Até o último suspiro

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[ Kassandra ]

      Meus pais aguardavam ansiosos, pelas notícias. Sentei-me no sofá em frente à eles. Ainda estava um pouco temerosa de qual seria o preço a pagar pela liberdade do nosso clã. 

      _ Bem, o assunto lobisomens está resolvido. Nós lutamos pelo direito de fazer a aliança e eles reconheceram. Só uma coisa convence guerreiros... Uma boa disputa. 

      _ Ótimo! Então Viktor não precisa se preocupar em proteger o alfa. _ disse minha mãe.

      _ Um problema a menos. _ concordou meu pai.

      Pelo menos por enquanto, não teríamos que nos preocupar com aquelas alcateias. O que não fazia diferença para lobisomens de outras cidades... Não podíamos mudar o mundo. Apenas influenciar o meio a nossa volta! 

      _ Eu voltei no castelo para tentar uma última vez... Conversei com a rainha. Ela disse que vai relevar, caso sejamos obedientes em uma ocasião que nos darão uma ordem!

     Os dois se entreolharam, preocupados.

     _ Depende do que eles vão pedir! _ minha mãe disse.

     _ Eu deixei claro que a segurança do nosso clã é tudo que queremos! Qualquer coisa que não nos afete, eu posso fazer. 

     _ Acho que não temos outra opção. E também, tirando o nosso conflito com relação ao clã, não temos nada contra os soberanos! _ disse meu pai.

      Se aquilo se resolvesse poderíamos nos concentrar no que realmente importava... Caçadores, mestiços e transformados traidores. 

       _ Bom, estou com sede. Foi uma luta dura.

       Pensei que teríamos algumas horas de pausa. Mas foi só eu encher a taça que a voz do rei retumbou com força em minha mente. E tenho certeza... Na de todos os originais. 

      "De uma vez por todas. Vamos dar um jeito nisso. Ninguém volta para casa até que o último inimigo dê seu suspiro final."

      Era o rei convocando para a guerra definitivamente. Batalhar até acabar de vez com a ameaça. Poderia durar dias, semanas... Eu precisava mesmo de sangue. Bebi aquela taça e enchi mais duas vezes, antes de ir até o meu quarto me arrumar. Tomei um banho rápido. Vesti uma camiseta regata preta. Uma calça de moletom, preta. Com bolso na frente para guardar meu punhal e minha arma com balas de prata. Prendi meu cabelo em um coque. Calcei meu tênis de corrida e respirei fundo. 

      Meus pais estavam terminando de reunir suas armas, na sala. 

     _ Nós resolveremos isso o mais rápido possível. Prolongar a guerra não é bom para ninguém. _ disse minha mãe.

     _ Já passamos por isso várias vezes. Vamos superar de novo. _ meu pai a abraçou. 

     Os dois sorriram um para o outro e se beijaram. Eu queria completar um milênio de vida daquele jeito. Amando meu marido como se tivesse acabado de conhecê-lo. 

     _ Obrigada. Por serem o melhor exemplo que eu poderia ter! Amo vocês!... Obrigada por terem me criado tão bem. Por me permitirem vir ao mundo. E por me amar, apesar de todo trabalho que eu lhes dei. Obrigada pela paciência, pelo carinho e cumplicidade. Espero que eu possa ser motivo de orgulho para meus filhos, como vocês são para mim!

     _ Minha querida, porquê está falando como se estivesse se despedindo de nós? _ minha mãe disse. _ Eu que agradeço por ter filhos maravilhosos. Dos quais eu me orgulho muito. Não fui perfeita como mãe, nenhuma mulher é. A gente erra muito. Mas fiz o melhor que podia. E amo a família que construí junto com seu pai. Se eu pudesse voltar no tempo e escolher de novo... Faria tudo exatamente igual.

Is it love? Viktor - Imerso em sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora