A voz da mulher que havia me ligado ainda soava no meu ouvido junto a um zumbido desconexo, meu coração se acelerou, implorei para que a mulher respondesse que aquilo não passava de um maldito trote. Com as mãos trêmulas, não consegui nem sentar no sofá para digerir a informação, respirei fundo incontáveis vezes impedindo que as lágrimas caíssem e repeti para mim que no mínimo eu conseguiria chegar até o hospital. Conferi todos os meus documentos dentro da bolsa, dinheiro e as chaves do carro do Miguel estavam ao lado do cinzeiro do Noah. Não pensei duas vezes em pegar no carro dele para ir até o hospital. Sentia minha mão gelada ao toque do volante, olhava para a parede da garagem e eu não conseguia ligar o carro de tanto tremer. Cocei minha testa, mas minha cabeça tombou no volante e mais uma vez segurei para que a lágrima não viesse.
― Deus, se o Senhor existe mesmo... Se eu devo acreditar em alguém ou em algo, eu quero acreditar no Senhor, por favor... Ele não. É só isso que eu te peço hoje... Eu não sou ninguém para te pedir nada, mas não o Miguel. Já me tiraram o Thiago, praticamente ontem meu melhor amigo foi enterrado, eu não posso enterrar também o Miguel, por favor... Só por favor me escuta... Eu sei que você pode me ouvir, alguém tem que está aí para me ouvir... – Implorei a Deus toda a dor que estava sentindo no meu coração, com o nó na garganta sufocando e com as lágrimas que eu impedia de cair. Dei partida no carro, apertei o controle para o portão abrir e de ré sai com o carro.
O que é estar perto de perder alguém? Eu ando na corda bamba desse medo. Cada sorriso que entra na minha vida é um medo diferente, depois do Thiago eu temi deixar morrer qualquer sorriso a minha volta. Eu me encho de memórias, não sou capaz de esquecer, minha mente fotografa cada instante. Ela não deixaria de registrar o sorriso que eu amo, que me tira o fôlego, que transforma meu dia e me ajuda a vencer todas as minhas lutas. Eu precisava ir, cada sinal de trânsito meu coração batia com tanta força como se fosse a última vez. A última vez que eu queria ter para ficar mais ao lado dele, de perceber algum sinal que ele deixa durante o dia, o último momento que eu queria para minha mente fotografar o brilho de seus olhos enquanto eu digo que o amo. Os deverias me bombardeou no terceiro sinal de trânsito, então passei a ignorar tudo que aprendi na autoescola ano passado, porque nesse momento tudo que sou junto ao Miguel que importa e eu não deveria deixa-lo sozinho nesse momento.
Quando pisei no estacionamento do Hospital, a primeira coisa que fiz foi ligar para o Caleb enquanto corria para a porta que tinha logo em cima o letreiro escrito "Emergência".
Ligação
Caleb: Oi fav, fala em dois segundos que eu estou bastante ocupado... Sei que a madame me entende.
Betina: Caleb...
Caleb: Aconteceu alguma coisa.
Betina: É o Miguel, por favor...
Caleb: Onde vocês estão? Calma Emilly, sai de cima, só um instante.
Emilly: O que aconteceu?
Caleb: Xiu... Deixa-me ver aqui. Betina me fala onde vocês estão, o que está acontecendo?
Betina: Ligaram do hospital lá para casa avisando que o Miguel foi agredido na rua e que ele deu entrada no hospital.
Caleb: Como assim agredido?
Betina: EU NÃO SEI CALEB, QUE SACO!
Caleb: Calma, Betina, eu estou indo para aí, onde vocês estão?
Betina: Hospital São Paulo, Vila Clementino.
Caleb: Estou indo para aí agora. Emilly liga para a sua mãe agora.
Eu parei no balcão da recepção, esquecendo-me da ligação, nem me dando o trabalho de finalizá-la e ignorei as outras pessoas que estavam esperando para serem atendidas.
Betina: Moça, pelo amor de Deus... – Olhei para o crachá e espalmei no balcão esparramando celular e as chaves – Miguel... O nome do paciente é Miguel... – Tremi na hora de falar – Miguel, meu pai não sei, Rios.
Recepcionista: Calma, vou olhar aqui no sistema.
Betina: Não tem sistema, tem nada não, me ligaram daqui agora. – Uma loira observou de longe e veio andando de pressa.
Recepcionista 2: Deixa. – Ela falou para a outra que me atendeu – Segura aqui que eu já volto. – Ela deu a volta na bancada e veio até a minha direção – Olha a senhora precisa se acalmar, eu vou procurar a enfermeira, o paciente já recebeu todos os cuidados. – Assenti batendo o pé apressada – Está me ouvindo? – Assenti enquanto continuava a olhar para todos os lados querendo saber em que quarto ele estava – Infelizmente a senhora vai...
Betina: Eu não vou me acalmar, quero saber como ele está, quero conversar com quem está cuidando dele, não... – Passei a mão no rosto – Pelo amor de Deus. – Olhei para ela com a visão completamente embaçada, sentindo uma pressão nos olhos marejados – Olha... Por favor, ele vai ficar bem?
Recepcionista 2: Eu vou procurar a enfermeira, antes você precisa preencher a ficha dele. – Assenti, ela seguiu pelo corredor, olhei ao redor e as pessoas olhavam para mim curiosas. Andei até o balcão novamente, a recepcionista me mandou pegar uma senha e sentar.
Eu posso esperar, inúmeras vezes repeti olhando as pessoas serem atendidas na maior moleza do mundo, a cor do ambiente me frustrava, a espera me aborrecia, a vontade de vê-lo não me trazia esperança. O esperar não me trouxe lembranças, porque um dia eu acordei e meu melhor amigo estava morto. Então o esperei todos os dias sentada na cadeira da escola para que ele fosse minha dupla e ele não foi até o fim do ensino médio. Eu não queria esperar pelo Miguel, não queria deitar na minha cama e esperar que ele viesse beijar meu ombro como sempre faz antes de dormimos. Não havia esperança na voz da mulher que me deu a notícia, tampouco na recepcionista que foi atrás da enfermeira.
Caleb: Ela está ali! – Ouvi a voz dele vindo da entrada, ao olhar ele estava seguido da dona Rosa, o Saulo e a Emilly.
Rosa: Betina! – Ela veio rapidamente a minha direção.
Saulo: Eles disseram alguma coisa? O que aconteceu com o meu filho?
Rosa: Ah me poupe, Saulo, agora ele é seu filho? – Deu uma fuzilada nele e voltou ao olhar para mim.
Betina: Ninguém diz nada, só ligaram dizendo que foi uma briga de rua e ele chegou desacordado aqui no hospital.
Caleb: Senta com a Emilly. – Pegou o papel com o número da minha mão.
Betina: Não, eu estou bem. – Neguei encostando a cabeça mais uma vez e olhei para o balcão da recepção.
Emilly: O Miguel não estava tão bem no tratamento? Não entendo, ele saiu...
Betina: Ele não saiu. – Cortei.
Emilly: Calma Bê...
Betina: Não fala do que não sabe. – Andei para o outro lado, não queria vozes no meu ouvido, mas o Caleb entende? Claro que não entende.
Caleb: Bê, calma. – Me abraçou.
Betina: Não tem ninguém nervosa aqui.
Caleb: Nós ainda não sabemos o que aconteceu, está tudo bem com ele, deixa que agora os pais dele vão cuidar de tudo.
Betina: Caleb para de falar, eu não quero ouvir nada.
Caleb: Eu sei que está com medo, mas não vamos piorar o momento, tudo bem? – Sussurrou passando a mão firme pela minha costa – Você conhece o Miguel, ele não entra numa briga à toa.
Betina: Então manda a Emilly não falar merda do Miguel que eu não quero.
Caleb: Ela é irmã dele, vai com calma também.
Betina: Para de falar, por favor. – Abraçada ao Caleb eu vi uma enfermeira chegar junto com o médico para falar com os pais do Miguel, vi a enfermeira lendo um prontuário – Tentei me soltar do Caleb, mas ele me prendeu.
Caleb: Não, fica aqui.
Betina: Eu quero saber do Miguel, será que dá para ser menos só agora?
Caleb: Deixa os pais dele resolver, conversar com o médico e eles vão falar tudo. Desfiz o abraço me mantendo ao lado do Caleb, enquanto olhava atenta para a conversa que o médico estava tendo com os pais do Miguel. A expressão da dona Rosa foi a pior para mim, vi o Saulo passar o braço pelos ombros da ex esposa e ela ficando. A Emilly desviou o olhar, eles seguindo o médico, o suficiente para ignorar o Caleb e corri para perto deles.
Médico Flávio: ... As fraturas produzidas nos ossos da face durante a briga deixaram o paciente desacordado, pela experiência que eu tenho aqui na emergência, da entender que ele apanhou desacordado, não há sinais que ele tenha brigado também.
Rosa: O Miguel sabe muito bem se defender, com certeza não foi só um... – Ela chorava com o rosto todo vermelho e a vi cerrar os punhos – Eu vou fazer cada covarde pagar por isso.
Caleb: Ele disse que tinha um compromisso depois que saiu do ginásio, não desconfio que possa ter sido um dos atletas insatisfeito com a classificação do campeonato.
Médico Flávio: Ainda é cedo para apontar culpados, aconselho a chamarem a polícia.
Saulo: Claro que vamos, eu vou querer cada morrendo na prisão.
Rosa: Saulo eu não quero ouvir a sua voz, cala a boca, não aguento você querendo ser o pai do ano agora. Não sei para que você ligou para o seu pai. – Ela olhou para a Emilly e seguiu andando na frente sozinha.
Betina: Doutor. – Chamei sua atenção e ele olhou para mim.
Médico Flávio: Sim? – Olhou.
Betina: Ele está fora de perigo não está? – Ele colocou a mão no meu ombro olhando-me e afirmou com a cabeça.
Médico Flávio: Não tem com o que se preocupar.
Não deixaram todos entrar na ala em que o Miguel estava, aquele corredor havia um cheiro horrível que me deixou nauseada. Sentei em uma cadeira esperando, ao meu lado a Emilly sentou e acariciou minhas costas.
Emilly: Desculpa.
Betina: Não é nada, me desculpa você. – Suspirei ainda trêmula e abaixei a cabeça entre meus braços.
Emilly: Ele vai ficar bem, só vamos orar e ter paciência, ok?
Eles não entendiam, também não fazia questão de que me entendessem. Eu não abriria mão dele, nem de esperar que tudo ficasse bem de fato. Não queria um "ficar bem" com o Miguel na cama de hospital, queria ele bem sem estar ferido e desacordado. Só assim que eu o quero, nada mais importa se ele não estiver bem dessa forma. Não ficaria calma até ouvir o som de sua voz, não queria ninguém pedindo calma também, não estou em paz e não sou obrigada a ficar enquanto a pessoa que eu amo não está. Ser um só não é apenas na igreja durante a cerimônia de casamento, ser um só vem muito antes, no primeiro olhar, no escolher de almas, nos primeiros toques. Não dá para ser um só quando o seu completo é forçado se dividir, ele é o que me completa, a mera falta de quem a minha alma escolheu amar já doía no meu coração. As primeiras lágrimas vieram baixinhas enquanto eu ensaiava uma oração a Deus.
× Miguel Narrando.
Acordei, mas não meu corpo, nem meus olhos se abriram. Tentei mover meus braços primeiramente, mas o que consegui foi mover meus dedos que estavam com o movimento limitado. Não abri os olhos por medo de sentir mais dor na cabeça do que já estava sentindo, meu corpo inteiro parecia está carregando um enorme peso, então me mantive de olhos fechados sentindo uma dor fina que sempre aparecia na região do peito quando eu tentava respirar. Senti a gota de algo cair bem no meu braço e escorreu até meu cotovelo, um toque leve veio para secar e uma unha me arranhou.
― Ouvi dizer que existe paraíso na terra e coisas que eu nunca entendi. Coisas que eu nunca entendi... – Era a voz dela, veio com um tom embargado, bem próximo do meu ouvido, respirei sentindo bem falho no ato a procura do cheiro dela, com saudade de saber se era mesmo a Betina. Tentei abrir os olhos, apenas uma faixa branca de luz me fez fechar novamente por conta da dor que sentia.
Miguel: Só ouvi dizer que quando arrepia já era, coisas que eu só entendi quando eu te conheci. – A resposta que consegui foi completar bem enrolado a música que ela cantou, sorri devagar querendo que ela continuasse.
Betina: Amor?! – Senti o toque dela ao lado da minha barriga e me dei conta de que ela me abraçava – Obrigada Deus, obrigada... – Repetiu várias vezes – Eu estava com tanto medo, amor. – Tentei virar o corpo, mesmo sentindo dor assim o fiz ficando de lado mal posicionado e forcei meus olhos a se abrirem.
Miguel: Desculpa. – Sussurrei – Não era para estar aqui.
Betina: Não interessa, eu só quero ir para casa com você.
Miguel: Desculpa.
Betina: Para de me pedir desculpa, droga! – Abaixei meu olhar para vê-la e seus olhos estavam inchados com olheiras horríveis.
Miguel: Eu estou bem amor. – Tentei ajeitar o braço direito, mas ele estava muito dolorido, com o braço esquerdo passei pelas costas dela e a abracei como pude. Minha perna esquerda estava engessada até a altura da virilha, não dava para me movimentar muito – Vamos para casa tudo bem?
Betina: Não é bem assim, Miguel, você dá um trabalho do cacete e quer voltar para casa?
Miguel: Você não pode ficar puta comigo, eu estou doente.
Betina: É o quê? Estou puta contigo. – Ri do bico que ela fez toda preocupada – Eu estava com medo de te perder caramba.
Miguel: Porra mulher... – Enfiei meu rosto em seu cabelo e ri baixo mais uma vez – Você ainda não me deu dor de cabeça o suficiente para eu te deixar assim tão fácil.
Betina: Eu preciso ligar para a sua mãe, o médico disse que o sedativo ia perder o efeito logo.
Miguel: Não liga para ela agora, fica aqui mais um pouco. – Ela acariciou meu rosto com cuidado, percebi que ela estava tremendo e desceu até minha nuca – Quanto tempo estou aqui?
Betina: Esquece o tempo, eu quero saber o que aconteceu de verdade. – Meu pensamento se voltou completamente para os cinco caras que me cercaram antes de me puxarem para um beco.
Miguel: Não quero falar disso agora, descansa um pouco, pequena.
Betina: Eu estou bem.
Miguel: Te conheço, pode descansar que agora eu cuido de você. – Deslizei meus dedos para dentro de seu cabelo, ao tocar seu couro cabeludo comecei a fazer carinho trazendo um pouco de paz para ela.
× Erick Narrando.
A filmagem que foi recolhida da câmera de um mercado do momento em que o Miguel foi assaltado me nausearam só de ver o quanto ele foi violentado. A dona Rosa nos mostrou por sermos próximos a ele, mas não deixou que mais ninguém visse e a polícia depois recolheu as imagens proibindo a reprodução. Depois de um dia nessa angústia, a terça começou pior ainda, a galera vem sempre me perguntar, querendo saber do que os médicos estavam dizendo, o que a polícia iria fazer e o foda era que eu não sabia de quase nada. Não por falta de interesse, mas porque havia sido tudo tão rápido que nem a família dele havia digerido ainda o ocorrido.
Noah: Não foi assalto, Erick. – Ele virou o carro para a entrada do estacionamento do hospital – Primeiro que o Miguel não reagiu, não fez nada.
Erick: Ele não tinha nada para dar, Noah, você sabe que eles fazem isso mesmo.
Noah: Ah para, cinco caras para levar um celular, no máximo um relógio? Bandido é esperto, não iam assaltar um cara que estava praticamente liso.
Erick: Não sei porque você está puto, ainda briga comigo. – Olhei pela janela a procura de uma vaga também.
Noah: Quer o que também, Erick? Tem nenhum cego, espancar alguém daquele jeito? Não deram nem tempo para o Miguel reagir.
Erick: Você não é o único preocupado aqui, só não esquece disso.
Noah: Tá bom. – Ele colocou o carro na vaga, ao sairmos do carro ele esticou a mão para eu pegar e então ficamos numa fila esperando começar o horário de visitas. Havia mandado uma mensagem para a Betina, mas já fazia tempo que ela não visualizava o WhatsApp.
Ritinha: Oi gente, como estamos? – Ela chegou de fininho, abraçou primeiro o Noah e depois me abraçou dando um beijinho no rosto.
Erick: Estamos na espera de ver esse doido bem logo.
Ritinha: Eu encontrei com a dona Rosa mais cedo – Respirou fundo – Coração de mãe é outra coisa, né? Ela disse que vai só resolver umas coisas na delegacia e vem correndo para trocar com a Bê.
Noah: Cara eu sei que o meu irmão vai ficar de boa, mas só a ideia dele no hospital já pesa minha mente.
Erick: Na de todo mundo. – Segurei com firmeza sua mão e beijei seu braço – Ele vai ficar bem, pode ter certeza, amor.
Ritinha: Segundo dia dele nessa situação, dá não, não consigo nem dormir direito.
Noah: Foda cara, não confio em nada que médico diz, pode falar mil paradas, se eu não ver ele de boa não acredito. – A fila começou a andar indicando que o horário de visitas havia começado, dei uma certificada no horário do celular e acompanhei.
Ritinha: Eu só peço a Deus que tudo fique bem, que o Miguel consiga sair mesmo dessa. Parte o meu coração o ver desse jeito, conversar com a Bê e ouvir ela mal. – A abracei pela cintura e beijei seu rosto.
Erick: Vou te falar? Justiça não tarda, seja o que for, quem fez isso vai pagar. – Entramos na recepção, pegamos o crachá de visitante e subimos para o andar em que estava o quarto do Miguel junto com outras pessoas. Bati na porta para a Bê saber que chegamos, mas como ela não abriu, então entramos assim mesmo. Virei para eles indicando silêncio tentando conter o sorriso de alívio que eu estava sentindo só de ver os dois abraçados em cima da cama hospitalar. A cena mereceu uma foto, não pensei duas vezes na hora de fazer isso.
Ritinha: Que cena mais linda será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí? – Sussurrou rindo e foi se aproximando da cama.
Betina: Nem ouvi vocês chegando. – Ela virou para nos olhar, seu cabelo estava todo desarrumado e foi descendo da cama. Não dava, a Betina estava com o mesmo rosto que todos nós, tentar conter a felicidade de ver o Miguel todo quebrado, mas acordado por conta do fim do efeito sedativo que os médicos estavam administrando nele.
Miguel: Está atrapalhando sim, aliás, queria mais cinco minutos. – Seu rosto estava bem menos inchado do que antes, mas os roxos horríveis, os cortes distribuídos por todo seu rosto estavam começando a cicatrizar, mas ainda deixavam a aparência dele dolorosa e eu imagino o quanto sofreu durante a agressão.
Noah: Ah cala a boca, mano, Betina você vê toda hora. – Ele riu se aproximando da cama e os dois fizeram um toque de mão.
Betina: Vê toda hora nada. – Ela não se conteve em voltar para perto da cama.
Ritinha: Estava com saudade de você, caramba, me mata do coração assim não. – Ela se curvou para abraçar ele como podia.
Miguel: Acha que eu vou ir cedo porra? Tenho muito trabalho para te dar ainda.
Erick: Já está dando demais, acha que chega não? – Fui para abraçar ele também e beijei seu rosto – Só esse tempo foi o suficiente, coração quase parou junto, irmão.
Noah: Miguel já está bom po, está fazendo graça, pode levantar daí e seguir para casa.
Miguel: Eu espero ficar pelo menos 1 mês em casa, estou precisando de férias.
Betina: Ah nossa garota, quem que te aguenta 1 mês em casa?
Ritinha: Ué, quem seria se não você? Sra. Rios faz assim. – Riu.
Erick: Só Miguel para ficar fazendo piada uma hora dessas.
Miguel: Mas não é cara? Estava doido para dar uma descansada.
Noah: Dá nem para ficar triste por conta desse puto, na boa.
Miguel: Uma pena foi vocês terem chegado agora, já estava engatando num xaveco aqui na morena.
Betina: Ah nossa cala a boca, acordou sem noção também foi? – Ela riu passando a mão no rosto acabado, em seguida foi para o cabelo e começou a prender ele melhor.
Miguel: Eu nem comecei direito e já está reclamando? – Meu celular vibrou no bolso, então o peguei para ver e era mensagem de um grupo aleatório da faculdade. Parei olhando as mensagens, porque haviam me marcado.
Mensagem
May: [id8502381|@Erick] tem notícias do Miguel? Você falou mais cedo que iria visitar ele.
May: Não consigo nem me concentrar direito no trampo, preocupada demais com meu irmão 😔
― Sacanagem o que fizeram com o cara, pessoal está sem limite 😪 (Navarro)
― Não dá para andar desatento na cidade mais não cara, tudo perigoso, nem para curtir está bom mais. (Juliano)
― Verdade gente, quando eu soube do que aconteceu meu dia foi no chão 😔 (Mirella)
Alana: Deus vai cuidar sempre do meu Miguel, vai dar tudo certo se Deus quiser 😞 🙏🏻
Erick: @May Passa muito bem e o ousado está sempre bem cuidado
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Agora eu quero ir
Storie d'amoreTraumas psicológicos levaram Betina deixar o interior de São Paulo e buscar uma vida melhor na capital. Mas para isso acontecer ela precisou mentir sua verdadeira identidade. ✓ História publicada originalmente no VK no dia 2 de dezembro de 2017 e fi...