— Já que estamos oficialmente em um encontro agora, — Dan sorri — me conte mais sobre você.
— O que você quer saber?
— Quero saber tudo sobre você, Elisa.
Encaro-o, com uma sobrancelha erguida.
— Isso soou um pouco psicótico, sabia?
Dan ri, baixando a cabeça.
— Ok... Vamos lá. — Tomo fôlego. — Sou filha única, amo pizza e dias de chuva, tenho medo de palhaços, falo sozinha e não confio em pessoas que não gostam de cachorros.
Dan sorri largo.
— O que foi? — Pergunto.
— Você é incrível.
Me sinto corar.
— Certo. Sua vez, olhos bicolores. — Tomo um gole do café.
— Ok, vejamos... Para começar, esse detalhe super charmoso — ele aponta para seu olho — já me rendeu bons momentos de bullying na época do colégio.
— Jura?
— Difícil de acreditar, não é? — Ele sorri fraco. — Já fui chamado de E.T., aberração, esquisito...
— Que cambada de idiotas!
— Pois é. Felizmente, tudo mudou quando conheci a academia e me tornei co-capitão do time de futebol. O garoto antes magricela e rejeitado, passou a ser popular e a andar com os caras mais legais. Milagrosamente, minha heterocromia se tornou sexy. — Pisca.
— E os caras que praticavam bullying contra você?
— Não passaram nos testes para o time. — Faz um biquinho.
—Wow, vingativo!
— Não é minha culpa a falta de talento deles. — Dan dá de ombros.
— E quanto aos "caras legais"? Não me diga que se referia a Tyler e Theo.
— Não direi, então.
Sorrio.
— Os dois podem ter milhares de defeitos, mas como amigos, são incríveis. — Dan defende. — Eles já me apoiaram e acolheram em situações que você nem conseguiria imaginar. Quando todos me viraram as costas, eles se mantiveram ao meu lado. Tyler, principalmente.
— Estamos realmente falando das mesmas pessoas? Do mesmo Tyler?
— Estamos. Por mais estranho que isso possa parecer.
— Então, quer dizer que Tyler não é o egocêntrico, manipulador e insensível que aparenta ser?
— Isso aí.
Consinto em silêncio.
Acabo de ser pega de surpresa.
Tyler realmente tem um coração.
Segundos depois, meu celular toca.
— É o meu amigo. — Aviso a Dan, olhando para a tela de meu aparelho. — Já volto, ok?
— Claro.
Me levanto e vou até um local mais silencioso.
— Ei, Alex. Onde é que vocês se meteram?
— Oi Elisa, eu estou bem sim, obrigado por perguntar.
Reviro os olhos.
— Estou esperando vocês há horas, sabia?
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Imperfeitos
RomanceAos 20 anos, Elisa Hathaway se vê em uma triste e entediante rotina. Trabalhando como garçonete em uma lanchonete que não paga muito bem, ela sonha com o dia em que se verá livre dos garotos irritantes e dos chicletes que eles colam embaixo das mesa...