Sinto que estou deitada em algo macio e confortável, no mesmo momento em que a música do lado de fora chega até meus ouvidos, fazendo a dor em minha cabeça se acentuar.
Abro lentamente os olhos e dou de cara com Tyler me olhando.
Me assusto, sentando-me rapidamente, o que me deixa zonza e faz minha vista escurecer.
— Ei, calma. Sou eu, Elisa.
— O que...? Aqui é... — Olho em volta. — Aqui é seu quarto. O que eu estou fazendo no seu quarto?
— Você apagou, lembra?
— Se eu apaguei, é claro que não me lembro. — Esfrego minha têmpora.
— A memória foi afetada, já a língua...
Ergo uma sobrancelha e o encaro.
Tyler sorri.
— Como você está se sentindo?
— Péssima. O que aconteceu, Tyler?
— Acho que sua bebida foi batizada. Acho não, tenho certeza. Você estava normal quando nos falamos, e então do nada, BUM! Caiu desmaiada no meio da festa.
— Eu caí?
— Caiu. Mas por sorte, foi nos meus braços. — Pisca.
— Você pode guardar suas gracinhas para mais tarde, por favor?
— Ok. — Ele sorri torto. — Desculpe.
— Por quanto tempo eu apaguei?
— Hum, uma hora, aproximadamente.
— Uma hora?!
— Sim.
— E você ficou aqui todo esse tempo?
Tyler consente.
— Por quê?
— Fiquei preocupado. — Dá de ombros.
— E ao invés de me levar para o hospital, preferiu ficar apenas observando e me esperando acordar?
— Como eu explicaria que você estava desacordada por ter sido drogada em uma festa regada a bebidas em minha casa? Você nem maior de idade é. Consegue imaginar o problema que isso nos causaria?
Fico em silêncio. Tyler tem razão.
— Você é que não deveria ficar aceitando bebidas de qualquer um por aí. Sua mãe não te ensinou isso?
— Eu não aceitei nada de... Ei, espera.
— O que houve?
— Aquela garota...
— Que garota?
— A que me perguntou sobre o vestido.
— Quinn?
— Exatamente! Ela me ofereceu um copo de cerveja, logo após derramar o dela no meu vestido.
— E você bebeu?
— Eu acho que sim.
Tyler suspira, passando a mão pelo rosto.
— Foi ela, não foi?
— Provavelmente.
— Vaca! Ah, mas isso não vai ficar assim!
Ponho-me de pé, mas cambaleio.
— Ei, vai com calma. — Tyler me sustenta. — Você ainda está grogue.
— Que merda essa vadia colocou na minha bebida?
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Imperfeitos
RomansaAos 20 anos, Elisa Hathaway se vê em uma triste e entediante rotina. Trabalhando como garçonete em uma lanchonete que não paga muito bem, ela sonha com o dia em que se verá livre dos garotos irritantes e dos chicletes que eles colam embaixo das mesa...
