Capítulo 28

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Antes de sair de casa com o Pedro, chamamos a minha tia para ir comer com a gente, mas ela já estava pronta para sair também e disse que iria levar minha mãe, então nem insisti muito. Fui andando com o Pedro para o japa, não temos o hábito de andar de mãos dadas e hoje também não seria diferente.

O restaurante que levei o Pedro ficava uns 10 minutos da minha casa, como fomos conversando, nem sentimos o tempo passar. Logo que chegamos perto da entrada do restaurante, pensei em parar e voltar na hora em que bati o olho na pessoa que estava na recepção. Cheguei a segurar no braço do Pedro, ele olhou para mim, enquanto meu olhar se mantinha fixo ao homem alguns metros de distância da gente.

Tinha que continuar andando e fingir que vê-lo não havia me abalado nenhum pouco. Soltei o Pedro, voltei a andar naturalmente e ao me aproximar da entrada a voz dele soou pelo meus ouvido, remetendo-me de cara a um passado que por nada me faria esquecer e que também havia me feito sofrer. Ele sorriu, com certeza me reconheceu, como desde quando nos conhecemos, seus olhos se apertaram devido ao lindo sorriso.

― Vocês têm reserva? – Ele perguntou sem tirar os olhos dos meus e em seu antebraço estava a frase que eu não queria ter visto, não agora, não com o Pedro ao meu lado.

"I take you forever in my heart"

Tradução: Te levo para sempre em meu coração.

Betina: Não temos, tem mesa perto da janela?

― Tem sim, Tin... Betina. – Ele deu espaço para que eu e o Pedro passássemos – Sejam bem vindos. – Nos ofereceu um dos cardápios em sua mão.

Betina: Obrigada. – Parei com o olhar em sua tatuagem, demorando-me ali e ele percebeu que eu fiquei olhando. O Pedro também havia percebido e então continuei a andar na mesa que o recepcionista nos indicou.

Miguel Narrando.

Antônia: Cheguei para trazer diversão. – Ouvi o som da voz da Antônia soar pela cozinha, abaixei um pouco do celular, olhei para cima e a encarei mantendo a expressão séria. Arqueei levemente uma das sobrancelhas, olhei novamente para a mensagem da Andréia e em seguida para a Antônia que segurava uma garrafa de tequila em cada mão.

Miguel: Essa é a minha favorita.

Antônia: Digamos que eu tenho um dom pra descobrir. – Sorriu maliciosa, me aproximei para pegar as garrafas e ela ajeitou sua bolsa em meu ombro – E a Bê? Cadê ela?

Miguel: Foi para casa dela em Sorocaba. – Olhei para a galera sentada no sofá queimando uma ponta das brabas e bebendo enquanto conversavam alto.

Antônia: Ah mentira? E com quem vou tomar essas tequilas?

Miguel: Se eu sou alguém... – Sorri de leve de lado, abri uma das garrafas enquanto a olhava – Arruma dois copos ali – Indiquei com a cabeça para o armário, não demorou pra ela obedecer e voltar com os dois copos. Servi dois shots para gente, ela achou que eu fosse brindar, mas virei de uma só vez o shot e ela fez o mesmo, mas a cara feia refletiu na falta de costume – Vai com calma, Antô, a noite nem começou. – Servi mais um shot para mim e dei duas batidinhas com o bico da garrafa no copo dela.

Antônia: Quero só saber como é que ela vai terminar. – Ela indicou para que eu servisse seu copo e viramos juntos mais uma vez.

Tequila é bom com ou sem o ritual do sol e limão. Dei uma olhada na Antônia e apesar de ser espontânea ao extremo, ela se apresentou bem gostosa.

Miguel: Se quiser guardar a bolsa lá no meu quarto. – Ofereci.

Antônia: Ah claro que eu quero. – Ela riu – Onde que é?

Agora eu quero irOnde histórias criam vida. Descubra agora