O que eu queria fiz: beber, comer e dançar um pouco. Um barzinho de leve só para a noite não passar em branco. Umas amigas da Ritinha também chegaram para beber com a gente, me dei conta que só havia sobrado eu e o Miguel ali dos caras, já que o Noah e o Erick saíram. Eu sabia mais ou menos que o Miguel estava se programando para sair com a Ritinha, ela até chegou a me chamar, mas não era bem o tipo de ambiente que me agrada e também a Betina me pediu para deixar ela em casa. Quando eles saíram, fiquei mais um pouco por ali com a Bê e depois a deixei em casa.
× Miguel Narrando.
No meio do caminho para casa a Ritinha apagou no banco de trás do UBER, para não dar trabalho, enviei uma mensagem para a mãe dela avisando que ela estava comigo e a levei para minha casa. Sabendo que o Noah não voltaria mesmo, botei ela dormindo na cama dele, fui tomar meu banho, botei apenas uma cueca para dormir e deitei. Estava com a mente distante, sem vontade nenhuma de dormir e já passava das 5h. Máximo que eu fiz foi queimar um verde que é de lei. Escutei um barulho de panela caindo no chão, na hora levantei e fui lá ver o que estava acontecendo. Liguei a luz da sala para iluminar a cozinha e vi a Betina vestida com a mesma lingerie da foto dela que guardo em meu celular. Ela virou para mim na mesma hora tirando a panela do chão e eu só conseguia sentir meu corpo ser magneticamente atraído pelo dela. Uma saudade fodida que eu sentia de passar meus dedos por aquela barriga, traçar cada linha de seu corpo e só me batia arrependimento de quando eu a tinha ali só para mim.
Betina: Desculpa, não foi nada demais. – Ela abriu a geladeira um pouco sem graça e tirou dela uma garrafa de água.
Miguel: Perdeu o sono? – Ela virou para colocar a água no copo, dando-me uma visão linda de suas costas e ela ainda estava com o cabelo solto. De besta com aquela visão, eu encostei na parede. Chega a ser cômico como meu corpo para de me obedecer por conta dela, ela deu uma olhadinha por cima do ombro e botou um pouco seu cabelo de lado.
Betina: Acordei com sede mesmo. Deu para curtir esse baile que a Ritinha arrumou? – Riu virando de frente e bebeu a água me olhando.
Miguel: Um peixe fora d'água.
Betina: E ela?
Miguel: No meio do caminho apagou e eu tive que carregar ela. – Ri – Saudade chegar em casa 7h com ela.
Betina: Não mata a saudade porque não quer.
Miguel: Já perdi esse pique.
Betina: É a responsabilidade chamando, até deixou o cabelo crescer. – Passei a mão no cabelo.
Miguel: Ah um diferencial.
Betina: Não nego que ficou bom. – Ela deu mais um gole na água.
Miguel: Para você não achar que eu sou careca.
Betina: Não achava – Riu – Tem um monte de foto sua na sala da sua mãe.
Miguel: Só a minha derrota.
Betina: Vou ter que criticar, derrota mesmo.
Miguel: Nem para dar uma valorizada, estou ruim mesmo.
Betina: Uma hora dessas nem rola. – Ela terminou de beber a água, guardou a garrafa, lavou o copo, secou suas mãos e ao passar para mim tomei a atitude de segurar em seu pulso. Não sabia ao certo o que diria a ela, mas não queria terminar a conversa assim. Ela olhou para minha mão tocando em seu corpo, seguido olhou nos meus olhos com a boca entreaberta como quem estava surpresa.
Miguel: Essa hora rola o quê? – Virei meu corpo para ela, deixando-a perto de mim e só Deus servia de testemunha para a saudade que eu sentia até do cheiro dela. Olhei fixamente para os seus olhos enquanto passei minha mão pelo seu antebraço pedindo permissão para prosseguir.
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Agora eu quero ir
RomanceTraumas psicológicos levaram Betina deixar o interior de São Paulo e buscar uma vida melhor na capital. Mas para isso acontecer ela precisou mentir sua verdadeira identidade. ✓ História publicada originalmente no VK no dia 2 de dezembro de 2017 e fi...