Um fio de esperança

367 37 6
                                    

[ Viktor ]

     Enquanto meus filhos visitavam Kassandra no quarto. Eu fiquei na sala, com os pais dela e meus aliados originais. Eles com toda sua lealdade vieram de seus países para me ajudar de novo. O Alemão, que da outra vez verificou como estava Lívia, olhou para mim com uma expressão preocupada.

    _ Aqueles gêmeos então, se tornaram protetores dos mais novos?

    _ Sim. Eles são os primeiros. Então, se sentiram na obrigação de cuidar dos outros. 

    _ Eles tem dons de cura?

     _ Não. Assim como seus pais, seus dons são ligados à mente. 

     _ Então, eles não podem garantir a segurança dos outros. _ disse Ríchter.

     _ Quantos anos tem as crianças?_ quis saber o americano David.

     _ Os gêmeos tem cinco anos. Os outros tem entre um ano e dois anos e meio. São oito crianças. _ eu disse.

      _ São apenas bebês... Como podem deixá-los sob a responsabilidade de crianças de cinco anos? Eles não tem capacidade para cuidar nem deles mesmos. _ disse o senegalês Abdoulaye. 

      _ Eu sei o quanto isso parece errado. Mas, essas crianças, são gênios. A mente delas não é como a de outras crianças vampiras de cinco anos. E eles tem um dom muito particular que vai ser de grande ajuda. _ eu tentei defender meu ponto de vista. _ Podem dizer o que for. Mas, se eu fosse forte quando criança. Se eu soubesse me defender... Eu não teria perdido meus pais daquele jeito... 

      A versão que Félix criou sobre a morte dos meus pais era menos dolorosa para mim. Saber que foi culpa da minha fraqueza, não poder defendê-los e assistir tudo que faziam com eles sem poder fazer nada, me corroía a alma. 

      Meus aliados enfim, entenderam o porquê eu confiava nas crianças. Vi novamente me olharem com compaixão. 

      _ Vamos então, confiar que os mais velhos estão cuidando dos mais novos. Tudo bem, mas, vamos ter que esperar um sinal para poder agir? Será que serão capazes de nos enviar um?... 

       _ Na verdade, nós decidimos ir atrás do lobisomem que atacou Kassandra. Vamos esperar ela acordar e nos levar lá. Ele foi a última pessoa a estar no local. É o principal suspeito. 

       Eu não estava acostumado a ter que repassar as informações. As vezes esquecia que precisava conversar com os originais em romeno. Já que eles eram todos estrangeiros e não entendiam minhas conversas com meus filhos e os Lefevre. A única coisa boa que veio dos Roux foi justamente manter a tradição de todos os originais falarem romeno. O que me permitiu fazer aliados em vários países diferentes. Em todos os continentes... Pelo menos um clã, era ligado à mim. O que foi um dos motivos para Félix se preocupar com minhas intenções. E achar que eu queria brigar por território. Quando na verdade, eu só queria ter contatos no mundo todo.

     _ Não quero parecer fria. Mas, além das crianças, precisamos nos preocupar com os mestiços atacando nossos clãs. _ disse Radija. A indiana. _ Além de ir atrás desse lobisomem que se aliou à eles, precisamos também saber qual é o próximo alvo deles. 

     _ Querem ir investigar?_ perguntei.

     Eles se entre olharam, concordando. 

      _ Tudo bem. Se tiverem qualquer notícia, nos avisem. O clã de cada um de vocês é nossa responsabilidade também. Afinal, somos todos aliados...

       Eles concordaram antes de sair. Era bom ter um grupo seguindo os passos dos mestiços. Assim, podíamos nos concentrar nas crianças, sem culpa. 

Is it love? Viktor - Imerso em sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora