Entramos no carro de Tyler em completo silêncio. Tudo o que se ouve é o som de meu nariz entupido pelo choro.
Não faço ideia de onde ele está nos levando, mas estou exausta demais para fazer perguntas.
Um minuto mais tarde, o celular de Kim toca:
— Ei, Alex... — Ela suspira. — Pois é. Não, calma! Está tudo bem... Na medida do possível. Estamos com Tyler agora e... Não, não precisa. Ela vai ficar bem, eu prometo. Não faz besteira, certo? Eu te ligo mais tarde. Beijo.
Viro para trás, onde Kim está sentada.
— Ele só soube agora do que houve. — Morde o lábio. — Está super preocupado e bravo.
— É a cara dele. — Fungo, dando um meio sorriso.
— Falando em preocupação, para onde estamos indo? — Ela se dirige a Tyler.
— Lisa precisa de um curativo.
— Eu posso cuidar disso.
— Aspirante a enfermeira?
— Mais ou menos isso. — Kim responde, com um sorriso amargo nos lábios.
Baixo a cabeça.
Sei exatamente sobre o que ela está falando.
Tyler a encara por alguns segundos, mas decide não fazer mais perguntas.
Pouco depois, ele estaciona a frente de uma farmácia.
— Certo, o que eu compro? — Ele pergunta, já do lado de fora do carro.
— Soro fisiológico, gaze e band aid. — Kim analisa rapidamente o ferimento em meu rosto. — Um anti séptico também.
— Ok.
Tyler entra na farmácia e nos deixa esperando no carro.
Me ajeito no banco, me virando para ver Kim melhor.
— Como você está?
— Física ou psicologicamente falando? — Cito a frase de Tyler, mas me arrependo logo que sinto a ferroada em meu corte.
— Fisicamente dá para notar.
Suspiro.
— Dan me assustou. Eu nunca pensei que ele pudesse ter uma atitude daquelas, Kim. Ele quase matou aquele cara de tanto bater! E tudo porque ele tentou me beijar. Isso é quase doentio!
— É, realmente ele se excedeu. Mas tudo o que ele fez foi na intenção de te proteger.
— Eu não preciso desse tipo de proteção. Além disso, ele não foi muito diferente daquele cara. As intenções foram, mas o machismo prevaleceu nos dois casos. Dan se referiu à mim como um objeto de sua posse. E eu não sou isso. Eu não pertenço à ele.
Kim concorda com a cabeça.
— Vou dizer uma coisa e você provavelmente dirá que eu estou enlouquecendo.
Encaro-a.
— Acho que isso precisava acontecer.
— Como é?!
— Por mais que eu ache Dan um cara incrivelmente gato e gente boa, vocês acabariam se machucando no final. A diferença de apego entre vocês é visível. Seria pior se continuasse.
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Imperfeitos
Roman d'amourAos 20 anos, Elisa Hathaway se vê em uma triste e entediante rotina. Trabalhando como garçonete em uma lanchonete que não paga muito bem, ela sonha com o dia em que se verá livre dos garotos irritantes e dos chicletes que eles colam embaixo das mesa...