Tyler
— Onde você se meteu, cara?Pergunto a Dan, logo que ele volta para nossa companhia, na sala de jogos.
— Lembrei que deixei a lanterna traseira do meu carro ligada. — Ele se joga ao meu lado, no sofá branco.
— Você mente mal para caralho, amigo. — Theo zomba, bebendo um gole de sua cerveja, em seguida.
— Não enche a porra do meu saco, Theo!
— Uh! Ele está nervosinho! — Ergue as mãos, sorrindo.
— Não mexa com ele, Theo. Você sabe como nosso amigo fica quando está nervoso.
— Ah, vão se foder! — Dan revira os olhos e vai pegar uma long neck no frigobar.
Ofereço um console a ele, que aceita, ainda com cara de poucos amigos.
— Qual o motivo de tanto amargor, Daniel? — Pergunto, finalmente. — Não me diga que é por causa de minha adorável empregada.
— Porra, Tyler. Me deixa em paz!
Dou um sorriso, entendendo tudo.
— É por isso que eu não me apaixono. — Theo ergue sua long neck.
Brindo com ele, em concordância.
— Tyler.
Me viro e vejo meu pai descendo as escadas.
— Oi, senhor Abrams. E aí?
— Olá Theo. Dan.
— E aí, senhor Abrams. — Dan acena do sofá.
— O que houve, pai? — Bebo um gole da minha cerveja.
— Precisamos conversar.
— Certo, pode falar.
— À sós, Tyler.
— Não dá, estou ocupado. — Ergo o console, sem tirar os olhos da tela.
— Qual é, Ty? — Dan me censura. — Vá falar com seu pai, cara.
Reviro os olhos e deixando minha cerveja sobre a mesa, me levanto.
— Vamos conversar então, senhor Abrams.
Deixo-o ir na frente e o sigo até o andar de cima, na sala.
— Por que todo esse suspense? O que de tão importante você quer conversar comigo? — Paro de andar.
Meu pai se vira e me encara.
— Antes de viajar, eu lhe dei uma ordem. Qual foi?
— Ah, é sobre isso? — Desdenho. — Qual é, pai? Eu pensei que fosse algo importante. — Me viro para sair.
— Não ouse virar as costas para mim!
Giro nos calcanhares e o encaro.
— Você tem noção do que sua falta de responsabilidade causou à empresa?
Encolho os ombros.
— Nós perdemos contratos importantíssimos, Tyler!
— Grande coisa! Você já tem dezenas de contratos milionários! Um a mais ou um a menos, que diferença faz?
— Para um moleque como você, que nunca precisou fazer o mínimo de esforço para conseguir algo, não faz diferença nenhuma. Mas para mim, que sempre batalhei por tudo o que conquistei em minha vida, e para todos os meus colaboradores, que dão o sangue por aquela empresa, faz uma diferença gigantesca!
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Imperfeitos
RomanceAos 20 anos, Elisa Hathaway se vê em uma triste e entediante rotina. Trabalhando como garçonete em uma lanchonete que não paga muito bem, ela sonha com o dia em que se verá livre dos garotos irritantes e dos chicletes que eles colam embaixo das mesa...