Capítulo 39

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O tempo que gastei rindo com o pessoal no grupo foi o tempo para o Erick se arrumar. Deixei ele no trabalho e de lá fui para o meu. Mal sentei na minha cadeira e coloquei o notebook para iniciar, uma estagiária veio avisar que meu pai estava me chamando. Mal querendo, levantei meu cu da cadeira e fui até sua sala.

Miguel: Me chamou? – Parei na porta segurando a maçaneta.

Saulo: Entra e fecha a porta. – Fiz o que ele pediu – Você tem que melhorar o jeito que fala com a sua mãe. – Falou assinando uns papéis.

Miguel: Eu falo direito com a minha mãe, quando que faltei com respeito com ela?

Saulo: Você não tem mais idade pra fingir que não entende as coisas.

Miguel: Pai, eu não vou discutir assunto de casa aqui. – Levantei da cadeira – Se o senhor e a minha mãe quiserem conversar, marquem um horário, no trabalho eu não vou falar disso. – Sai da sala sem querer mais ouvir nada dele.

Eu levei anos pra ouvir novamente a voz da Emilly, ter ela por perto, sentir o abraço dela e eu não vou abrir mão disso pelos meus pais. Um dia infelizmente meus pais terão que ir e eu vou ficar sozinho? Um dia eu terei meus filhos e eles não terão tia? Eu não quero mais comemorar nada sem a Emilly por perto e se a presença dela incomoda meu pai, que ele fique pra lá com a minha mãe. Mas eu fico com a Emy e dane-se.

O pouco que falei com o meu pai foi o suficiente pra me deixar puto. Sai pra almoçar e só voltei porque dependia daquele salário, a vontade de chutar o balde depois de tudo que ele disse ontem foi grande.

Sai mais cedo do trampo, passei no mercado pra comprar as coisas que faltavam na dispensa e fui pra casa ao invés de ir direto pra aula que só teria mais tarde. Deixei meus sapatos do lado de fora, puxei minha camisa pra fora da calça, fui desabotoando enquanto ia entrando, fechei a porta com o pé e joguei minha mochila no sofá. Fui até a geladeira, peguei a última latinha de cerveja gelada e fui pra sala assistir TV. Deixei num canal de esportes enquanto fui respondendo minhas mensagens.

Terminei de beber e não demorei a sentir uma pressão no lado esquerdo do rosto indicando que viria uma enxaqueca por aí. Relaxei meu corpo no sofá, fechei os olhos e joguei a cabeça para trás. Primeiro veio o cheiro dela, seguido de suas pernas sendo posicionadas de cada lado do meu corpo antes de sentar no meu colo sem pôr todo seu peso. Respirei fundo tentando discernir se era um sonho ou real, senti a boca dela no meu ombro e vários de seus beijos.

Miguel: Se for um sonho, não me acorde.

Betina: De sonho você entende né? – Sussurrou ainda com sua boca perto do meu ombro.

Miguel: Felizmente quando te inclui.

Betina: Fiquei pensando numa maneira de me aproximar.

Miguel: Sou bicho agora?

Betina: Soube que brigou com seus pais, quis te dar um espaço. Fora que ainda estou sentida com o vácuo que me deu na madrugada passada. – Tem nega mais dengosa que a Betina? Duvido muito.

Miguel: Que vácuo? – Me fiz de desentendido, mas na real eu quis evitar estourar com ela. Conheço quem eu sou na hora da raiva e por Deus eu não queria mostrar meu lado ruim pra ela mais uma vez.

Betina: Sério que não me viu na cozinha na madrugada de terça?

Miguel: Larga de ser doida, virou zumbi agora? – Ri abrindo os olhos e olhando pra ela.

Betina: Vai cagar Miguel. – Rolou os olhos caindo fora do meu colo e se jogou no sofá deitando no braço mantendo suas pernas no meu colo como já me toquei ser um hábito dela.

Agora eu quero irOnde histórias criam vida. Descubra agora