Cumplicidade

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[ Viktor ]

    Foi muito melhor do que o planejado. Eu considerei algo mais simples, como a casa da praia. Mas, o percurso maior até a ilha, permitiu que eu pudesse criar uma lembrança sensacional para nós dois.

    Ela me amava... Sim, eu sabia! Eu também estava apaixonado por ela. E isso só se confirmou naquele momento.

    Sua preocupação era normal. Até então, fomos egoístas ao buscar apenas o próprio prazer. Tudo bem questionar se conseguiríamos agradar um ao outro. E é aí que entra o que importava... Sentimento! Eu nunca me preocupei com as humanas, porquê nunca houve amor entre nós. A mesma coisa pode-se dizer da Kassy... Minha dama!... Mas, entre eu e ela havia sentimento. E isso fez a gente se importar um com o outro. De verdade. Realmente querer agradar. E eu percebi, que sentir ela vibrar por minha causa, era tão bom quanto minha própria satisfação. Foi só para mim, que ela mostrou aquele lado. Foi só comigo que ela se importou. Foi tão diferente do que eu estava acostumado, que até parecia que eu nunca tinha feito isso antes. Acho que nunca fiz como deveria fazer... Até aquele momento!

    Eu tinha que concordar com Drogo. Era melhor com vampira. A nossa temperatura igual, fez tudo ser mais confortável. Compartilhar sangue durante o ato... Incrível!... Não precisar medir a força, foi a melhor parte. Com humanas, tinha que me controlar para mantê-las vivas até o fim. Com uma vampira, não precisava me segurar. Pude ser mais bruto, mais impulsivo e me permitir perder o controle. Foi a primeira vez que pude apreciar tudo que o momento tinha a oferecer. Foi muito mais prazeroso tendo sentimento envolvido, do que uma simples transa qualquer só por satisfação.

    Ela estava vestindo uma camisa minha e nem imaginava o quanto isso a deixava sexy. O cabelo meio desalinhado. Estava observando a mansão da ilha. Com muito interesse. Observando as fotos... E eu observando as curvas, que a camisa não escondia. Que corpo! Se eu não pensasse em outra coisa, ia acabar agarrando ela de novo. E eu não queria parecer um pervertido como o Drogo. Não queria assustar ela.

     _ E essa, quem é?

     Ela me mostrou a foto de uma garotinha de cabelo rosa.

    _ A Lorie...

    _ Pensei nela, mas... Transformados crescem?

    Observei a foto junto com ela. Foi há tanto tempo...

    _ Sim. Existem muitas mentiras sobre vampiros espalhadas por aí. A maioria por causa da ideia de que vampirismo é doença ou maldição. Por achar que é doença, acham que tem cura e pode ser revertido. Por achar que é maldição, pensam que não temos reflexo em espelhos e nem aparessemos em fotos. Por não admitirem que somos uma raça diferente, ou espécie, preferem nos imaginar como mortos vivos. Que ao invés da transformação, ocorre na verdade uma morte. Incrível que na transformação de um lobisomem, eles não vêem morte. Ao nos imaginar mortos, criam essa versão de que estamos parados no tempo. Sem envelhecer. Sem crescer. Sem reproduzir. Mas, ainda admitem que nosso ponto fraco é o coração. Para matar, tem que estar vivo! Se o coração bate está bombeando sangue para o corpo. Somos diferentes, mas, também semelhantes. Nós crescemos mais de vagar. Transformados crescem um pouco mais rápido que nós originais. Mas, para os padrões humanos... Considere que passarão muitas gerações deles, antes que a mudança seja visível em um vampiro.

     _ E no caso da Lorie?

     _ Nosso crescimento é mais rápido, até chegar na fase adulta. Quando a mudança se torna morosa. Quando transformei Lorie, pedi que usasse seu dom para controlar isso. Bloquear. Já que podia haver conflito por ela ser criança. Eu nunca tinha transformado uma antes. Não sabia como seria. Esperei até ela poder liberar o dom e deixar seu corpo assumir a idade que deveria... Uma garota no início da fase adulta.

Is it love? Viktor - Imerso em sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora