Capítulo 46

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Erick Narrando.

Tremi na base por ouvir que o Noah queria conversar comigo, completamente desprevenido. Voltei pra casa prontíssimo pra seguir meu baile, deixar as coisas como estavam e manter a amizade. Posso fazer nada, se um não quer, dois não ficam certo? Mas o Noah só esperou a Betina sair de casa que arrastou a cadeira, sentou de frente pra mim e me olhou sem grandes intenções como ele sempre olha para tudo.

― O que você tem para me falar não dava para ser na frente da Bê? – Passei manteiga numa torrada e mordi.

Noah: Acho que isso só diz respeito a nós dois por enquanto. – Tentei manter uma postura mais interessada em comer do que nele, mas cadê que consegui? Ouvir aquele "por enquanto" e já estava atento no que ele estava me dizendo.

Erick: Por enquanto? – Precisava saber o que aquilo significava né?

Noah: É... – Ele balançou a cabeça de um lado e para o outro, enfiou as mãos no bolso de sua calça e olhou rapidamente para o chão até voltar me olhar – Acho que faltou a gente esclarecer algumas coisas do que rolou semana passada e na casa do Miguel também, mas dessa vez a gente vai fazer isso sem ter bebida no meio, tranquilo?

Erick: Está propondo o quê? – Queria tudo muito bem esclarecido, nem que parecesse idiota. Dei mais uma mordida finalizando minha torrada, esperando que ele respondesse.

Noah: Depois da aula se você topar a gente pode sair, dá um rolê, só eu e tu.

Erick: Não quero que você ache que tem algum tipo de responsabilidade comigo, Noah. Se você não quiser ou... – Ele levantou da cadeira arrastando ela para trás, ele veio devagar até perto de mim, achei que ele fosse sair da cozinha e ir pra área de serviço. Pelo contrário ele abaixou, tocou meus lábios com o polegar limpando aquela sujeirinha trevosa de torrada, abaixou e eu fechei os olhos desacredito e não porque estava indo beijar alguém.

Noah: Só quero me esclarecer e... Talvez nós. – Ele sussurrou roçando sua boca pela minha, tocando no meu pescoço e senti seu toque quente, sua mão suada e um pouco trêmula. A boca dele encostou a minha, eu não ia deixar essa chance escapar, segurei no pescoço dele com as duas mãos, mantendo-o curvado e aprofundei o beijo demorando-me no que estava proposto a fazer. Abri mais a boca para que a língua dele entrasse na minha boca, ela passou lentamente pela minha língua, passando a explorar lentamente e com a intenção de envolver mais ainda o beijo. Segurei na gola de sua camisa, sentindo o atrito de roçar meus dedos no tecido e novamente subi a minha mão para o seu pescoço que encaixou. Enrolei minha língua a dele, chupando a mesma e a soltar fui passando meus lábios pelos dele dando boas chupadinhas na parte inferior. Abri um sorriso entre o beijo, claramente gostando, sentindo meus nervos aflorarem junto com o meu coração que batia acelerado. Se fosse para o êxtase dominar seria como a primeira vez, mas dessa vez estávamos na nossa casa com o Miguel no cômodo ao lado. Ele acariciou meu pescoço, firmando sua mão no espaço entre o meu rosto e passou seu polegar na minha barba que já estava me incomodando. Afastei minha boca com poucos selinhos, sabia que meu rosto estava vermelho pimentão, precisava nem de espelho. Passei minha língua devagar pelos meus lábios, os apertei enquanto olhava para ele e formou um pequeno sorriso.

― Não sei ainda o que eu estou fazendo, mas eu gosto e não é só sobre você. – Sussurrou ainda de olhos fechados.

Erick: Você não precisa saber, no caminho a gente resolve.

Noah: Desculpa por antes.

Erick: Sua sorte é que eu sou a pessoa mais compreensiva desse mundo. – Ele abriu os olhos querendo rir e levantou uma sobrancelha completamente em oposição – Tá! Talvez nem tão compreensivo assim, mas você é um cacete Noah, difícil lidar contigo.

Agora eu quero irOnde histórias criam vida. Descubra agora