foi por quase ter perdido minha outra filha... Fiquei com medo e a sufoquei com meu excesso de proteção. É culpa minha se ela não sabe o risco que corre.
_ Não existem pais perfeitos. Todos vamos errar em algum momento. Não se culpe de mais.
_ Espero que isso não faça você ter nojo dela. Eu ainda espero que se torne meu genro!
Eu olhei para ele e vi que estava sorrindo.
_ O que há com esses pais me oferecendo suas filhas... Eu sou o último original?
_ Quem é o idiota que quer roubar meu genro?
_ Félix... Me ofereceu sua filha e quer que eu me torne o próximo a ocupar o trono. Claro que eu recusei. Nunca tive interesse em ser o rei de todos os vampiros!
_ As intenções dele não são boas... Ele só quer que você o obedeça.
_ Ele realmente mandou a esposa manipular minha mente... Estou com tanta raiva que poderia matá-lo. Mas, antes, preciso recuperar minhas memórias.
_ Você é um bom homem. Mesmo sem se lembrar, conseguiu fazer a coisa certa... Você nunca se perdoaria se machucasse seus filhos...
_ Meus filhos?... Aff... Ainda não sei o que pensar sobre isso. Considerar criados como filhos é ridículo.
_ Eles são a família que tiraram de você. Vai entender quando recuperar suas memórias... Vamos olhar a ficha do lobisomem.
Procuramos nos arquivos até encontrar a ficha dos que foram contratados recentemente. Augusto leu a ficha até achar o endereço.
_ Aqui... Vamos lá.
Seguimos do jeito que ele colocou na ficha e chegamos em um prédio no centro da cidade. Um lobisomem morando entre os humanos. Sozinho. Sem matilha. O que havia de errado com ele?
_ Boa noite... Pode avisar o Thales que Augusto veio vê-lo?
_ Ele ainda não voltou. Saiu cedo para o trabalho como sempre, mas, ainda não voltou.
_ Obrigado. Avise a ele que quero falar com ele, quando chegar.
_ Sim, senhor. Eu passo o recado.
Saímos de lá bem frustrados.
_ Aonde ela foi? Será que está mesmo com ele? As crianças reagiriam bem na presença de um lobisomem?...
_ Os gêmeos ficam em alerta e sabem se virar. Mas, os mais novos... _ eu disse.
_ O que vamos falar para os pais? Minha filha não podia ter sumido com as crianças. Sem nem ao menos avisar.
_ Vamos voltar e esperar. Ela deve aparecer logo.
O clima estava tenso quando voltamos. Os casais estavam abraçados, tentando dar apoio um ao outro. Rebeca estava de cabeça baixa. Sem saber o que fazer. Todos nos olharam esperançosos e sorrindo, mas, logo ficaram tristes de novo ao ver que não trouxemos eles com a gente.
_ Thales não estava em casa. Não sei onde Kassandra pode ter levado as crianças. _ eu disse.
_ Eu pedi para ela ficar aqui. Aonde essa menina foi? _ disse Rebeca, de novo.
_ Tenho certeza que a intenção dela era a melhor possível. Vamos esperar ela voltar._ disse Sabrina.
_ Viktor... Isso pode ser resolvido facilmente com a sua ajuda! Você sempre sabe..._ disse Lívia. _ Nos permita entrar em sua mente e libertar suas memórias.
Fazer a dor passar... Era tudo que eu queria. Mas, a rainha me disse que talvez eu não gostasse do que iria lembrar... Seja o que for que eu tivesse que aguentar. Era melhor do que ser manipulado... A dor ia passar, se eu tivesse as respostas.
Eu suspirei resignado.
_ Está certo!... Mas, se manipularem minha mente eu mato vocês...
_ Foi o Félix que fez "lavagem cerebral" em você. Confie em mim, pai.
Nicolae estava olhando para mim, calmo. No entanto, seus olhos não escondiam seu desespero. Pelo visto, eles não confiavam em Kassandra o suficiente para confiar seus filhos. Ou ele sabia de algo que não quis contar...
Ele e Lívia se aproximaram de mim. O casal com dons da mente. Tirei o bloqueio e antes que eles começassem a usar seus dons, eu aproveitei para ler a mente deles... A única coisa em que conseguiam pensar era nas conversas com os filhos... "Eu avisei sobre o moço de blusa vermelha e ela não me ouviu"... "Vovô disse que ela não estava correndo perigo com ele. Também, não ouviu a gente"... Do que eles estariam falando? Será que era sobre o lobisomem? Eles pediram para eu ajudar Kassandra, mas, naquela situação... Não havia perigo. À menos que... Agora eu entendia por que Nicolae estava com aquele olhar... Ele também associou uma coisa na outra. Eu usei telepatia para falar com os dois...
_ Por acaso. Acham que o tal "moço de camisa vermelha", pode ser o lobisomem?
Nicolae olhou para Lívia. Ela estava tentando segurar o choro.
_ Minha filha avisou várias vezes sobre esse rapaz. Se ela levou você na empresa e disse que a Kassandra corria perigo. É por que estava mesmo. E se quem estava com ela era o lobisomem, então, não há dúvidas. _ disse Lívia.
_ Se ele não voltou do trabalho e Kassandra não está em casa. É provável que estejam juntos e que as crianças... Estejam correndo um perigo enorme. Não quero que todos entrem em pânico. Por isso não disse nada. _ Nicolae falou.
_ Liberte minhas memórias. Quando eu estiver bem de novo eu vou encontrar as crianças. Eu prometo que vou encontrar. Eu odeio quem maltrata seres indefesos.
_ Obrigada, pai.
Meu coração continuava doendo. Minha mente confusa e conflitante, latejava. Eu precisava do alívio de ter as respostas que eu precisava.
Respirei fundo e deixei que eles invadissem minha mente, para encontrar o que estava errado e concertar. Foi como sentir um estalo. Veio um enorme alívio, como se parassem de espremer meu cérebro. E logo em seguida minha mente foi inundada pelas lembranças bloqueadas. As que foram adulteradas desaparecendo para dar lugar as corretas. As peças que faltavam no quebra-cabeça da minha mente, se encaixaram. A dor na minha mente sumiu. Em comparação, a dor no meu coração parecia ter aumentado em mil vezes. O que foi que eu fiz com meus filhos?... Eu olhei cada um deles, me lembrando de todo absurdo que eu disse a eles naqueles dias. A maneira como tratei Mia. Atacar Nicolae. Kassandra... E eu entendi porquê a rainha disse que era melhor eu não lembrar. Eu nunca me perdoaria pela maneira como tratei aqueles que eu amava. Meu coração doía, corroído pela culpa e pesar. E a preocupação com meus netos...
De repente algo estalou em minha mente. O dia em que as crianças mostraram a premonição à Kassandra, na forma de treinamento. O rosto do rapaz de camisa vermelha... Eu lembrava! E como se as peças se juntassem, eu lembrei de quando flagrei ela bebendo o sangue do lobisomem no escritório. Na noite em que Félix me chamou até o castelo... Aquele rapaz... Como eu não percebi antes? Thales, o lobisomem era o rapaz de camisa vermelha. Eu disse que ficaria atento para protegê-la e eu falhei... Seja lá onde estivesse, aquela visão das crianças, já estava acontecendo. Ela precisava de ajuda!...
Nicolae estava em choque. Ele viu a minha mente.
Todos olhavam para mim, ansiosos. Eu era grato aos meus aliados que vieram proteger meus filhos quando eu não pude.
_ Aceito a punição que acharem que eu mereço por todo mal que fiz à vocês... No momento, eu preciso achar a Kassandra!
Eles respiraram aliviados. Como se eu fosse a solução de todos os seus problemas. Eu entendi porquê os gêmeos disseram que o destino deles dependia das minhas escolhas. Eu me sentia sufocado por todo o horror de ter me virado contra meus filhos. "Foi você que nos traiu"... Eu entendia melhor, porquê Nicolae continuava lembrando de quando a Lívia o chamou de "Judas"... Aquela sensação horrível de ter feito a pior coisa para a pessoa que você mais ama no mundo. Eu nunca me perdoaria por ter entregue aquela lista aos originais. Eu queria morrer!
Nicolae sabia o que se passava em minha mente. Eu não bloqueei meus pensamentos. Envergonhado, eu não conseguia encarar meus filhos. Manipularam um momento em minha mente e todo o resto desandou. Eu não sabia que já tinha uma fraqueza!... Que foi utilizada contra mim. Eu queria ficar sozinho! Nicolae entendia. Ele me abraçou. E eu ouvi sua voz em minha mente. Telepatia... "Existem coisas que são imperdoáveis e mesmo assim, existe pessoas capazes de perdoar o imperdoável. Você agora entende... É mais fácil perdoar outra pessoa, do que perdoar a si mesmo. Vamos encontrar Kassandra e as crianças. Vamos dar um jeito nos inimigos. Depois acertamos as contas". Grato pelo seu apoio, eu correspondi seu abraço filial. "Obrigado por confiar em mim incondicionalmente. Perdão por ter te atacado, meu filho"... "Está tudo bem, pai. Eu também cometi meus erros imperdoáveis. Como posso te julgar?"
Eu me afastei e fui abraçado por Lívia. Tão forte, que quase fiquei sem ar. "Calma, filha". Eu correspondi seu abraço. Ela afrouxou um pouco. "Desculpe. É que estou muito aliviada por ter você de volta".
_ Eu também quero abraçar o papai._ disse Luísa.
Em outra situação até seria incômodo. Mas, diante de tudo que aconteceu, receber o afeto de todos os meus filhos, era tão emocionante que até me deixava constrangido. Eu merecia todo o carinho deles?...
_ Vai ter que dar sangue para todos nós._ disse Júlia.
Mia se aproximou timidamente. Era quem eu mais fiz mal.
_ Perdão. Pode me punir depois, como quiser.
Ela balançou a cabeça.
_ Não era você. Sei que nunca me trataria daquele jeito. A culpa é do Félix. Ele é que deve ser punido. Estou feliz que esteja de volta. Senti muito a sua falta, pai.
Ela também me abraçou forte de mais. Como pude tratar mal, aquela que foi como meu braço direito por tantos anos?... Eu tinha muito o que concertar.
_ Vou dar meu sangue à vocês para que se recuperem de seus ferimentos e depois vou atrás de Kassandra.
Utilizei o punhal que eu sempre carregava comigo e cortei meu pulso para encher as taças, para eles. Era minha culpa, estarem feridos...
_ Obrigado a todos vocês meus aliados por terem protegido meus filhos quando eu não pude. _ eu disse em romeno para os originais. _ eu vou retribuir sempre que precisarem.
_ É para isso que servem os aliados...
Eu os deixei alí, na casa dos Lefevre e fui para o meu apartamento. Eu precisava ficar sozinho, respirar um pouco e pensar no próximo passo antes de ir até Kassandra. Precisava organizar a mente.
Me despi e entrei no banheiro. Deixei a água quente do chuveiro, cair por minhas costas. Encostei as mãos na parede. Toda a dor e culpa vieram à tona e eu não podia mais segurar. Eu gritei de desespero, enquanto as lágrimas caíam pelo meu rosto. E dei socos na parede. Até minha mão sangrar. Imperdoável! Félix ia pagar por isso.
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Is it love? Viktor - Imerso em sombras
FanfictionApós os acontecimentos das histórias anteriores, todos se reúnem para salvar Viktor. Os gêmeos Tomás e Cristina tiveram uma visão do futuro, em que o avô corria perigo ao se encontrar com uma original. Kassandra. Nessa história vamos acompanhar, com...