“Marcel, está na hora de acordares!” Ouvi a minha mãe gritar do fundo das escadas. Resmunguei e estiquei-me á procura dos meus óculos.
“Estou doente!” Menti, tal como todos os dias.
Ela sabe que estou a mentir porque invento desculpas todos os dias. Ela veio até ao meu quarto e sentou-se na ponta da cama.
“Talvez hoje seja melhor.“ Disse encoranjando-me.
“Não vai.” Disse tapando-me com os cobertores.
“Não sabes se não tentares. Talvez conheças um amigo.”
“Toda a gente me odeia. Não vou fazer amigos.”
Ela respirou fundo como faz todas as manhãs. “Tenho a certeza que vais. Anda lá, vais ficar bem.”
Resmunguei e esperei que ela sai-se, tal como todos os dias. Todos os dias é o mesmo; Acordo, tenho um dia horrivel na escola, volto para casa. Nada de interessante acontece e nunca vai acontecer. Eu vou ser sempre o aborrecido Marcel, o adolescente falhado de 17 anos.
Preparei-me vagarosamente e desci as escadas pesadamente quando acabei. Mal posso esperar para que este dia acabe, e ainda mal começou. O relógio parecia andar mais devagar enquanto tomava o pequeno-almoço, um minuto parecia uma hora. A minha ansiedade aumenta a cada minuto que passa, é um minuto mais perto de ir para a escola. Talvez se eu comer suficientemente devagar eu perca o autocarro.
“Marcel, despacha-te!” A minha mãe chama, imterrompendo os meus pensamentos.
Rapidamente agarrei a minha mala e fui para a parajem do autocarro. Obeservava os meus pés enquanto caminhava e contava as rachas no passeio, para manter a minha mente ocupada. Tal como todas as manhãs, há 22 rachas. Algumas folhas haviam caido no chão, e elas estalavam debaixo dos meus pés enquanto andava. Cheguei á parajem e esperei pelo autocarro.
O autocarro pára. As portas abriram-se devagar, e eu entrei á procura de um lugar vazio. Sentei-me no lugar mais proximo e esperei anciosamente para chegar á escola. Alguém atrás de mim começa-se a rir, mas eu tento ignorar. Outra pessoa atira um papel dobrado numa bola e ele cai no meu colo. Pego nele e enfio no buraco que há entre os assentos. Cá fora, as pessoas caminham com os seus amigos, a sorrirem e a rirem. Entretanto, eu sento-me sozinho no autocarro. Durante o resto da viagem, conto todos os carros vermelhos para manter a minha mente ocupada. 5, 6, 7...
Antes de eu dar conta, a viagem de autocarro acaba. Mal notei que os risos tinham acabado.
Caminhei para a minha priemira aula, Biologia. Entrei na escola com a cabeça para baixo e a evitar olhar nos olhos de alguém. Contei cada passo que dava. 32, 33, 34...
Alguem passa a correr e empurra-me contra os cacifos, fazendo com que os meus óculos caíssem no meio do hall. Sou cego sem eles. Pus-me de joelhos e fui apalpando o chão á procura deles. Derepente vejo alguem a minha frente. Recuei, eles vão-me magoar. Agarra a minha mão, acho que é uma rapariga. Lenvanta-me e esfrga o meu ombro.
“Aqui estão os teus óculos.” Ela diz a sorrir.
“Obrigada.” Sussurrei. Estou em choque, houve alguem que ajudou.
“Estas bem?” Ela perguntou procupada.
“Sim, isto está sempre a acontecer.” Disse baixinho.
Ela vira a cabeça. “Tenho de ir. Vejo-te por aí.”
Quem me dera ter visto a cara dela. Não faço a minima ideia como ela se parece. Assim que ela me deu os óculos, foquei-me rapidamente nos meus pés, como é habitual.
Consegui chegar a Biologia inteiro, graças a Deus. Mr. Brown sorri simpaticamente para mim enquanto me dirijia ao meu lugar, no canto ao fundo da sala. Se eu tivesse escolhido os lugares, eu estaria na primeira fila. As pessoas cochichavam enquanto eu me sentava, mas eu tento ignorar. Tiro o meu livro e começo a ler. Já aprendi o que está a ser ensinado á turma desde que estou a ler o livro mais a frente e tenho aulas aos todos os sábados numa universidade. Toda a gente está a falar ou a fazer os trabalhos de casa que se esqueceram de fazer.
“Turma, hoje temos uma nova aluna, o seu nome é Cami. Podes te sentar onde quiseres.” Diz o Mr.Brown.
Tirei de relance os olhos do meu livro para encontrara rapariga a caminhar para o lugar vazio ao meu lado. Ela sorri e eu imediatamente olho para baixo.
É biologia, duas pessoas por mesa.
Não te sentes comigo.
Olhei para ela a tentar dizer-lhe telepaticamente para não se sentar.
Isto vai arruinar a sua vida social. Mesmo sem o saber, ela não tem chances em ser bem sucessedida se sentar ao pé de mim.
Ela sentou-se.
Ela sentou-se...?
Toda a turma olhou para nós. Mr. Brown continua a sua leitura como nada tivesse acontecido. Mas toda a gente está a observar.
Não me fales. A tua vida vai acabar se falares comigo.
Ela fala comigo.
“O que estás a ler?” Ela susurra.
Toda a gente começa a cochichar e a susurrar.
Nunca ninguem falou para mim.
Ignora-a, Marcel.
Levantei o livro para que ela pudesse ver a capa.
“The Fault in our stars... Boa escolha.” Ela diz abanado a sua cabeça para cima e para baixo e sorrindo. “Chamo-me Cami.” Não lhe respondo.
Ela morde a sua bochecha e respira fundo.
“Normalmente tu respondias em apresentar-te.” Diz.
“Não sou normal.” Respondi, não a olhando.
“Não faz mal. Eu tambem não. Então vais-me dizer o teu nome, ou não?”
Estou surprendido com a sua presistencia. Normalmente já tinham parado de falar comigo. A minha estranha timidez afasta as pessoas.
“É, sou o Marcel.”
“Marcel, prazer em conhecer-te outra vez.”
Franzi as minhas sobrancelhas num sinal de confusão. “Outra vez?” Olhei para ela a sério, e não apenas um olhar de relance.
Ela tem cabelo loiro, liso, que lhe chaga apenas aos ombros. Tem um pouquinho de sardas nas suas bochechas e um sorriso suave nos seu lábios. Ela está a usar um grande cardigã cinzento e umas doctor Martins cor-de-rosa (link externo). Ela não se parece com a maioria das raparigas. Pouca maquilhagem nem penteados extravagantes. Ela é diferente.
“Apanhei os teus óculos do chão hoje.” Ela disse a sorrir.
Corei. “Oh… Bem, Ah, obrigada.”
Ainda estão todos a observar-nos.
Voltei ao meu livro.
*****
No fim da aula ela segue-me e tenta falar para mim. É como se ela estivesse a falar para ela própria porque eu não lhe estou a responder. Não sei como reagir a isto. Porque é que ela quer falar comigo? Ela vai começar a fazer bullying como toda a gente. Eu sei que ela vai.
“Então qual é a tua próxima aula?” Ela pergunta.
“História.”
“Boa!! Eu também. Em que sala?”
“72” Respondi.
“Também!”
Sorri, embora ela não pudesse ver. Até posso gostar disto enquanto o tiver. Vai acabar cedo. Ela vai-me deixar até ao fim da semana.
Hoje está a ser um dia diferente dos outros dias.
Por favor não se esquecam de votar e comentar. Eu quero saber se vale a pena continuar a traduzi-la!!
Love you all <3
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Marcel (tradução)
FanfictionChamo-me Marcel. Nerd. Poeta. Adolescente falhado. Pensas que me conheces realmente, mas não. Quem me dera que pudesses ver o verdadeiro eu, mas ninguem se importa. Até ela vir. Esta fic é inglesa e esteve em numero #1 várias vezes. Todos os credito...