Marcel (tradução)

Capítulo 3

Marcel POV

“Hey Marcel.” Cami cumprimenta-me quando entra na sala.

“Ola. La-lamento que tenhas ficado de castigo por minha culpa.”

Ela põe a sua mão no meu braço. “Não é tua culpa, não te preocupes com isso.”

“Obrigado por ontem, outra vez.”

“Sem problemas.” Disse sorrindo.

Tentei ficar longe do Ethan hoje, mas ainda não o vi. Pergunto-me onde esteja. Talvez esteja doente. Espero que não esteja muito doente. Talvez baldou-se às aulas. Ele provavelmente baldou-se.

O altifalante ligou-se, interrompendo os meus pensamentos. “Marcel Styles, vem ao meu gabinete.”

Toda a gente vira a sua cabeça para olhar para mim. Olho para o chão e começo a caminhar.

“Nerd.”

“Falhado.”

“Mars.”

Falavam baixo e riam-se enquanto eu saia da sala. Nunca percebi a razão de me chamarem Mars. Mars (Marte) é um planeta muito fixe. Tem duas luas, Phobos e Deimo, sabiam? Desculpem, a minha versão nerd está-se a revelar…

Caminhei tremulamente até ao gabinete. Estou em sarilhos? Nunca estive metido em sarilhos antes. Também vou estar de castigo? As minhas mãos estão a tremer e a minha respiração ofegante. Chego ao gabinete e caminho lentamente para dentro.

“Marcel, aqui estas tu.” Mrs. A.

“O-Olá.”

“Provavelmente estas a perguntar-te porque estas aqui. Senta-te.” Ela está a sorrir e tem um tom excessivamente simpático na sua voz.

Compus o colarinho da minha camisa, de repente ficou calor aqui.

“Ontem ao almoço, o que aconteceu?” Ela perguntou.

Fiquei quieto.

“Está tudo bem, Marcel, podes-me contar.”

Abanei a minha cabeça negativamente. “E-Ele vai-me bater se eu contar.” Murmurei.

“Quem, Marcel. Quem te vai bater?”

“O quê? Ah. Ninguém.”

“Ele faz-te bullying?”

“Toda a gente faz.” Suspirei.

“Toda a gente? Tenho a certeza que nem toda a gente o faz.”

“Todos fazem. P-Posso ir agora?” Mexi os meus dedos e não a olhei nos olhos.

Ela olhou-me simpaticamente. “Sim, podes ir agora. Já sei tudo o que preciso de saber. E Marcel, o Ethan vai ser suspenso por 3 dias.”

“Por favor não lhe diga que eu falei consigo.”

“Não vou. Tem um bom dia Marcel.”

“Você também Mrs. A.”

Voltei para a sala. Continuo a pensar que alguém vai aparecer e magoar-me, mas a entrada (da escola) está vazia. Não devia ter dito nada á Mrs. A, mas ela foi a única professora que alguma vez perguntou sobre o que acontecia comigo. Eu acho que ela não acreditou em mim quando lhe disse que toda a gente me fazia bullying. Ninguém tentou com que isto parasse ou ajudar-me. São todos espetadores ou bullies.

****

“Vá lá. Abre. Abre!” Digo, torcendo a maçaneta da porta. Finalmente alguém abre a porta e eu corri para fora da escola para tentar apanhar o autocarro. Alguém tranco-me no armário das limpezas na última aula e acabei de sair agora. Agora que estou cá fora, os autocarros já foram. Mas que sorte.

Começo uma grande caminhada para casa. Em minutos, fiquei encharcado. Quem me dera que o meu casaco tivesse um carapuço. Mas não tem. Mal consigo ver porque os meus óculos estão cheios de grossas gotas de chuva.

De repente, um carro passa por mim depressa, ensopando-me de água lamacenta. Um monte de raparigas riem-se e uma grita pela janela. “Oops! Desculpa Mars. Na verdade, não! Foi divertido!”

Pus a minha cabeça mais para baixo á medida que a água caia. O meu cabelo está se a colar a minha testa e os meus sapatos deitam água a cada passo que dou. Também estou cheio de água lamacenta. Boa…

Decidi caminhar até ao lugar mais próximo, que é uma libraria. Fantástico! Posso ler um bocado enquanto espero que pare de chover. Entro e olho a minha volta. As estantes são pequenas e poeirentas, e cheira a livros velhos. Estranhamente, faz com que me sinta confortável e seguro.

Sempre gostei de ler. Os livros são um lugar onde me posso refugiar, como se as letras fossem amigas quando me sinto sozinho. Ou quando a vida fica difícil, posso-me perder numa terra de fantasia e esquecer os meus problemas. Cada livro é apenas uma mistura de 26 letras, mas cada um é único. Suponho que as pessoas também sejam assim. Somos todos feitos do mesmo, mas não parecidos. Às vezes desejo que sejamos todos iguais. Talvez não sofreria bullying se a vida fosse assim.

Procuro pela casa de banho, o que graças a deus é grande com várias divisórias. Dou o meu melhor para secar as minhas roupas molhadas com o secador das mãos, mas não ajuda muito. O meu cabelo começou a levantar-se, tento pô-lo para baixo. Assim que pareço praticamente seco, volto para a libraria. Procuro por um livro que ainda não tenha lido, o que é um bocado difícil para mim. Vejo um que talvez seja interessante. “Thirteen Reasons Why”. Compro o livro, um chocolate quente e sento-me num sofá confortável. Deixo a minha mente escorregar pela história que estou a ler.

“Tu não sabes o que acontece na vida das outras pessoas se não na tua. E quando crias confusão numa parte da vida de uma pessoa, não está só a fazer confusão nessa parte. Infelizmente, não podes ser assim tão preciso e seletivo. Quando crias confusão numa parte da vida de uma pessoa, estás a confundir com todo na sua vida. Tudo… Afeta tudo.”

Sinto lágrimas a escorregarem pelas minhas bochechas, mas não me incomodo em limpa-las. Sublinhei tantas partes do livro. Amo-o. Consigo realmente ligar-me a ele em muitas maneiras.

“Marcel?” Ouço alguém chamar-me.

Rapidamente limpo as minhas lágrimas e olho para cima para ver Cami.

“Estás bem?” Ela pergunta preocupada.

“O quê? Sim, é um livro triste… Ah, que horas são?”

“17:00”

Estive aqui por mais de uma hora. Olho para o meu telemóvel e vi que a minha mãe me telefonou três vezes.

“T-Tenho de ir para casa. Vejo-te por aí.”

“Marcel, está a chover a potes. Deixa-me levar-te a casa.”

“Estou bem, a sério.”

“Anda lá. Onde vives.”

Desisti e deixei que ela me levasse a casa.

Nada pode acontecer, certo?

Aqui está! Desculpem a demora. Por favor não deixem de ler. Comentem, votem e partilhem. Quando tiver 4 votos ponho mais. E quem fizer o comentario que eu gostar mais dedico o proximo capítulo *-* Adoro-vos!

P.s.- Leitoras fantasma acusem-se!