Marcel (tradução)

Capítulo 10

Marcel POV

É sábado e eu e a Cami viemos comprar tinta. Ela anda á procura do perfeito turquesa. Turquesa não é apenas azul esverdeado. O quão específico tem de ser?

“Que tal este?” Perguntei-lhe, segurando uma amostra.

Ela abana a sua cabeça. “Demasiado verde.”

Rio. “Nós já vimos todos os turquesas! Acho que fiquei cego!”

Ela analisa as amostras de tinta. “É esta!” Ela guincha agarrando uma. “Esta é perfeita!”

“Finalmente!!”

*

“Fazes alguma ideia de como se pinta?” Questionei Cami assim que chegamos a sua casa.

“Nope, nenhuma ideia. Mas nunca é tarde para aprender.”

Sorrio. Estamos os dois vestidos com t-shirts enormes e calças. Tapamos tudo e preparamos as paredes. Está tudo pronto. Cami tem música a tocar, ela gosta muito das mesmas bandas que eu.

“Tu primeiro.” Cami diz enquanto estamos os dois a olhar para o balde de tinta.

“Não, tu.”

“Tudo bem, vamos faze-lo juntos.”

Mergulhamos os nossos rolos na tinta e metemos os na parede. Lentamente começamos a pintar as paredes.

Depois de uma hora, temos duas paredes quase prontas. Cami está a pintar, dançar e cantar tudo ao mesmo tempo, estou maravilhado com o facto de ela ser multitarefas tão bem. Olho para ela, ela está a subir para cima de um banco.

“O que é que estás a fazer?” Perguntei-lhe.

“Apenas preciso de chegar a este… sítio pequenino.” Ela diz.

“Cami, não acho que seja suposto usar o rolo pa-“ Parei de falar quando Cami começa a abrir a boca para espirrar.

“Atchiiiiiim!” Ela levanta a sua mão e o rolo saí a voar pelo ar batendo contra o teto. Ela cai do banco. Tento apanha-la, mas não chego a tempo. Ela aterra mesmo na tinta. A tinta espalha-se por todo o lado, incluindo em mim. Cami senta-se direita na tinta.

“Tenho medo de olhar.” Ela diz calmamente com os olhos fechados. “Parece que borrei as calças.”

“Mais como uma explosão de tinta. Estás bem?” Agarro a sua mão e tiro-a da tinta. Ela abre os seus olhos e começa a rir-se. Ela não consegue para de rir.

“Oh meu Deus.” Ela diz através da gargalhada. “Olha para o teto!”

Uma grande mancha azul está no teto, e está a pingar um bocadinho.

“Devias-te ver a espelho, Cam!” Digo-lhe rindo-me também.

“Tu também!”

Estamos os dois a rirmo-nos descontroladamente.

“Meu estomago! Não consigo respirar!” Cami diz por entre os risos. Estamos os dois deitados no chão um ao lado do outro.

Cami bate-me com a sua mão, sujando-me com tinta. Mergulho o meu dedo na tinta e passo-o no seu nariz. Ela sorri. “Parecemos os Smurfs.”

“Vamos ter cabelo azul durante meses!” Digo.

Cami levanta-se e baixa-se para me ajudar a mim. Ela olha á sua volta e para cima, para o teto. “Além daquilo está a ficar bem. Posso por um poster ali para tapar aquilo.”

Não digo nada, foco-me na Cami enquanto ela olha á sua volta.

“Por que é que estás a olhar para mim?” Ela pergunta a sorrir.

“Estás toda azul atras.” Digo

Ela bate com a mão na testa. “Estás eram as minha calças boas!”

Começo a rir.

“O que foi agora!?”

“Tinhas tinta na tua mão! Tens uma mão marcada na tua cara!”

Ela deita a sua cabeça para trás. “Sorte a minha. Oh Marcel tens uma coisinha…” Ela esmaga a sua mão na minha bochecha. “… Mesmo aqui!”

“Cami!” Ela corre para fora do quarto, para a entrada da casa. Corro atrás dela. Alcanço-a e agarro o seu pulso, rodando-a. Ela dá pontapés no ar enquanto se ri.

“Põe-me no chão!” Ela diz.

Carrego-a para o quarto e ponho-a no chão. Estou por cima dela com as mãos apoiadas no chão ao seu lado. Abano o meu cabelo e gotas de tinta caem na sua cara.

“Marcel!” Ela grita.

Contínuo por cima dela, apenas nos encaramos. Consigo sentir a sua respiração na minha cara e consigo cheirar a tinta á nossa volta.

“Quero uma fotografia disto.” Ela diz de repente.

Saímos do chão e ela agarra a sua Polaroid. Rio enquanto ela tira uma fotografia. Ela abana-a e espera para que seque. “Ficou tão fofa!” Ela mostra-ma, estou coberto de tinta. É uma boa foto. Pareço genuinamente feliz.

“Deixa-me tirar-te uma.” Digo segurando a máquina.

Ela põe a mão á frente para tentar-me parar, mas tiro uma na mesma. Assim que seca, sorrio para a foto. Por entre os seus dedos ela está a sorrir.

“Gosto desta” Digo-lhe. Ela vê e ri-se.

“Estamos mesmo uma confusão!”

“Não faz mal. Sem isso não seria tão divertido!”

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