Ordem do rei

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[ Kassandra ]

      Antes de ir para o trabalho eu queria ver com meus próprios olhos, nossos inimigos presos em nosso porão. Estava satisfeita com o que fiz com Andrey, porém, ainda queria descontar em Thales, por ter me enganado. Se bem que já lutamos bastante. No entanto, só me sentiria satisfeita ao enfiar meu punhal de prata em seu coração ou atirar bem na testa dele com uma bala de prata!

      Desci as escadas até o porão sem me preocupar em acender a luz. O cheiro do sangue deles ainda estava bem forte ali. 

       Eles estavam desacordados. Amarrados. As costas de Andrey já tinham melhorado bastante, graças ao sangue de Viktor e o nosso próprio. Talvez, ainda ficassem cicatrizes, já que ele era apenas um mestiço. No entanto, não fizemos isso por pena dele ou qualquer coisa do tipo. Apenas, queríamos que ele estivesse recuperado e em boas condições para enfrentar Viktor. Apenas por orgulho. Não seria legal acabar com um cara naquele estado. Também, porquê ele precisava sofrer bastante antes de morrer. Como Thales!

       Me aproximei do lobisomem. Ele estava se recuperando dos golpes que levou. O que estava mais lento era o corte que eu fiz em seu braço com o meu punhal de prata. Sorte dele, que foi só de raspão. 

       _ Ande logo e esteja pronto para continuarmos nossa luta. Só nós dois. 

       Deixei-os alí, pois tinha que ir trabalhar e aguardar o prosseguimento das batalhas. 


********

       Na empresa, o clima estava estranho. Os humanos estavam reunidos na frente da porta de entrada. Imaginei se iriam me jogar alho, sal grosso e água benta de novo. Ou pior. Se estariam com estacas afiadas.

       Meu pai e meu irmão estavam comigo. Minha mãe já tinha saído para seu trabalho também.

       _ Maninha, foi bem tenso ficar esperando os inimigos ontem, ao lado de Viktor e todos aqueles aliados estranhos dele. Parecia que no menor movimento o caos se instalaria entre o grupo. E quando eles foram atrás de vocês e só nós ficamos... Bem, foi inevitável descontar nos humanos a nossa tensão. Para não atacar uns aos outros. Ao mesmo tempo, queríamos saber o que estava acontecendo. Foi um alívio quando vocês passaram lá, para dizer que estavam com os dois idiotas e que podíamos ir para a casa. Esperar o próximo sinal de luta. Fiquei um pouco decepcionado por não ter enfrentado inimigos. Mas, sei que não vai demorar. 

       _ O clima ainda está pesado. Basta um movimento e tudo vai pelos ares. Sinto muito se foi difícil para vocês estarem entre os aliados dele, mas, eu garanto que são todos confiáveis!... E eu fiquei muito feliz por terem ido ajudá-lo.

        _ Ele é meu cunhado afinal de contas!

        _ O que faremos com esses funcionários?

       _ Não sei, pai. Acho que não tem como voltar atrás. É melhor deixar que saibam sobre nós e lidar com isso do jeito que pudermos. _ eu disse.

       Os humanos continuavam olhando para nós e cochichando. claro que podíamos ouvir o que falavam... "Eles são loucos. Viram o que fizeram ontem?"... "Eles são é malucos. Vampiros não existem. São psicopatas". 

       Pelo visto, ter manipulado a mente deles antes, para não acreditarem em vampiros, fez com que virássemos em sua mente, psicopatas, sádicos, loucos. 

       _ Quem não estiver confortável em trabalhar para nós, pode entregar sua carta de demissão. _ meu pai disse. 

      Alguns funcionários entregaram seus crachás e se retiraram, com olhos assustados. Outros se mantiveram firmes no lugar. Ou por não se importarem com o que nós éramos, ou por depender muito daquele emprego. 

Is it love? Viktor - Imerso em sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora