Capítulo 22

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Noah Narrando.

Eu não sei o que passa na cabeça da Aimê, até mesmo da Érica. Muita cara de pau dela de convidar a amiga pra ficar junto com a gente sabendo da merda que deu com o Miguel no passado. Já vi logo que o meu mano não ficou confortável ali, só dei uma olhada em reprovação para a Érica, chamei o Miguel e o tirei dali. Acendi mais um cigarro enquanto ia andando atrás dele.

Noah: Preciso trocar uma ideia com a Rita, tu não some antes de voltar pra lá, bele? – Mandei a letra para o Miguel que riu concordando – Tá liberado pra ir atrás da Betina.

Miguel: Está sabendo que se a Érica pegar você de conversa com mulher a casa vai cair né? – Riu e bebeu da sua cerveja, parando no meio do caminho esperando umas três meninas cruzarem a nossa frente.

Noah: Rita é minha amiga, não vou mudar com ela por causa da minha namorada.

Miguel: Depois não diga que eu não te avisei. – Ri, levei o cigarro a boca e dei uma longa tragada antes de soltar a fumaça.

Sorte nossa foi ter encontrado facilmente as meninas, se Deus está facilitando então é da vontade dele. Não demorou pra Betina arrastar o Miguel dali, indiquei com a cabeça para um canto e a Rita veio atrás. Custei para ter um momento só eu e ela pra gente conversar de verdade. Depois eu me resolveria com a Érica. No final do pátio havia uns caixotes espalhados e um banco de pedra. Eu sentei no banco e a Rita arrastou um dos caixotes vindo sentar de frente pra mim.

Ritinha: A coleira afrouxou ou é impressão minha? – Riu pegando do meu cigarro e o tragou o que restava dele.

Noah: Érica chamou Aimê pra cá, tirei o Miguel de lá antes que desse treta.

Ritinha: Tá de sacanagem né? – Assenti. Ela deu a última tragada, jogou fora o cigarro e soprou a fumaça para o lado.

Noah: Você e Betina, por favor também.

Ritinha: Prometo nada não, meu bem, se me irritar vai levar. – Ri. Tive a oportunidade de ver a Rita crescer, ela passou de uma mina frágil, cheia de medos, que quase não tinha um sorriso no rosto para um puta mulherão que metia as caras sem medo, corria sempre atrás do dela, não ficava de bunda pra cima dependendo dos pais ou de macho pra ser sustentada. Dentre as pessoas que eu admiro, ela é sim daquelas que está no topo, até porque depois de tudo que ela passou, superar não foi fácil e ela deu a volta por cima.

Noah: Tu sabe bem o que faz, não vou ficar segurando ninguém.

Ritinha: Ainda bem que sabe disso, se não vai levar também.

Noah: Ah é assim agora? – Ri a encarando, ela mexeu em seus cachos botando seu cabelo de lado exibindo na clavícula parte de uma nova tatuagem – Deixa eu ver melhor essa tatuagem aí.

Ritinha: Eu fiz duas essa semana. – Estiquei o braço, afastei um pouco da sua blusa e vi todo o desenho de uma coruja de tamanho médio.

Noah: Porra ficou foda, quem fez?

Ritinha: O amigo tatuador do Peu, se liga nessa aqui. – Ela levantou virando de lado para mim, levantou a blusa antes de parecer o sutiã exibindo uma frase na costela.

Noah: "A paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança". – Li passando o polegar pelas letras pequenas sentindo o calor da pele dela, tirei a mão de seu corpo, ela abaixou a blusa e tornou a sentar – Porra, as duas ficaram fodas pra caralho. – Certeza que essa frase tinha relação com o tudo que ela havia passado, conheço a Rita, ela tenta esconder o que sente, mas pra decifrar não é tão difícil quanto parece.

Ritinha: Acho que a gente não tem muito tempo e antes dele acabar você ainda me deve um pedido de desculpa.

Noah: Eu te devo um pedido de desculpa? – Cruzei os braços e os apoiei nos meus joelhos inclinando meu corpo.

Agora eu quero irOnde histórias criam vida. Descubra agora