Sede de sangue

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[ Viktor ]

    O garoto olhava para todo o grupo. E eu entendi que era mais fácil usar seu dom com outras seis crianças, do que com mais de vinte adultos.

    "Tudo bem. Vovô vai tentar."
   
     Ele olhou para mim e sorriu.

     _ Vou dar meu sangue à vocês! E então... Vou morder um por um. Não tenho certeza se a maldição vai bloquear a transformação. É um risco. Pode não funcionar. Tenham isso em mente.

     Eles balançaram a cabeça concordando. O clima pareceu ficar tenso.

    Eram muitos para eu morder. Muito sangue para eu tomar ao mesmo tempo. Poderia chamar a Kassandra para ajudar. Mas, eu era meio possessivo. E preferia transformar meus filhos, eu mesmo.

    Peguei uma taça e coloquei na mesinha de centro. Depois cortei meu pulso com o punhal. Deixei o sangue escorrer.

    A campainha tocou e Luísa foi abrir a porta, para Mia e o marido.

    _ Já começaram?... Não vejo a hora de voltar ao normal.

    _ Quer ser a primeira, Mia? _ perguntei.

    Ela olhou para os outros.

    _ Se ninguém se importar... _ Olhou para o marido. _ Eu faço isso com você, ou prefere que seu sogro faça?...

     Ele deu um sorriso cínico.

     _ Prefiro você. Já que é uma lembrança importante entre nós... Pois me amou tanto que não resistiu em me tornar como você. Para ficarmos juntos para sempre.

     Ela ficou vermelha e desviou os olhos. Depois se aproximou de mim. Sentou-se ao meu lado no sofá.

     O corte no meu pulso se fechou sozinho. Peguei a taça e ofereci para ela. Que olhou para o marido. Ele sorriu incentivando que fosse em frente. Ela encarou os outros.

     _ Vamos torcer para dar certo._ ela disse e bebeu do meu sangue.

     Era diferente da outra vez. Eles queriam. E não estavam quase morrendo.

     Deixando a taça na mesinha de centro, ela afastou o cabelo, para expor o pescoço.

     A expectativa tornava o ambiente tenso. Com uma energia pesada.

     Apoiando as mãos no sofá, atrás dela, me aproximei de seu pescoço e mordi. E notei algo errado! Como Lorie havia dito. Sangue de humanos é salgado. No entanto, o gosto do sangue dela era doce. Como se ainda fosse vampira! O que exatamente a maldição tinha feito à meus filhos?

     Afastei-me e observei seu rosto. Ela me olhou sem entender.

    _ Era para eu sentir alguma diferença?... Como se a transformação começasse?... Não sinto nada!

    Eu sempre pensei que a transformação era algo irremediável. Já que alterava o D.N.A.

    Seja lá, o que as bruxas fizeram... Não era real. O lado vampiro deles estava apenas sufocado pela maldição. Ao quebra-la, tudo voltaria ao normal.

    A marca dos dois furos no pescoço dela, ainda estava lá. Seu coração batia no ritmo humano. Segurei sua mão e vi que a temperatura ainda era de humana.

    _ Não sei. Vocês parecem humanos, mas, o sangue é... Doce.

    Eles se entre olharam. Confusos.

    _ O que isso quer dizer? O que nós somos? O que a maldição fez?_ quis saber Julius.

     _ Parece que a maldição não foi tão eficaz assim. Já que o alvo eram os originais. Vocês são apenas um efeito colateral. Acho que nem eles sabem, até que ponto, vocês foram atingidos.

Is it love? Viktor - Imerso em sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora