Tyler dirige em silêncio até o hospital. Logo que ele estaciona, desço apressadamente do carro e subo as escadarias, indo direto até a recepcionista.
— Oi.
A mulher tira os olhos do computador e me fita por cima dos óculos de grau.
— Oi.
— Você poderia me informar em qual quarto a paciente Kimberly Cooper está?
— Nenhuma Kimberly Cooper deu entrada aqui. — Ela responde, após uma breve análise nas fichas.
— Como... Como não? Eles disseram que a trariam para cá.
— Sinto muito. Não há nenhuma Kimberly aqui.
— Ei, Elisa. O que está havendo? — Tyler me alcança.
— Kim não está aqui.
— Não?
— A moça acabou de consultar as fichas.
— Certo... — Ele reflete por um instante. — Deixa que eu cuido disso.
Tyler pisca para mim, antes de se dirigir à recepcionista.
— Olá.
— Oi.
— Nossa amiga, Kimberly, acabou de passar por uma experiência bem traumática. Ela foi feita refém pelo próprio pai em sua casa. Os bombeiros a trouxeram para cá, a fim de tratar seus ferimentos físicos e emocionais. Nós estamos preocupados e só gostaríamos de ter certeza que está tudo bem.
A recepcionista suspira.
— Por favor. — Tyler sorri torto.
— Quarto 110, terceiro andar. — Ela nos entrega dois crachás de visitantes.
— Obrigado, — ele se aproxima da moça — Gwyneth. Você é muito gentil.
Ela sorri, ruborizando.
Tyler pisca e faz um gesto para segui-lo.
— Você não cansa de fazer isso?
— Isso o quê? Ser educado?
— Flertar com toda e qualquer mulher que encontra pela frente.
Tyler faz um bico e dá de ombros.
— O que posso fazer? É um dom.
Reviro os olhos e entro no elevador. Ele sorri e me segue.
— Se eu não te conhecesse, diria que ficou com ciúmes, Elisa.
Dou uma risada.
— Eu? Com ciúmes de você? Ah, se enxerga, Tyler!
Ele ergue as mãos, se calando. Mas estampa um sorriso debochado nos lábios.
O elevador chega no terceiro andar.
Penduro o crachá em minha blusa e saio procurando pelo quarto 110.
— Aqui, querida. — Tyler aponta o quarto logo às minhas costas.
Me viro e antes de entrar, resmungo:
— Eu não sou sua querida.
Tyler ri.
— Isso é plágio, sabia?
Sorrio, mas prefiro fingir que o ignorei.
Bato à porta do quarto e espero a aprovação de alguém para entrar.
— Sim?
Uma enfermeira jovem e bonita, com duas longas tranças feitas em seus cabelos negros, abre a porta e sorri para mim.
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Imperfeitos
RomanceAos 20 anos, Elisa Hathaway se vê em uma triste e entediante rotina. Trabalhando como garçonete em uma lanchonete que não paga muito bem, ela sonha com o dia em que se verá livre dos garotos irritantes e dos chicletes que eles colam embaixo das mesa...
